Clássicos Glórias do Passado. Peugeot 205 GTi. Um pequeno leão cheio de raça

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Glórias do Passado. Peugeot 205 GTi. Um pequeno leão cheio de raça

Quem é que não se lembra do Peugeot 205 GTI, um pequeno leão furioso, de estilo incomparável e performances de causar arrepios na espinha?

Peugeot 205 GTI

Tal como o Guilherme Costa disse no artigo dedicado ao AX GTI — e que eu não posso omitir aqui… — esta análise também não será de todo imparcial, pois eu também vou escrever sobre um automóvel que me diz muito: o Peugeot 205 GTI.

O meu primeiro carro… não há carro como o primeiro, não é verdade? E é na qualidade de proprietário de um Peugeot 205 GTI que escrevo estas linhas.

Os pocket-rockets desta geração, pelas prestações que oferecem e pelo comportamento delicado que têm não são para qualquer um “ou estamos à altura dos acontecimentos ou então mais vale entregar a pasta a outro” dizia-me o Guilherme pouco depois de ter feito uma estrada privada perto de Vendas Novas em modo «racing» com o meu «leão».

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Peugeot 205 GTI

Saíram vários modelos 205 GTI, até com motorizações diferentes, sendo que o 1.9 GTI e o modelo CTI (cabriolet, desenhado pelo famoso atelier de Pininfarina), sempre foram os mais procurados e cobiçados.

Ainda hoje podemos notar essa procura, mas já é bastante difícil encontrar um carro destes em condições. O que é pena, pois apesar de ser um carro já com mais de duas décadas de existência (NDR: à data da publicação original do artigo), ainda não perdeu o seu charme, o que faz dele um dos mais notáveis pocket-rockets da época.

Começando a descrever mais detalhadamente esta pequena fera com garra de leão, posso vos dizer que visualmente, desde os kits de plásticos aos frisos vermelhos, passando pela grelha frontal até aos pequenos pormenores como os plásticos de indicação do modelo (onde podemos ler 1.9 GTi ou 1.6 GTi) tudo assenta que nem uma luva e confere um ar bastante agressivo.

O carro transpira adrenalina à primeira vista!

Peugeot 205 GTI

Já dentro do habitáculo a coisa também aquece, aquele volante a dizer GTI a vermelho, aquela carpete vermelha, os bancos desportivos com laterais em pele (versão 1.9) e o pespontado vermelho dão-nos ainda mais vontade de pôr este pequeno felino a rugir como um verdadeiro leão selvagem, e ai é que a conversa é mesmo outra…

Finalmente, ao volante

Os rugidos desta pérola do Groupe PSA são bastante reais e podem mesmo tornar-se assustadores. Tanto na motorização de 1580 cm³ como na de 1905 cm³, as acelerações são espetaculares e os comportamentos em estrada causam as delicias de quem gosta realmente de conduzir.

Nunca mais me vou esquecer da primeira vez que a traseira descolou do asfalto e que o controlo de tração manual (o chamado «kit de unhas») entrou em ação…

É realmente fantástico perceber que estes pocket-rockets do passado são mesmo máquinas infernais e que a sua condução nada tem a ver com a de um carro atual.

Apesar de ter igualmente performances fantásticas e uma potência do outro mundo, é tudo feito de uma forma simples e manual, onde o condutor é que tem as rédeas na mão e à mínima falha o resultado pode não ser o mais agradável.

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Enaltecer também a excelente caixa de velocidades que este carro possui: é bastante intuitiva. O carro quase que nos pede para o levarmos ás 6000 rpm, e só ai nos convida a passarmos para a mudança seguinte. A aceleração é simplesmente fantástica e o carro até aos 190 km/h ruge que nem um leão da savana no seu estado mais selvagem e perigoso.

Peugeot 205 GTI

Mas não há aceleração sem o mínimo de segurança, e ao contrario do «malvado alemão» (entenda-se Volkswagen Polo G40) que apenas possui um sistema de abrandamento — o chamado “abrandómetro” — , e umas pequeníssimas jantes BBS de 13″ calçadas com uns pneus que mais pareciam ser retirados de uma carroça, o 205 já vinha com outro tipo de equipamento.

De origem, na versão 1.6 vinham umas jantes de 14″ e pneus 185/60; já na versão 1.9 podíamos encontrar umas ainda magnificas jantes Speedline de 15″ que enfeitavam um imponente pneu 195/50.

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Isto para não dizer que possuía travões de disco ás quatro rodas (1.9) assim como uma suspensão independente atrás, coisa que muitos carros da época ainda nem sequer sonhavam ter.

Ainda nos faz suspirar

Para a época foi um verdadeiro rei, até no mundial de Ralis, com o espetacular 205 Turbo 16 Talbot Sport, a Peugeot deu cartas, vencendo dois anos seguidos o mundial de construtores com esses não menos espetaculares pilotos, Timo Salonen e Juha Kankkunen.

Peugeot 205 GTI

Podia escrever o que quisesse, dizer mal, dizer bem, tanto faz, mas como outrora outros disseram eu afirmo: “Enquanto outros apenas se conduzem… o 205 pilota-se”. Nunca se esqueçam disto quando estiverem perto de um, ou mesmo quando tiverem a oportunidade de o experimentar… vale mesmo a pena!

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Participação especial: André Pires, proprietário de um Peugeot 205 GTI.


Sobre o “Glórias do Passado.”. É a rubrica da Razão Automóvel dedicada a modelos e versões que de alguma forma se destacaram. Gostamos de recordar as máquinas que outrora nos fizeram sonhar. Embarca connosco nesta viagem no tempo aqui na Razão Automóvel.