Clássicos Lembras-te deste? Mercedes-Benz E 50 AMG (W210)

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Lembras-te deste? Mercedes-Benz E 50 AMG (W210)

Hoje o espaço "lembras-te deste" dedica-se a um modelo alemão. Transitamos de toda emotividade italiana do Alfa Romeo 156 GTA, para a racionalidade alemã com o Mercedes-Benz E 50 AMG (W210).

Mercedes-Benz E 50 AMG

Mercedes-Benz E 50 AMG (W210) é o segundo filho legítimo*, nascido da relação entre a Mercedes-Benz e a AMG — o primeiro foi o Mercedes-Benz C 36 AMG. Como sabes, até 1990 a AMG era um preparador 100% independente da Mercedes-Benz. Só daquele ano em diante é que as relações entre estas duas marcas, começaram a estreitar-se de forma oficial.

Um caminho que culminou com a aquisição de todo o capital da AMG pela Daimler AG (proprietária da Mercedes-Benz), em 2005. Desde então nunca mais se separam…

Fora do casamento nasceram alguns modelos interessantes, como o Hammer e o Porco Vermelho — e outros, que a AMG certamente não gostará de recordar. Mas dentro do casamento um dos primeiros foi mesmo o Mercedes-Benz E 50 AMG (W210), lançado no mercado em 1997.

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Mercedes-Benz E 50 AMG
Traseira do Mercedes-Benz E 50 AMG.

Porquê recordá-lo?

Olhem para ele. O Mercedes-Benz E 50 AMG é o exemplo perfeito da transição da Mercedes-Benz, tradicional e clássica, da década de 80, para a Mercedes-Benz do Séc. XXI, mais moderna, tecnológica e dinâmica. Pela primeira vez no Classe E, começou-se a abandonar as formas quadradas em detrimento de formas mais arredondadas. Mantendo-se, ainda assim, todo o ADN Mercedes-Benz.

Estética à parte, há coisas que não mudam. Já naquela altura, os modelos nascidos sob o manto da AMG eram algo de especial — ainda hoje vigora na Mercedes-AMG o princípio «um homem, um motor», que é como quem diz: há um responsável por cada motor. Assiste a este vídeo:

Em termos de performance, os primeiros Mercedes-Benz com assinatura AMG, mais do que procurarem prestações avassaladoras em pista, estavam focados em oferecer uma experiência de condução confortável em estrada, e que ao mesmo tempo fizesse o condutor sentir-se «poderoso».

Essa sensação de poder decorria diretamente do motor 5.0 V8 atmosférico, capaz de desenvolver 347 cv de potência e 480 Nm de binário máximo logo às 3750 rpm. Números mais que suficientes para atingir os 250 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente). Mais tarde, em 1999, surgiu a evolução deste modelo, o E 55 AMG.

Mercedes-Benz E 50 AMG
O motor do Mercedes-Benz E 55 AMG.

Na ficha técnica, os ganhos parecem tímidos — a potência subiu 8 cv e o binário máximo 50 Nm — mas em estrada a conversa era outra. Além destas alterações mecânicas, a AMG também operou melhorias na geometria da suspensão para garantir um comportamento dinâmico mais correto. Venderam-se mais de 12 000 unidades deste modelo, um valor muito expressivo.

Por dentro encontramos, quanto a mim, um dos interiores mais elegantes da indústria automóvel. Uma consola perfeitamente arrumada, de linhas direitas, coadjuvada por uma montagem irrepreensível e materiais da melhor qualidade. Apenas a conjugação de cores é que não foi muito feliz…

Interior do Mercedes-Benz E55 AMG.

Sem dúvida, um casamento feliz que tem dado excelentes frutos. E o melhor é que a história continua até aos dias de hoje. A família continua a crescer e nós já testámos um dos mais recentes «filhos» desta relação.

*Antes deste E 50 AMG, a Mercedes-Benz comercializou uma versão E 36 AMG, porém teve uma produção muito limitada. Tão limitada que decidimos não a considerar.

Mercedes-Benz E 50 AMG
Senhor da estrada.

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Sobre o “Lembras-te deste?”. É a nova rubrica da Razão Automóvel dedicada a modelos e versões que de alguma forma se destacaram. Gostamos de recordar as máquinas que outrora nos fizeram sonhar. Embarca connosco nesta viagem no tempo, semanalmente aqui na Razão Automóvel.