Crónicas Imortalizar o prazer de conduzir

SpaceX

Imortalizar o prazer de conduzir

Elon Musk é louco. Acredita que pode mudar o mundo. A verdade é que está a conseguir, e pelo meio ainda fez uma bela homenagem a um dos maiores prazeres do Homem: conduzir. Meter um carro no Espaço não foi absurdo, foi lindo.

Elon Musk tem 46 anos e é sul-africano. Licenciou-se na Universidade de Stanford, tem seis filhos e foi casado três vezes. Com apenas 11 anos já tinha celebrado o seu primeiro negócio: vendeu um videojogo integralmente desenvolvido por si a uma empresa. Ganhou 500 dólares com o negócio.

Aos 28 anos já era multimilionário.  Fundou a SpaceX, uma empresa privada que está a fazer história no que diz respeito à exploração espacial e, entre muitas outras empresas, fundou a Tesla, uma marca de automóveis (e não só…) que lidera a ofensiva 100% elétrica nos segmentos mais altos. Escrever “notável” é pouco…

Ontem, como deves ter dado conta (é impossível não ter dado conta…) este homem lançou com sucesso uma nova geração de foguetões espaciais apelidada de Falcon Heavy. Dentro da sua cápsula de transporte seguia um Tesla Roadster, o primeiro elétrico da marca. A missão foi um sucesso: o Tesla Roadster ficou em órbita e os foguetões do Falcon Heavy regressaram à Terra.

Um momento marcante

Poucos de nós viveu e presenciou a «corrida espacial», entre os EUA e a URSS. Época em que a humanidade colou-se ao pequeno ecrã para ver o homem chegar à Lua.

O momento.

Mas parece-me que todos nós vamos assistir à «corrida a Marte». Ontem a humanidade, agarrada a ecrãs ainda mais pequenos, assistiu a mais um passo nesse sentido. E não podia ter sido um passo mais belo.

Bem sei que o momento alto da primeira missão do Falcon Heavy foi a aterragem dos foguetões. Mas o meu imaginário ficou em órbita, juntamente com o Tesla Roadster.

Durante os próximos biliões de anos, este carro vai deambular pelo espaço com um boneco ao volante que representa o Homem. O boneco tem um braço apoiado na porta e outro no volante.

Não podia ser uma visão mais romântica. Aquele boneco parece um de nós, numa viagem daquelas que nem nós sabemos para onde vamos nem quando vamos voltar – faz-me lembrar este dia que partilhei convosco aqui.

Se algum dia aquele carro for encontrado por alguma forma vida extraterrestre inteligente, vai ficar com a melhor impressão da humanidade que nós podíamos desejar. O nosso espírito intrépido, que não teme o desconhecido, que gosta de aventura, que ama a liberdade e sorri perante a novidade está ali representado. Estamos ao volante e somos senhores do nosso destino, ainda que não tenhamos um rumo definido.

No ecrã podemos ler “Don’t Panic”.

Pouco objetos corporizam o espírito da humanidade da mesma forma que o automóvel.

Não deixa de ser irónico que seja o mesmo homem, Elon Musk, que iniciou os primeiros passos significativos rumo à condução autónoma, que esteja a imortalizar o prazer que a humanidade tem na condução, através de uma das suas criações. Elon Musk é louco. Acredita que pode mudar o mundo, e está a conseguir. E com isso faz-nos acreditar que nós também podemos fazer a diferença…

Boas curvas!