Autopédia Como funciona um comando variável das válvulas?

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Como funciona um comando variável das válvulas?

Ter o melhor de dois mundos foi o motivador da criação do comando variável das válvulas. O mais conhecido deles? O sistema VTEC da Honda.

Comando variável válvulas

Depois de termos falado do tema “rigidez” — um tema que quase descambou por caminhos menos próprios —, vamos hoje falar sobre o sistema de comando variável das válvulas, mas antes de mais, o que é um comando de válvulas?

O comando de válvulas não é mais do que um eixo formado por ressaltos excêntricos, também chamados de cames.

Estes estão localizados na cabeça do motor, com a finalidade de empurrar e, consequentemente, abrir as válvulas de admissão e escape, com o intuito de fazer entrar e deixar sair os gases que dão origem à combustão e que da combustão resultam. Este eixo é ligado à cambota (eixo do motor que transmite movimento às restante partes mecânicas do motor) e pode ser comandado por correias, correntes ou hastes.

VÊ TAMBÉM: Quando é que devo substituir as velas de ignição do motor?
árvore de cames

E comando variável das válvulas ? O que é?

O comando variável das válvulas , tal como o nome indica, consiste num sistema que permite a variação no tempo e no curso das válvulas.

Antes, com o comando simples (não variável, de que falávamos à pouco), as válvulas abriam sempre da mesma forma, independentemente da rotação. Devido a esse factor, os construtores quando desenvolviam um novo motor tinham logo à partida de optar pelo tipo de motor que queriam construir: um motor mais focado na potência ou um motor mais focado na economia.

Comando variável válvulas

Isto porque num motor em que se optasse por uma abertura mais pronunciada da válvula de admissão, sucederia ganhos ao nível da performance, mas por outro lado prejudicaria os consumos em igual medida, porque deixaria entrar uma maior quantidade de ar e de gasolina para dentro da câmara de combustão, mesmo com um motor em pouca carga.

Caso os engenheiros optassem por um comando de abertura mais preocupado com os consumos, o comando da válvula teria, portanto, um tempo de abertura mais curto e menos pronunciado, e por conseguinte uma menor capacidade de “respirar” a altas rotações.

A humanidade “pula e avança”, e depressa os engenheiros criaram um sistema de comando variável das válvulas que permitia que as válvulas fossem abertas de acordo com a necessidade. Em baixas rotações escolhe-se a configuração de abertura de válvulas mais apropriada para um menor consumo. Em rotações elevadas opta-se por uma abertura que favoreça a performance em detrimento da economia.

Um dos sistemas mais conhecidos pelos amantes dos automóveis é o sistema VTEC da Honda:

Neste vídeo, assistiram à forma como o sistema VTEC funciona.

Na prática deixem-nos mostrar-vos nos vídeos mais abaixo, imagens onde se pode assistir ao grau de exigência e stress a que estas peças estão sujeitas. Em causa está um motor de uma mota da BMW, mas o funcionamento é em tudo similar a um automóvel, a menos rotações claro:

Visto através da câmara de combustão: