O Goodwood Revival concentra muitos dos motivos que nos fazem gostar de automóveis. O cheiro a gasolina, o design, a velocidade, a engenharia… Goodwood Revival tem tudo isso em doses indústrias.
Portanto, à primeira vista, o acidente de um Ferrari 250 GT0/64 (no vídeo em destaque) devia ser um momento triste. E é. Mas também é um momento que deve ser celebrado.
Porquê?
Como sabemos, o valor de um Ferrari 250 GTO/64 supera vários milhões de euros, e a sua reparação nunca ficará abaixo das dezenas de milhares de euros. E vamos celebrar uma tragédia material desta envergadura?
Não estamos a celebrar o acidente em si, que nada tem de positivo. Estamos, isso sim, a celebrar a coragem de pilotos como Andy Newall, que mesmo pilotando um dos Ferrari mais caros da história não se coibiu de ir rápido. Muito rápido. Demasiado rápido…
Devemos celebrar este momento porque é cada vez mais raro ver automóveis desta natureza a cumprirem a sua raison d’être: correr. Correr o mais rápido possível. Derrotar o cronómetro. Ultrapassar o adversário. Vencer.
A maioria destes carros estão a ser roubados do seu habitat natural: os circuitos. Trocando o alcatrão selvagem pelo cativeiro de uma garagem, aguardando pacientemente a valorização no mercado dos clássicos de luxo. É uma tristeza. Estes carros pertencem às pistas.
Há alguma coisa mais bela do que um automóvel de competição a cumprir o seu desígnio? Claro que não. Cheers!
E já que falamos de beleza, vejam este «show» de condução dado por Patrick Blakeney-Edwards ao volante de um Owlet de 1928.
Este fim de semana publicamos um artigo com as melhores imagens captadas por nós no Goodwood Revival, pela lente de João Faustino.
Sem comentários
Porque é que devemos celebrar o acidente deste Ferrari 250 GTO/64?
Um acidente de milhares de euros num modelo que vale milhões. E nós batemos palmas.
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