Ensaio O melhor de dois mundos? Testámos a Mercedes-Benz Classe C Station Diesel híbrida plug-in

Desde 57 600 euros

O melhor de dois mundos? Testámos a Mercedes-Benz Classe C Station Diesel híbrida plug-in

A Mercedes-Benz C 300 de Station oferece os consumos de um Diesel e a possibilidade de circular em modo 100% elétrico. Mas será que é a melhor opção? Fomos descobrir.

Mercedes-Benz C 300 de Station
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Numa altura em que a eletrificação está na ordem do dia e os híbridos plug-in se parecem multiplicar como os cogumelos depois de uns dias de chuva, a Mercedes-Benz C 300 de Station representa uma interpretação muito própria do conceito híbrido plug-in.

É que ao contrário das outras marcas, a Mercedes-Benz continua a acreditar no conceito de um híbrido com motor Diesel e, para além de oferecer esta solução no Classe E e, mais recentemente, no GLE também a oferece no mais pequeno Classe C.

Com a promessa de circular com zero emissões em meio urbano, cortesia do motor elétrico de 122 cv alimentado por uma bateria de iões de lítio com 13,5 kWh de capacidade, e de alcançar os consumos típicos de um Diesel em estrada aberta, a Mercedes-Benz C 300 de Station parece conjugar, à primeira vista, o melhor de dois mundos. Mas será que consegue mesmo fazê-lo?

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Mercedes-Benz C 300 de Station
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Esteticamente, a C 300 de Station não acusa o passar dos anos e continua com um visual distinto e atual, principalmente quando equipada com a opcional (mas quase obrigatória) “linha de design interior e exterior AMG”. Pessoalmente, gosto do estilo da carrinha alemã e considero a cor azul metalizada da unidade ensaiada um opcional obrigatório.

No interior da C 300 de Station

Uma vez no interior da Mercedes-Benz C 300 de Station a primeira coisa que nos salta à vista é a qualidade de construção e dos materiais que faz do habitáculo da carrinha alemã um local acolhedor.

Quanto à ergonomia, apesar do visual minimalista do tablier, esta revelou-se em bom plano. A climatização continua a contar com comandos físicos, não faltam formas de aceder e navegar pelo muito completo (se bem que, por vezes, algo confuso) sistema de infotainment — ainda não é o mais recente MBUX que já vimos noutros Mercedes —e é só de lamentar o acumular funções numa só haste (piscas e limpa pára-brisas) — a haste da direita, como é habitual, é a que controla a caixa automática.

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Mercedes-Benz C 300 de Station
O interior do C 300 de Station mantém-se atual, mesmo tendo em conta que a atual geração do Classe C foi lançada em 2014. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

No que diz respeito ao espaço habitável, apesar de haver espaço para quatro adultos viajarem com conforto, o túnel central desaconselha seriamente a que se transporte um terceiro passageiro.

Quanto à bagageira, e tal como constatámos nos Classe E nas idênticas versões híbridas plug-in, devido ao facto de ter de acomodar a bateria, esta ganhou um inconveniente “degrau” e perdeu capacidade, descendo dos 460 l para os 315 l.

Mercedes-Benz C 300 de Station
A bagageira conta apenas com 315 litros de capacidade. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Ao volante da C 300 de Station

Apresentado o interior da C 300 de Station, chega a hora de a pôr à prova e descobrir se a carrinha alemã consegue cumprir tudo aquilo que promete.

Com cinco modos de condução — Sport+, Sport, Eco, Comfort e Individual — a C 300 de Station impressiona em todos eles pela sua desenvoltura, no entanto, não posso deixar de elogiar o modo “Eco”.

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Mercedes-Benz C 300 de Station
O modo “Eco” está muito bem calibrado, conjugando bem consumos e prestações. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Sejamos honestos, muitas vezes os modos “Eco” revelam-se frustrantes, “castrando” o motor, dando a ideia de que sempre que aceleramos este pergunta “Queres mesmo acelerar? Tens a certeza? Olha os consumos!”.

Ora, na C 300 de Station isto não acontece. A resposta é célere e temos uma entrega linear e rápida dos 306 cv de potência total combinada. Já nos restantes modos, as prestações tornam-se ainda mais impressionantes, fazendo-nos até esquecer que a C 300 de Station pesa perto de duas toneladas e tem um motor Diesel.

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Mercedes-Benz C 300 de Station
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

O que não nos deixa esquecer de que temos um motor Diesel debaixo do capot são os consumos. Enquanto não esgotamos a capacidade da bateria — a gestão desta faz com que isto aconteça mais depressa do que o desejável —, estes são bastante baixos, andando na casa dos 2,5 l/100 km em cidade com o modo híbrido selecionado. São quatro os modos disponíveis, híbrido, elétrico, poupança de carga de bateria (podemos salvar a carga disponível para usar mais tarde), e carga (o motor Diesel serve também como gerador, carregando a bateria).

Já quando selecionamos o modo de poupança da carga da bateria os consumos ficam-se entre os 6,5 e os 7 l/100 km, mesmo quando nos deixamos entusiasmar pelo facto de a C 300 de Station contar com tração traseira e 306 cv.

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Mercedes-Benz C 300 de Station
Na consola central existe um botão que permite escolher se queremos circular em modo elétrico, híbrido, se queremos recarregar a bateria recorrendo ao motor de combustão e ainda se queremos guardar a carga da bateria para usar mais tarde. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Por fim, falta apenas referir o comportamento dinâmico da Mercedes-Benz C 300 de. Mesmo com apenas duas rodas motrizes esta revela-se sempre mais focada na eficácia do que na diversão. Confortável e segura, a C 300 de tem nas longas tiradas em autoestrada o seu habitat natural, sendo que quando chega à cidade tem no motor elétrico o aliado ideal.

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É o carro certo para mim?

Pessoalmente, acho mesmo que a Mercedes-Benz C 300 de Station está muito perto de ser “o melhor de dois mundos”. Capaz de conciliar os bons consumos de um Diesel com a possibilidade de circular em modo 100% elétrico, apenas lamento que não haja uma maior aposta nesta solução.

Mercedes-Benz C 300 de Station
No exterior os detalhes que diferenciam esta versão híbrida plug-in pautam-se pela descrição. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

E se é verdade que os híbridos plug-in dificilmente se encaixam nas rotinas de todos — afinal de contas é preciso ganhar não só o hábito de os recarregar, como também ter acesso fácil a pontos de carregamento —, a verdade é que a Mercedes-Benz C 300 de Station se apresenta como uma boa escolha para quem acumula muitos quilómetros por mês.

Com a economia típica de um Diesel e a possibilidade de percorrer até 53 km em modo 100% elétrico, a C 300 de Station conta ainda entre os seus argumentos uma qualidade geral assinalável e um bom nível de conforto. Pena é a perda de capacidade da bagageira, mas, como diz o ditado, “não há bela sem senão”.

O melhor de dois mundos? Testámos a Mercedes-Benz Classe C Station Diesel híbrida plug-in

Mercedes-Benz C 300 de Station

7/10

Bem construída, económica (mesmo sem ser em modo híbrido), potente e confortável, a Mercedes-Benz C 300 de Station parece servir como um atestado de que a "teimosia" da marca alemã nos híbridos plug-in Diesel até é capaz de fazer algum sentido. Em vez de "ir na cantiga" da demonização dos Diesel, a Mercedes-Benz decidiu juntar estes motores a uma solução que é vista como o futuro (a eletrificação) e o resultado final foi uma proposta que se revela apta a percorrer, com o mesmo à vontade e economia, longos quilómetros em autoestrada e "penosas" horas no pára-arranca citadino.

Prós

  • Qualidade de construção
  • Conforto
  • Consumos

Contras

  • Bagageira com capacidade e versatilidade reduzida
  • Gestão da bateria em modo híbrido

Versão base:€57.600

IUC: €225

Classificação Euro NCAP: 5/5

€72.156

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1950 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira longitudinal
  • Carregamento: Injeção Direta Common Rail + Turbo Geometria Variável + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro
  • Potência:
    Motor combustão: 194 cv às 3800 rpm
    Motor elétrico: 122 cv às 2500 rpm
    Potência máxima combinada: 306 cv
  • Binário:
    Motor combustão: 400 Nm entre 1600 rpm e 2800 rpm
    Motor elétrico: 440 Nm às 2500 rpm
    Binário máximo combinado: 700 Nm

  • Tracção: Traseira
  • Caixa de velocidades:  Automática de nove velocidades

  • Comprimento: 4702 mm
  • Largura: 1810 mm
  • Altura: 1465 mm
  • Distância entre os eixos: 2840 mm
  • Bagageira: 315 litros
  • Jantes / Pneus: 225/40 R 19 (frente) e 255/35 R 19 (atrás)
  • Peso: 1955 kg

  • Média de consumo: 1,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 34 g/km
  • Velocidade máxima: 250 km/h
  • Aceleração máxima: >5,7s

    Tem:

    • Espelhos anti-encadeamento
    • Bancos traseiros rebatíveis
    • Pack Espaços de Arrumação
    • Cruise Control com Speedtronic e função Hold
    • Cockpit panorâmico digital
    • Sistema de Monitorização da Pressão dos Pneus
    • Espelhos rebativeis
    • Assistente de Sinais de Trânsito
    • Ar Condicionado Automático
    • Assistente adaptativo de máximos Plus
    • Keyless-Go Start
    • Cabo de carregamento para Wallbox e estações de carregamento público e cabo de carregamento para tomadas domésticas
    • Luzes de Travão Adaptativas
    • Ecrã de 10,5" polegadas
    • Pack de Iluminação Interior
    • Porta da Bagageira Easy Pack com abertura/fecho automático
    • Active Brake Assist
    • Sistema de estacionamento ativo (inclui PARKTRONIC)
    • Direção Direct-Steer Conforto
    • Serviços de navegação e de comunicação
    • Sensor de chuva

Pack Premium (inclui: Cockpit panorâmico digital
COMAND Online
Sistema de Luzes Inteligente MULTIBEAM LED
Sistema de Som
Bancos Dianteiros Aquecidos
Pack Luz ambiente
Carregamento sem fios para dispositivos móveis) —7250 €
Pack Condução Dinâmica AIRMATIC (inclui: suspensão AIR BODY CONTROL) — 1750 €
Jantes em liga leve AMG 19" — 950 €
Linha de design interior e exterior AMG (inclui: faróis LED
forro do tejadilho em tecido preto
alargadores em plástico dos guardalamas
vidros escurecidos
volante multifunções em pele
grelha diamante
estética AMG
tapetes AMG
estofos pele DINAMICA Preto) — 3150 €
acabamentos interiores em madeira de freixo preta — 450 €
Pintura Metalizada Azul Brilliantblue — 1000 €.

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