O Skoda Scala veio marcar uma nova fase da presença da marca checa no segmento C. Até agora, esta estava assegurada por dois modelos, o Rapid e o Octavia, que, devido às suas dimensões, se encontravam “entre segmentos”.
Ora, com o Scala, a Skoda decidiu que era altura de entrar “à séria” no segmento C e apesar deste recorrer à plataforma MQB-A0 (a mesma do SEAT Ibiza ou Volkswagen Polo), a verdade é que as suas dimensões não deixam margem para dúvidas em relação ao seu posicionamento.
Visualmente, o Skoda Scala segue uma filosofia próxima à da Volvo V40, ficando a “meio-caminho” entre um tradicional hatchback e uma carrinha. Pessoalmente, gosto do aspeto sóbrio e discreto do Scala e aprecio especialmente a solução adotada no óculo traseiro (se bem que tenha tendência para se sujar com facilidade).
VÊ TAMBÉM: Testámos a Hyundai i30 SW 1.6 CRDi. Lição estudadaPosto isto, resta apenas uma questão: qual o motor que melhor “casa” com o Skoda Scala, o 1.6 TDI ou o 1.0 TSI, ambos com 116 cv? Ambas as unidades vinham equipadas com o mesmo nível de equipamento, Style, mas a transmissão era distinta — caixa manual de seis velocidades para o TDI e caixa DSG (dupla embraiagem) de sete velocidades para o TSI. Diferença em que nada altera o resultado final na apreciação das duas motorizações.
No interior do Skoda Scala
Pioneiro da nova filosofia de design da marca checa, o interior do Scala não se afasta dos princípios a que a Skoda nos habituou, apresentando um visual sóbrio, sem grandes rasgos estilísticos, mas com uma boa ergonomia geral e uma qualidade de montagem isenta de críticas.
VÊ TAMBÉM: Testámos o Skoda Karoq Sportline 2.0 TDI. O mais apetecível dos Karoq?Quanto ao sistema de infotainment, este continua a merecer elogios não só pelo grafismo como pela facilidade de utilização. Ainda assim, uma menção para os agora desaparecidos comandos físicos que permitiam, por exemplo, controlar o volume do rádio, uma solução ergonomicamente superior, e também mais do meu agrado.
A NÃO PERDER: Nada está a salvo. Skoda Tudor, o protótipo que até seria roubadoPor fim, é altura de te falar acerca daquele que é, provavelmente, um dos melhores argumentos do Skoda Scala: o espaço habitável. Atrás o espaço para pernas é referencial e em altura também é bastante generoso, sendo possível transportar quatro adultos com conforto e sem “cotoveladas”.
No geral, a sensação a bordo do Skoda Scala é de que estamos dentro de um carro maior do que na realidade é. Tal como o espaço disponível para os passageiros, também a bagageira oferece espaço abundante, registando uns impressionantes e praticamente referenciais 467 litros.
Ao volante do Skoda Scala
Até agora, tudo o que te disse acerca do Skoda Scala é transversal à gama do familiar checo. Para responder à pergunta que coloquei no início deste teste chega a altura de irmos para a estrada, e ver os argumentos de cada motorização e como contribuem para a experiência de condução do Skoda Scala.
VÊ TAMBÉM: Testámos a Renault Mégane ST GT Line TCe 140 FAP: honras de estreiaPara começar, e ainda comum aos dois, a posição de condução é deveras confortável. Para tal muito contribuem os bancos com bom apoio e facilmente ajustáveis, a boa visibilidade geral e o volante forrado a pele (comum a todas as versões), e que apresenta não só uma pega confortável como um tamanho adequado.
Mas vamos ao que interessa, os motores. Ambos têm a mesma potência, 116 cv, distinguindo-se nos valores de binário — 250 Nm no TDI e 200 Nm no TSI —, mas curiosamente, apesar das diferenças entre ambos (um é a gasolina e outro a gasóleo) acabam por revelar alguma falta de pulmão nos regimes mais baixos.
As diferenças entre ambos surgem na forma como cada um faz frente a essa característica. O TSI revela um maior à vontade em subir de rotação, enchendo mais rapidamente o turbo, trazendo vivacidade aos três cilindros, levando depois o taquímetro até zonas com as quais o TDI só pode sonhar. Já o Diesel serve-se do seu maior binário e cilindrada (+60%), sentindo-se mais confortável nos médios regimes.
As prestações entre ambas as unidades são algo semelhantes, isto apesar de o TDI estar acoplado a uma bem escalonada (e agradável de usar) caixa manual de seis velocidades e o TSI contar com a já muitas vezes elogiada caixa automática DSG com sete velocidades.
VÊ TAMBÉM: Testámos o Skoda Kodiaq RS, um SUV de 7 lugares… “desportivo”. Faz sentido?No que aos consumos diz respeito, nenhum destes motores se revelou especialmente guloso. Como é óbvio, o Diesel é mais “poupadinho”, oferendo médias na casa dos 5 l/100 km (com calma e em estrada aberta cheguei a conseguir 3,8 l/100 km). Já no TSI a média andou entre os 6,5 l/100 km e os 7 l/100 km.
Por fim, não há praticamente nada a separar em termos dinâmicos os dois Skoda Scala, apesar dos quase 100 kg de diferença entre os dois. Pode ser um familiar compacto, mas qualidades estradistas não lhe faltam, e quando chegam as curvas o Scala não se amedronta. O comportamento pauta-se por ser preciso, previsível e seguro, complementado por uma direção precisa, com o peso adequado.
É o carro certo para mim?
É verdade que não tem a acutilância dinâmica de um Mazda3 nem o apelo premium de um Mercedes-Benz Classe A, mas tenho de admitir que por gostar bastante do Skoda Scala. É que, pura e simplesmente o modelo checo não conta com pontos negativos dignos de nota — a homogeneidade, pela positiva, é o que o caracteriza.
VÊ TAMBÉM: Testámos o Kia XCeed 1.4 T-GDI: diferente do Ceed, mas será melhor?Robusto, bem equipado, confortável e (muito) espaçoso, o Skoda Scala cumpre com tudo aquilo que se pede, objetivamente, a um modelo de segmento C. Tendo em conta todos estes argumentos, se procuras um familiar compacto bastante competente e espaçoso, então o Scala pode muito bem ser a resposta às tuas “preces”.
Quanto à motorização ideal, tanto o 1.6 TDI como o 1.0 TSI são boas escolhas, enquadrando-se bem no carácter estradista do Scala. Afinal, qual escolher?
VÊ TAMBÉM: Testámos o Toyota Corolla 1.8 Hybrid Exclusive. Serão os híbridos a melhor opção?Do ponto de vista da agradabilidade, o pequeno 1.0 TSI supera o 1.6 TDI, mas como é habitual, caso o número de quilómetros praticados por ano seja bastante elevado, é impossível não ter em conta a superior economia do Diesel.
VÊ TAMBÉM: Testámos o Toyota Corolla 1.8 Hybrid Exclusive. Serão os híbridos a melhor opção?Como sempre, o melhor é ir buscar a calculadora e fazer umas quantas contas. É que graças à nossa fiscalidade, que não só penaliza mais os modelos Diesel como as cilindradas mais altas, o Scala 1.6 TDI testado é cerca de mais quatro mil euros que o 1.0 TSI e o IUC é também ele mais de 40 euros superior. Isto apesar de contarem com o mesmo nível de equipamento, e o 1.0 TSI até tem a transmissão mais cara. Valores que já fazem pensar.
Nota: Os valores entre parêntesis na ficha técnica abaixo referem-se especificamente ao Skoda Scala 1.6 TDI 116 cv Style. O preço base desta versão é de 28 694 euros. A versão ensaiada ascendia a 30 234 euros. O valor de IUC é de 147,21 €.

Skoda Scala 1.0 TSI 116cv Style
Face às referências do segmento, o Skoda Scala poderá ficar atrás em vários campos, no entanto, a verdade é que o modelo checo oferece-te tudo aquilo que se pode pedir a um familiar do segmento C. Espaçoso, confortável, económico e robusto, o Skoda Scala é, provavelmente, uma das escolhas mais racionais e completas do mercado. Quanto à escolha entre o 1.6 TDI e o 1.0 TSI, depende muito do tipo de utilização. Se racionalmente, o valor mais elevado do Diesel prejudica-o numa comparação com o 1.0 TSI, pessoalmente, sendo eu um "devorador" de quilómetros, a minha escolha iria pender para o económico 1.6 TDI, que enaltece as características estradistas inatas do Skoda Scala.
Prós
- Robustez
- Espaço
- Consumos
- Equipamento
Contras
- Motor algo ruidoso (1.6 TDI)
- Alguns materiais no interior
- Desaparecimento de alguns comandos físicos
Versão base:€24.615
IUC: €103
Classificação Euro NCAP:
€27.290
Preço unidade ensaiada
- Arquitectura:3 cil. em linha (4 cil. em linha)
- Capacidade: 999 cm3 (1598 cm3) cm³
- Posição:Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção direta + turbo + intercooler (Injeção direta common rail + turbo de geometria variável + intercooler)
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./cil. (2 a.c.c., 4 válv./cil.)
- Potência: 116 cv entre as 5000 e as 5500 rpm (116 cv entre as 3250 e as 4000 rpm)
- Binário: 200 Nm entre as 2000 e as 3500 rpm (250 Nm entre as 1500 e as 3250 rpm)
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática (DSG) de sete velocidades (Manual de seis velocidades)
- Comprimento: 4362 mm
- Largura: 1793 mm
- Altura: 1471 mm
- Distância entre os eixos: 2649 mm
- Bagageira: 467 litros
- Jantes / Pneus: 205/45 R18
- Peso: 1229 kg (1324 kg)
- Média de consumo: 6 l/100 km (4,8 l/100 km)
- Emissões CO2: 136 g/km (126 g/km)
- Velocidade máxima: 199 km/h (201 km/h)
- Aceleração máxima: >9,9s (10,1s)
- Apoio de braços dianteiro com Jumbo BOX
- Apoio lombar manual nos bancos dianteiros
- Ar condicionado Climatronic
- Bancos dianteiros ajustáveis em altura
- Bluetooth com voice control
- Câmara traseira
- Care Connect 1 ano + Infotainment Online 1 ano
- Cockpit Virtual
- Cruise Control + Speedlimiter
- Espelho retrovisor interior com anti-encadeamento automático
- Espelhos retrovisores exteriores elétricos, aquecidos retráteis com anti-encadeamento automático
- Faróis de nevoeiro dianteiros
- Faróis full LED, faróis de circulação diurna e função cornering
- Faróis traseiros full LED
- Front Assist - com sistema de travagem de emergência
- Hill hold control
- Jantes de liga leve 17" Stratos
- Keyless Go, e fecho central com controlo remoto
- Lane Assist
- Light Assist, com assistente de máximos; e sensor de chuva
- Pneu sobressalente
- Sensor de parqueamento traseiro
- Sistema de navegação Amundsen com ecrã de 9,2''
- SmartLink
- Start-Stop, com recuperação de energia da travagem
- Tomada de 12V na bagageira
- Volante multifunções em pele
- 2 entradas USB C
Tem:
Jantes de liga leve 18" Veja Aero, preto polido — 510 €
Pintura metalizada — 460 €
Pack Dynamic (inclui: bancos desportivos, pedais em alumínio, volante multifunções Sport, forro do tejadilho em preto) — 490 €
Pack Emotion (inclui: tejadilho panorâmico, faróis full LED dianteiros e traseiros, faróis de nevoeiro com função cornering, controlo dinâmico dos faróis) — 610 euros
Sport Chassis Control, com suspensão adaptável e Driving Mode Select — 405 €
Volante multifunções Sport, com controlos de rádio, telefone e patilhas para controlo da caixa DSG — 200 €. Skoda Scala 1.6 TDI Style: pintura sólida — 305 €
tejadilho panorâmico — 745 €
Pack Dynamic (inclui: bancos desportivos, pedais em alumínio, volante multifunções Sport, forro do tejadilho em preto) — 490 €.
Sabe esta resposta?
Qual é a potência do Skoda Octavia RS iV?
Oops, não acertou!
Pode encontrar a resposta aqui:
O mais desportivo dos Skoda Octavia rende-se aos eletrõesParabéns, acertou!
Vai para a próxima perguntaou lê o artigo sobre este tema:
O mais desportivo dos Skoda Octavia rende-se aos eletrões
1 comentário
Testámos o Skoda Scala. TDI ou TSI, eis a questão
Familiar competente por natureza, será que o Skoda Scala "casa" melhor com o 1.6 TDI ou com o 1.0 TSI? Testámos os dois para encontrar uma resposta.
Consulte, antes de comentar, a informação legal e os nossos termos e condições aqui
Este artigo ainda não tem comentários.
Seja o primeiro a partilhar uma opinião.