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Fusão entre a FCA e a Renault? Esqueçam, já não vai acontecer

Foi a própria Fiat Chrysler Automobiles a bater com a porta sobre uma potencial fusão entre a FCA e a Renault. Porquê esta decisão?

Renault Clio e Fiat 500

Caso avançasse, seria a notícia do mundo automóvel do ano. A fusão entre a FCA e a Renault resultaria num dos maiores grupos automóveis mundiais e permitiria a ambas as empresas economias de escala massivas para melhor enfrentar os desafios correntes da indústria automóvel: eletrificação, condução autónoma e conectividade.

A proposta enviada pela Fiat Chrysler Automobiles à Renault, propondo uma fusão em partes iguais, foi amplamente escrutinada por parte do grupo francês, tendo ainda ontem emitido um comunicado em que referia a contínua análise da proposta, mas com a decisão a ser adiada devido a um “pedido expresso pelos representantes do estado francês para adiar o voto”.

Convém recordar que o estado francês detém 15% da Renault, pelo que qualquer tomada final de decisão teria de passar também por este.

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Renault Mégane R.S. Trophy

Após um dia de intensas reuniões entre as várias partes — FCA, Renault, Nissan, representantes do estado francês —, que culminaria com a votação de avançar ou não com a fusão, o estado francês, como referimos, quis adiar o voto.

A razão por trás do pedido de adiamento, de acordo com o que é reportado pela Automotive News, deve-se, sobretudo, ao governo francês tentar persuadir a Nissan para também apoiar e aprovar a fusão — ao que tudo indica, a Nissan absteve-se na votação —, necessitando de mais alguns dias para as necessárias conversações entre as duas partes.

A FCA recusou o adiamento e após uma reunião ontem à noite pela sua administração, presidida por John Elkann, o seu chairman, foi tomada a decisão de retirar a proposta de fusão com a Renault com efeitos imediatos.

Fiat 500X, Fiat 500, Fiat 500L

O comunicado emitido pela FCA é claro sobre o porquê desta decisão, apesar de esta continuar convencida que a proposta de fusão continua a fazer todo o sentido, considerando o contexto atual:

No entanto, ficou claro que não existem correntemente condições políticas em França para esta combinação se processar com sucesso.

De todas as condições que o governo francês pretendia, apenas falhou a falta de suporte explícito da Nissan, o parceiro da Renault na Aliança, o que levantou dúvidas sobre a futura relação entre os dois construtores, se é que haveria tal relação no futuro.

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O governo francês procurava também mais influência da nova empresa resultante da fusão e mais garantias de manutenção de empregos.

Terá a FCA tomado uma decisão precipitada? Será que a fusão entre a FCA e a Renault não estaria já “condenada” desde o início, devido precisamente ao período delicado que a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi está a passar pós-detenção de Carlos Ghosn?

O que é certo é que a fusão entre a FCA e a Renault já não vai para a frente.

Fonte: Automotive News.