A Stellantis quer cortar 20% das emissões com apenas esta caixa azul

A missão da Stellantis é simples: diminuir as emissões sem complicar. Para isso, anunciou a intenção de lançar seis novos modelos híbridos até 2026, para juntar aos 30 que vai ter até ao final do ano.

O que estes modelos têm todos em comum? A pequena caixa azul que pode ver na imagem de topo, que não é nada mais do que a bateria que faz parte do sistema mild-hybrid 48 V do grupo. Esta alimenta um motor elétrico que está integrado na caixa de velocidades e permite retirar, em parte, do motor de combustão, o ónus de locomover e fornecer energia aos sistemas do veículo.

Esta tecnologia tem vindo a «alastrar» por todas as 14 marcas do grupo desde 2023, com a variante mais popular — combina motor 1.2 turbo com motor elétrico e caixa de dupla embraiagem — a ter sido estreada pelos Peugeot 3008 e 5008 (geração anterior).

Esta tem sido uma tecnologia fundamental para a Stellantis diminuir as emissões de CO₂ dos seus veículos na Europa, indo de encontro às metas impostas pela União Europeia (UE). Em 2025, as emissões terão de ser 15% inferiores às registadas em 2021.

No que é que consiste este sistema?

A tecnologia híbrida da Stellantis, com base no motor 1.2 turbo, permite uma redução de até 20% das emissões de CO₂, assim como uma poupança de até 20% de combustível.

Além da bateria — 0,9 kWh de capacidade —, o sistema consiste num motor elétrico com 21 kW (28 cv) de potência, que está integrado na caixa de dupla embraiagem de seis relações (eDCT). Este pode até assumir, em determinados contextos de condução, o papel do motor de combustão.

Com uma bateria tão pequena, nem sequer podemos falar em autonomia elétrica — é anunciado apenas 1 km. Mas permite que o veículo possa ser conduzido em até 50% do tempo em modo 100% elétrico. Daí vem o potencial de redução do consumo de combustível em até 20%.

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Com a introdução deste sistema, o motor de combustão 1.2 PureTech (três cilindros a gasolina, turbo) recebeu também uma nova geração, passando a ter corrente de distribuição e não correia. Está disponível em dois níveis de potência: 100 cv e 136 cv.

A Stellantis insiste em chamar de híbridos aos modelos equipados com este sistema mild-hybrid 48 V. Justifica isso pelo facto de a sua solução oferecer vantagens comparáveis em matéria de redução de emissões com a de outros sistemas híbridos, como os da Toyota, Renault ou Hyundai, cuja tensão elétrica supera os 200 V.

Que modelos contam com este sistema?

A procura por automóveis híbridos está a aumentar e a Stellantis decidiu, assim, também ampliar o número de modelos que usufruem deste sistema. Este ano, o grupo viu as vendas dos seus automóveis eletrificados aumentarem 41% face a 2023.

Ainda não sabemos quais os futuros seis modelos híbridos que vai lançar até 2026, mas temos uma lista dos 30 modelos que já têm ou vão receber esta tecnologia até ao final do ano.

• Alfa Romeo Junior e Alfa Romeo Tonale;
• Citroën C3 (2024), Citroën C3 Aircross (2024), Citroën C4, Citroën C4 X, Citroën C5 Aircross e Citroën C5 X;
• DS 3 e DS 4;
• FIAT Panda e FIAT 600;
• Jeep Avenger, Jeep Renegade e Jeep Compass;
• Lancia Ypsilon (2024);
• Maserati Grecale;
• Opel Corsa, Opel Astra, Opel Astra SportsTourer, Opel Mokka, Opel Frontera e Opel Grandland (2024);
• Peugeot 208, Peugeot 308, Peugeot 308 SW, Peugeot 408, Peugeot 2008, Peugeot 3008 (2024) e Peugeot 5008 (2024).

Convém realçar que os sistemas híbridos dos Jeep Renegade e Compass, Alfa Romeo Tonale, Fiat Panda e Maserati Grecale não são os mesmos usados pelos restantes modelos. Estes foram herdados da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), antes de se fundir com o Groupe PSA para formar a Stellantis.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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