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ACAP e ACP reagem às declarações do Ministro do Ambiente sobre o Diesel

Em comunicados divulgados hoje, tanto a ACAP como o ACP reagiram à declarações do Ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes, acerca do futuro dos carros com motor Diesel.

Diesel emissões de co2

Tudo começou com uma entrevista dada pelo Ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes, à Antena 1 e ao Jornal de Negócios. Nesta, Pedro Matos Fernandes afirmou que “Hoje é muito evidente que quem comprar um carro Diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.

Na mesma entrevista, o Ministro do Ambiente declarou que “Na próxima década não vai fazer sentido comprar um carro a gasóleo porque já serão muito próximos dos valores de aquisição de um carro elétrico”.

No entanto, Pedro Matos Fernandes rejeitou a criação de um sistema de abate de carros a gasóleo por troca de um elétrico, afirmando não conhecer nenhum país no qual os subsídios para a aquisição de um veículo elétrico sejam muito maiores aos existentes em Portugal (2250 euros por cada automóvel elétrico novo).

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As reações

Como seria de esperar, estas declarações não só vieram lançar a confusão e a polémica no setor automóvel como levaram ao surgimento de diversas reações.

Entre as associações que decidiram apoiar as declarações de Pedro Matos Fernandes, encontra-se a associação ambientalista Zero, que em declarações à Lusa afirmou que “a perspetiva do Ministro do Ambiente está em completa consonância com a perspetiva que temos em relação à evolução da tecnologia automóvel no futuro próximo”.

Por sua vez, a ACAP emitiu um comunicado onde afirma que as declarações do Ministro do Ambiente não só não têm correspondência com a realidade como não existe qualquer regulamentação europeia que aponte no sentido das mesmas. No mesmo comunicado, a ACAP refere que, apesar de 40% dos modelos anunciados para 2021 terem prevista uma versão eléctrica, a transição para os automóveis elétricos deverá ser gradual.

Já o ACP, acusa o Ministro do Ambiente de desconhecimento, afirmando que “A “eficiência” que defende para a eletrificação automóvel esbarra de frente com a realidade e com a economia nacional”. O ACP recorda ainda que “A tecnologia Euro 6 em vigor e a Euro 7, obrigatória em 2023, garantem emissões drasticamente mais reduzidas o que significa que a combustão está para ficar, mais eficiente e ambientalmente sustentável”.

Outra das associações que se juntaram às críticas feitas às declarações do Ministro do Ambiente foi a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), que num comunicado divulgado afirma que a declaração de Matos Fernandes “não tem qualquer base técnica e só pode ser entendida num contexto político desfasado da realidade do setor automóvel”.

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Automóveis

Parque automóvel envelhecido é um problema

A Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) aproveitou ainda para lamentar o facto de o Ministério do Ambiente ter “sucessivamente rejeitado a implementação de um programa de incentivo ao abate de veículos” que permitisse uma renovação do parque automóvel que conta com uma média de idades de 12,6 anos.

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Já o ACP, questionou o ministro acerca dos planos existentes para assegurar que a rede elétrica está preparada para um consumo massivo associado ao aumento de automóveis elétricos ou acerca de como será produzida a energia elétrica necessária sustentar as necessidades de mobilidade pública e privada.

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Mercado cresceu mas continua pequeno

Por fim, a ACAP aproveitou ainda para referir que, apesar de a percentagem de vendas de automóveis elétricos ter tido um crescimento de 148% no ano passado e de Portugal ser o terceiro país da União Europeia com maior percentagem de vendas de automóveis elétricos, estes apenas correspondem a 1,8% do mercado nacional, sendo que mesmo juntando à equação os híbridos plug-in, as vendas não ascendem a mais de 4% do total do mercado.

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