Primeiro Contacto Maserati Levante. Já conduzimos o pretendente ao trono do Porsche Cayenne

Chega em Julho

Maserati Levante. Já conduzimos o pretendente ao trono do Porsche Cayenne

Aproveitando (mais) uma apresentação da marca Maserati em Portugal, experimentámos o Maserati Levante, o suposto rival do Porsche Cayenne. Eis como correu.

Maserati Levante em Cascais

O convite destinava-se a participar em mais uma ação da Maserati Ibéria, centrada na passagem por Portugal do novo veleiro Maserati Multi70. Embarcação que, capitaneada pelo skipper italiano Giovanni Soldini, bateu, já este ano, o recorde da chamada Rota do Chá.

Caso nunca não tenhas ouvido falar (e é bem possível…), trata-se de uma rota marítima que, passando pelo Cabo Horn, liga Hong-Kong a Londres, num total de 15 083 milhas marítimas, praticamente 24 274 quilómetros. Distância que o trimaran Maserati conseguiu cumprir, com uma tripulação de apenas cinco pessoas, em apenas 36d2h37min12s — basicamente, menos 5d18h49min22s que a anterior marca.

Além da oportunidade de viver a experiência de velejar, ao largo de Cascais, a mais de 40 nós — perto de 75 km/h, uma velocidade impressionante sobre a água —, a verdade é que, pelo menos para nós, o programa tinha ainda uma outra aliciante: poder testar, também pela primeira vez, o primeiro SUV da marca do tridente, o Maserati Levante.

Impossível recusar, não te parece?

O momento (há muito) esperado

Cumprida a experiência, também ela única, de quase voar sobre a água, participando inclusivamente nas tarefas a bordo — se pensas que é mais difícil mudar uma roda, que dar tensão a uma vela, enganas-te!… —, foi ainda de cabelos em pé, culpa do vento forte ao largo de Cascais — não de qualquer pingo de medo!... —, que o convite surgiu: conduzir cada um dos modelos da gama Maserati que estavam à disposição no evento.

Presentes na Marina de Cascais, apenas, no entanto, o mais familiar Quattroporte, o desportivo Ghibli e o SUV Levante. Até porque tanto o GranTurismo e o GranCabrio têm morte já anunciada, enquanto o muito desejado Alfieri, já anunciado e confirmado, tarda em aparecer.

Não interessa! Levante, já!…

Maserati Levante MY18 e Maserati Multi 70

O luxo à italiana

Já de chave na mão (pesada!…), “corremos” para aquele que é o primeiro SUV na história da marca de Modena e que, não teve um nascimento propriamente fácil: apesar da vontade dos responsáveis da marca italiana de colocar o seu modelo de estreia no segmento a competir com pesos pesados como o Porsche Cayenne, foram vários os atentados ao bom nome do modelo, com quatro recall, só nos primeiros tempos de vida.

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Junto ao imponente SUV (são mais de cinco metros de carro!…), o esquecer, no entanto, de todas estas notícias menos abonatórias, com o modelo a “piscar-nos o olho”, desde logo, através de uma frente particularmente poderosa. Mas também de pormenores deliciosos, como o emblema do tridente no generoso pilar traseiro, as quatro ponteiras de escape ou os vidros das portas sem moldura — isto, numa clara alusão à faceta desportiva deste SUV.

Já sentados aos comandos desta “embarcação”, a evidência clara do luxo proporcionado por um modelo que, em Portugal, pode ainda receber uma de duas linhas de equipamento, GranLusso e GranSport, com as sensações a fazerem-se notar através dos muitos materiais de qualidade. Revestimentos em pele, Alcantara e metal, acompanhados de pormenores diferenciadores, como é o caso da colocação do botão da ignição à esquerda do volante (tal como, aliás, na Porsche), do pequeno relógio analógico na parte superior ao centro do tablier, ou ainda do ecrã tátil a cores de 8″, parte do novo sistema de info-entretenimento, já compatível com Apple CarPlay e Android Auto.

Desportivo, sim; mas q.b.

Confortavelmente sentados aos comandos do Levante e tendo perante nós um volante multiregulável e de óptima pega, pressionamos então o botão Start para ouvir pela primeira vez a motorização escolhida: o best-seller 3.0 V6 turbodiesel de 275 cv e 600 Nm, cuja prestações passam pelos 230 km/h de velocidade máxima e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 6,9s, com um consumo prometido de 7,2 l/100 km (NEDC). Uma proposta que, só no nosso país, representa a quase totalidade dos Maserati Levante vendidos, com o próprio SUV a significar cerca de metade das vendas dos dois concessionários (Lisboa e Porto) que existem em território nacional.

Equipado de série com sistema de tração integral inteligente Q4, suspensão adaptativa, caixa automática ZF de oito velocidades e, a partir de agora, ainda mais sistemas de segurança e ajuda à condução — manutenção na faixa de rodagem, apoio à condução em autoestrada, deteção do ângulo morto e reconhecimento de sinais de trânsito, são as maiores novidades —, a confirmação de um SUV que dá gosto e prazer conduzir, não somente devido à forma como o condutor é tratado no interior (ainda que numa posição alta), mas também pela forma suficientemente informativa como os generosos pneus contatam com o alcatrão. Com a direção, embora nunca perdendo um certo toque aveludado, a garantir igualmente informação suficiente da posição das rodas e das irregularidades do piso.

Veloz, despachado e com uma ótima insonorização – e ainda bem, já que o motor, nem mesmo com o Sport ligado, consegue disfarçar um trabalhar algo rude… —, só não ficámos totalmente rendidos, com a pouca capacidade da suspensão para, em trajetos mais sinuosos e a velocidades mais elevadas, anular as transferências de massas. Deixando sempre escapar, oscilações da carroçaria, ainda que com o trem a manter-se firme no trajeto previamente delineado. Um pouco como a dizer: “Desportivo? Sim, mas com calma! É que isto de ser mais alto e pesado também tem que se lhe diga!…”

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Caro… mas a pagar Classe 1

Já a terminar — o contacto… e este texto —, tempo ainda para um pequeno desvio do trajeto delineado, por um curto caminho em terra, em plena Serra de Sintra, apenas para confirmar a mais-valia de um compêndio tecnológico que prevê, inclusivamente, a possibilidade de elevar a carroçaria do Maserati Levante até mais 40 mm, face aos 207 mm que é a distância “normal”. O que também ajuda a justificar um preço que começa perto dos 114 mil euros.

Posicionado como um concorrente direto da referência Porsche Cayenne, o Maserati Levante não o consegue, no entanto, superar — no universo destes SUV mais dinâmicos, o rival alemão é mais eficaz e mais envolvente na condução.

Argumentos que nem mesmo com o facto do SUV italiano pagar apenas Classe 1 nas portagens, consegue ultrapassar…

 

Maserati Levante. Já conduzimos o pretendente ao trono do Porsche Cayenne

Primeiras impressões

7/10
Esteticamente cativante, com excelentes materiais e oferecendo uma ótima habitabilidade, o Levante é o modelo que a Maserati simplesmente não poderia deixar de ter. Ainda para mais Diesel, argumento que o torna particularmente apetecível aos olhos dos portugueses, mesmo que não o aproximando da referência que continua sendo o Porsche Cayenne.

Data de comercialização: Julho 2018

Prós

  • Estética exterior
  • Sensação de luxo no interior
  • Classe 1 nas portagens

Contras

  • Suspensão permissiva mesmo em modo desportivo
  • Sonoridade do motor Diesel
  • Visibilidade traseira
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