Alfa Romeo Stelvio: todos os detalhes (mesmo todos!)

O plano de Sergio Marchionne para transformar a Alfa Romeo na marca premium global da FCA teria de incluir um SUV, era inevitável. E o Stelvio é o primeiro SUV da Alfa Romeo, mas não será o último.

A expectativa é de que o Stelvio garanta resultados para a Alfa Romeo como o Cayenne garantiu para a Porsche ou o F-Pace está a garantir para a Jaguar. Apresentado em Los Angeles o ano passado na versão Quadrifoglio, hoje damo-vos a conhecer os Stelvio “civis”.

Uma questão de stilo

Ao falarmos em Alfa Romeo obrigatoriamente temos de falar em design e styling. Ainda mais quando se trata de um inédito SUV da marca do scudetto.

O Stelvio quer ser o SUV mais ágil e desportivo do segmento, mas conseguir uma aparência que expresse essa agilidade é uma missão difícil. A culpa é do excesso de volume característico dos SUV, que prejudicam as proporções. Do Giulia, o Stelvio retira os seus principais traços formais e elementos identificativos.

A distância entre eixos é idêntica ao Giulia (2.82 m), mas é mais comprido 44 mm (4.69 m), mais largo 40 mm (1.90 m) e uns substanciais 235 mm mais alto (1.67 m). Naturalmente, destaca-se do Giulia nos volumes e proporções.

O Stelvio é um dois volumes, a norma nos SUV, mas com um óculo traseiro de inclinação bastante pronunciada, é quase um SUV fastback.

Ganha, assim, um perfil algures a meio entre o convencional BMW X3 e o mais próximo de um coupé do BMW X4. De determinados ângulos, o Stelvio mais parece um segmento C encorpado, devido à ausência de uma área vidrada no pilar traseiro. Percepção que, esperemos, seja corrigida ao vivo. O resultado final é razoavelmente bem sucedido, apesar da ausência da fusão de elegância e dinamismo que esperamos dos melhores exemplares do styling italiano.

Leve como uma pena

Rivais como o Jaguar F-Pace ou o Porsche Macan, colocam a bitola elevada no capítulo dinâmico. O Stelvio, de acordo com a marca, é em primeiro lugar um Alfa Romeo e um SUV em segundo. Como tal, a marca não se poupou a esforços para conseguir o apuro dinâmico necessário.

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As suas fundações residem na plataforma Giorgio, estreada pelo Giulia, e este foi também o ponto de referência dinâmico. O objectivo é o de aproximar o Stelvio o mais possível deste. Um desafio interessante, já que o H-Point (altura da anca ao solo) do Stelvio é superior em 19 cm ao do Giulia, e isso tem implicações dinâmicas.

Os esforços concentraram-se na redução de peso e distribuição eficaz do mesmo. O uso extensivo de alumínio tanto na carroçaria, como na suspensão, até aos motores, e o eixo de transmissão em fibra de carbono colocam o Stelvio como peso pluma do segmento. Claro que, com 1660 kg, dificilmente o é, mas sendo 100 kg mais leve do que o F-Pace -um dos mais leves do segmento-, os esforços da marca são notáveis. Crucialmente, os 1660 kg são distribuídos equitativamente sobre ambos os eixos.

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Segundo a marca, tem a direcção mais directa do segmento e herda do Giulia o esquema de suspensões. À frente encontramos duplos triângulos sobrepostos e os denominados Alfalink atrás – na prática, uma derivação do tradicional multilink por parte da Alfa Romeo.

O Stelvio, para já, só está disponível com tracção às quatro rodas. Sendo que o sistema Q4 favorece o eixo traseiro, apenas enviando potência para o eixo da frente quando necessário. A Alfa Romeo quer garantir uma experiência de condução mais próxima possível de um tracção traseira.

Cuores sobrealimentados

As motorizações do Giulia Veloce são as que podemos encontrar inicialmente no Stelvio. Ou seja, o Otto 2.0 litros turbo com 280 cv às 5250 rpm e 400 Nm às 2250 rpm e o Diesel de 2.2 litros com 210 cv às 3750 rpm e 470 Nm às 1750 rpm.

O propulsor a gasolina lança o Stelvio até aos 100 km/h em apenas 5.7 segundos, com o Diesel a necessitar de mais 0.9 segundos . Os consumos e emissões oficiais são de 7 l/100km e 161 g CO2/km para o Otto, e de 4.8 l/100km e 127 g CO2/km para o Diesel.

O número de motorizações será alargado a uma variante de 200 cv do 2.0 litros a gasolina e a uma de 180 cv do 2.2 litros Diesel. A transmissão é efectuada às quatro rodas e exclusivamente através de uma caixa automática de oito velocidades. Uma versão de duas rodas motrizes estará disponível mais tarde, associada ao 2.2 Diesel de 180 cv.

Vocação familiar

O anúncio oficial de que não haveria uma carrinha Giulia, faz com que o Stelvio assuma o papel de familiar. O volume extra do Stelvio reflecte-se no espaço disponível. A capacidade da bagageira é de 525 litros, acessíveis através de um portão de accionamento elétrico.

No interior, a familiaridade é grande, com o painel de instrumentos a parecer decalcado do Giulia. Como não poderia deixar de ser, estão presentes o Alfa DNA e o sistema de infoentretenimento Alfa Connect. O primeiro permite escolher entre os modelos de condução Dynamic, Natural e Advanced Efficiency.

O segundo, totalmente integrado no painel de instrumentos, apresenta-se através dum ecrã de 6.5 polegadas, ou, em opção, um de 8.8 polegadas e com navegação 3D, controlados por um comando rotativo na consola central.

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O Alfa Romeo Stelvio já tem uma versão disponível em Portugal, a First Edition, por 65 mil euros. O 2.2 diesel inicia-se nos 57200 euros. Não nos é possível ainda confirmar quando chegam os outros Stelvio ao nosso país, ou os seus preços.

Quando chegar, poderemos escolher entre 13 cores e 13 jantes distintas com tamanhos entre as 17 e 20 polegadas. Entre os vários equipamentos disponíveis podemos encontrar o Integrated Brake System (IBS) que combina o controlo de estabilidade com o servo freio, o sistema de travagem automática com detecção de peões, ou o cruise control ativo.

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Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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