A Audi resolveu dar mais um passo em frente, no que toca à inovação automóvel, com um conceito que não é novidade na indústria automóvel mas que traz grandes benefícios. Conheçam as novas molas em fibra de vidro da Audi.
Em paralelo com o investimento no desenvolvimento de motores cada vez mais eficientes e materiais compósitos que permitam reduzir peso, mas aumentar ao mesmo tempo a rigidez estrutural dos chassis e carroçarias, a Audi volta-se de novo para os materiais compósitos, para aplicação noutros componentes.
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A Audi está apostada em desenvolver e massificar esta tecnologia, tudo com um único propósito: salvar peso, melhorando por isso a agilidade e condução dos seus futuros modelos.
Esta é a nova coqueluche do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Audi: as molas de compressão helicoidais em fibra de vidro e polímero reforçado. Uma ideia que já tinha sido aplicada pela Chevrolet, no Corvette C4 em 1984.
A crescente preocupação com o peso suspenso, e com a influência do peso excessivo dos elementos da suspensão no desempenho e consumos, levou a Audi a apostar no desenvolvimento de esquemas de suspensão mais leves. Estes deverão trazer ganhos evidentes ao nível do peso, melhoria dos consumos e melhor resposta dinâmica dos seus modelos.
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Este esforço de engenharia da Audi, com Joachim Schmitt à frente do projeto, encontrou a parceria ideal na empresa italiana SOGEFI, a qual detém a patente conjunta da tecnologia com a marca de Ingolstadt.
Qual é que é a diferença para as molas convencionais em aço?
Joachim Schmitt põe-nos em perspetiva a diferença: num Audi A4, onde o conjunto de molas da suspensão no eixo da frente chega a pesar 2,66kg cada uma, as novas molas em fibra de vidro de polímero reforçado (GFRP), pesam apenas 1,53kg cada uma para o mesmo conjunto. Uma diferença de peso superior a 40%, com o mesmo nível de desempenho e vantagens adicionais das quais já vos iremos elucidar.
Como são produzidas estas novas molas em GFRP?
Voltando um pouco ao que são molas helicoidais de compressão, as mesmas são projetadas para acumular forças durante a sua compressão e exercê-las no sentido da sua expansão. São geralmente produzidas a partir de um arame de aço, com formato cilíndrico. Quando é necessário a aplicação de forças torsionais mais elevadas em espaços menores, os arames são moldados com outros formatos de entre os quais o helicoidal paralelo, formando assim uma espiral de cada uma das extremidades.
A estrutura das molas
A estrutura destas novas molas tem um núcleo que se desenvolve através de um rolo longo de fibra de vidro, entrelaçado e impregnado de resina epóxida, onde posteriormente uma máquina é responsável por envolver as espirais com fibras compósitas adicionais, em ângulos alternados de ±45°, relativos ao eixo longitudinal.
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Este tratamento compreende especial importância, uma vez que é através da interação entre estas camadas que se suportam mutuamente, que irá conferir à mola propriedades adicionais de compressão e torção. Desta forma as cargas de torção através da mola, são convertidas pelas fibras em forças de elasticidade e compressão.
A fase final de produção
Na fase final de produção, a mola ainda se encontra molhada e mole. É nesta altura que é introduzida uma liga metálica com uma baixa temperatura de fusão, sendo depois a mola em GFRP, cozida num forno a mais de 100°, para que a liga metálica se possa fundir em harmonia, com o endurecimento da fibra de vidro.
Quais as vantagens destas molas em GFRP, face às tradicionais em aço?
Para além da vantagem óbvia do peso em cerca de 40% por mola, as molas em GFRP, não são afetadas pela corrosão, nem mesmo depois de muitos quilómetros já com riscos e estalos evidentes na sua estrutura. Para além disto são totalmente impermeáveis, ou seja, resistentes à interação com outros materiais químicos abrasivos, como é o caso dos produtos de limpeza para jantes.
Outra das vantagens destas molas em GFRP, está relacionada com a sua fiabilidade e durabilidade, onde demonstraram em testes ser capazes de realizar 300 mil km sem perderem as suas propriedades elásticas, ultrapassando em larga escala a vida útil dos seus companheiros de conjunto de suspensão, os amortecedores.
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Este é o processo inicial com a qual a Audi tem produzido os seus protótipos de testes, antes de começar a produzir milhares destes componentes a nível anual.
Segundo a marca dos anéis, produzir estas molas em material compósito requer menos energia despendida face às tradicionais de aço, no entanto, o seu custo final é ligeiramente mais alto, sendo este um fator que poderá travar por mais uns anos a sua massificação. Até ao final do ano, a Audi deverá anunciar estas molas para um modelo de gama superior.
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A Audi aderiu às molas em fibra de vidro: saibam as diferenças
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