Notícias Elétricos com autonomia “reduzida” na passagem do NEDC para o WLTP

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Elétricos com autonomia “reduzida” na passagem do NEDC para o WLTP

O novo e mais exigente ciclo de testes WLTP faz subir as emissões oficiais dos carros com motores a combustão, mas também reduz a autonomia dos elétricos.

Tomada carregamento híbrido plug-in

O novo protocolo de testes WLTP tem causado todo o tipo de distúrbios na indústria. Temos noticiado sobre o fim de algumas motorizações, a revisão de outras, e a suspensão temporária da produção de vários modelos para poderem ser devidamente e novamente homologados.

Quando comparado com o NEDC, o WLTP resulta num teste mais longo e exigente, efetuado a velocidades mais elevadas, com o objetivo de aproximar os resultados de laboratório aos verificados em condições reais.

Resultado? Se, tecnicamente, não afetará em nada os consumos reais dos nossos automóveis, a nível oficial veremos os consumos e emissões apresentados pelos construtores subirem em média 15%, com consequências potencialmente negativas para os consumidores — a fiscalidade automóvel tem nas emissões de CO2 uma das principais parcelas para o seu cálculo.

NEDC para WLTP
As principais diferenças entre o NEDC e o WLTP

Mas, se os consumos e emissões oficiais sobem nos automóveis com motores de combustão interna, o que acontece nos automóveis 100% elétricos?

Independentemente do grupo motriz usado, todos os automóveis vendidos — puramente térmicos, híbridos ou elétricos — têm de passar pelos mesmos testes. Logo, expetavelmente, também veremos os consumos oficiais dos elétricos — medidos em kWh/100 km — subirem, com a respetiva descida das autonomias máximas anunciadas.

Conheçamos as diferenças entre as autonomias oficiais de alguns automóveis elétricos de acordo com o ciclo NEDC e WLTP.

BMW i3 94 Ah

De acordo com o ciclo NEDC, o BMW i3 é capaz de percorrer 300 km com uma só carga, ou 290 km quando equipado com as rodas de 20″. No ciclo WLTP os valores descem para 255 km ou 235 km (jantes 20″) em ciclo combinado, mas a marca alemã avança com um valor de até 200 km em utilização diária — 20 ºC de temperatura exterior, aquecimento/ar condicionado, climatização prévia e modo de condução COMFORT.

BMW i3 e BMW i3s
BMW i3 e BMW i3s

Com extensor de autonomia, os valores são de 235 km e 225 km (jantes 20″) no ciclo NEDC, 200 km e 190 km em WLTP, mas com o auxílio do motor de combustão, a autonomia prevista pela BMW aumenta para 330 km.

Nissan Leaf

A segunda geração do Nissan Leaf encontra-se no mercado há pouco tempo, e um dos argumentos é a sua superior autonomia relativamente à primeira geração. Foram anunciados 378 km de autonomia com o ciclo NEDC, mas os valores WLTP, já anunciados pela marca, são manifestamente inferiores: 285 km (jantes 16″) e 270 km (jantes 17″). No entanto, em ciclo urbano, a Nissan anuncia para o Leaf cerca de 415 km e 389 km, para os modelos com jantes de 16″ e 17″, respetivamente.

NISSAN LEAF 2018 PORTUGAL

Renault ZOE Z.E. 40

O Renault ZOE introduziu o ano passado um novo pack de baterias de 41 kWh, resultando num salto de 240 km para 400 km (ciclo NEDC). Mas a própria Renault referia que os 400 km corresponderiam a 300 km reais. Ainda não dispomos de todos os dados, mas com a recente apresentação do mais potente motor R110 em Genebra, o ZOE anuncia valor idêntico de autonomia de acordo com o WLTP, aos 300 km referidos pela Renault anteriormente.

Renault Zoe
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Jaguar I-PACE

Neste caso, faremos o exercício inverso. O Jaguar I-PACE foi anunciado como tendo 480 km de autonomia, mas já de acordo com o ciclo WLTP. Caso a autonomia fosse de acordo com o ciclo NEDC, o novo I-PACE apresentaria 543 km de autonomia.

Apesar de os valores mais realistas que o ciclo WLTP permite, mesmo assim, variarão relativamente aqueles que vamos obter em condições reais. Tal como nos motores de combustão, desde o nosso estilo de condução, às condições de tráfego, à temperatura exterior, tudo influencia os consumos, seja de hidrocarbonetos ou de eletrões.

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Jaguar I-Pace. Simplesmente o melhor elétrico que já conduzi