Ensaio Mercedes-Benz GLA 200 d testado. Mais do que um Classe A mais alto?

Desde 47 600 euros

Mercedes-Benz GLA 200 d testado. Mais do que um Classe A mais alto?

A nova geração do Mercedes-Benz GLA quer demarcar-se do "rótulo" muitas vezes associado ao antecessor de que não passava de um Classe A mais alto. Será que o conseguiu?

Mercedes-Benz GLA 200 d
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Apesar do sucesso que conheceu (venderam-se mais de um milhão de unidades), o “rótulo” de ser apenas pouco mais que um Classe A mais alto sempre acompanhou o Mercedes-Benz GLA.

Nesta segunda geração a Mercedes-Benz apostou em deixar para trás essa ideia, mas será que foi bem sucedida nas suas intenções?

Num primeiro contacto a resposta é: sim conseguiu. O maior elogio que posso fazer ao novo Mercedes-Benz GLA é o facto de me ter feito parar de relembrar o seu irmão menos aventureiro sempre que o vejo, algo que acontecia quando me cruzava com o seu antecessor.

VÊ TAMBÉM: Futuro da Mercedes-Benz. Aposta nos elétricos e nas submarcas AMG, Maybach e G
Mercedes-Benz GLA 200 d
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Seja por estar (muito) mais alto — 10 cm para ser preciso —, o que lhe garante proporções distintas, ou por ter perdido os vários elementos decorativos e plásticos a que o anterior GLA recorria, esta nova geração tem um estilo mais “independente” do modelo que lhe serve de base.

No interior as diferenças surgem lá atrás

Se no exterior o Mercedes-Benz GLA se conseguiu descolar do “rótulo” de Classe A mais alto no interior esse distanciamento é mais discreto.

Desta forma, até aos bancos dianteiros terás alguma dificuldade em distingui-los. O tabliê é exatamente igual, o que significa que temos o muito completo sistema de infotainment MBUX com os seus quatro modos de controlo :voz, touchpad no volante, ecrã tátil ou o comando entre os bancos.

A qualidade da montagem e dos materiais estão num nível do que seria de esperar da Mercedes-Benz e apenas a posição de condução mais alta denuncia que estamos aos comandos do GLA e não do Classe A.

VÊ TAMBÉM: BMW X2 sDrive16d em vídeo. Diesel, 116 cv, 3 cilindros e… mais de 50 mil euros

Posto isto, é nos bancos de trás que o Mercedes-Benz GLA se afasta do seu irmão. Equipado com bancos deslizantes (14 cm de curso), este oferece entre 59 e 73 cm de espaço para as pernas (o Classe A tem 68 cm) e a sensação que temos é de que há sempre muito mais espaço que no compacto alemão.

Mercedes-Benz GLA 200 d
A sensação de espaço nos bancos traseiros é uma das principais diferenças face ao Classe A. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Também na bagageira o GLA revela que é mais amigo de todos os que gostam de viajar com a “casa às costas”, oferecendo 425 litros (435 l para as versões com motorizações a gasolina), um valor bem superior aos 370 litros do Classe A e também (ligeiramente) superior aos 421 litros da geração anterior.

Mercedes-Benz GLA 200 d
Com 425 litros de capacidade a bagageira está à altura das necessidades de uma família. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
VÊ TAMBÉM: O melhor de dois mundos? Testámos a Mercedes-Benz Classe C Station Diesel híbrida plug-in

Ao volante também é diferente?

A primeira diferença que sentimos aos comandos do novo Mercedes-Benz GLA face ao Classe A é de que vamos sentados numa posição bem mais elevada.

Mercedes-Benz GLA 200 d
Como é “norma” nos Mercedes-Benz modernos, os bancos são firmes mas não são desconfortáveis. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Uma vez em andamento, a verdade é que dificilmente vais confundir os dois modelos. Apesar de partilharem a plataforma as reações do Mercedes-Benz GLA são diferentes daquelas que sentimos aos comandos do Classe A.

Comum a ambos é o amortecimento firme e a direção direta e precisa. Já “exclusivo” do GLA é o ligeiro adornar da carroçaria a ritmos mais elevados, mérito da maior altura e que trata de nos relembrar de que estamos ao volante de um SUV.

Mercedes-Benz 200 d
O painel de instrumentos é extremamente personalizável e bastante completo. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
VÊ TAMBÉM: Mais 28 cv por mais 1000 euros. Vale a pena optar pelo Mazda CX-30 Skyactiv-G 150 cv?

No fundo, no capítulo dinâmico o GLA assume no segmento dos SUV um papel semelhante ao do Classe A entre os compactos. Seguro, estável e eficaz, troca alguma dose de entretenimento por uma considerável dose de previsibilidade, permitindo-nos curvar bastante depressa.

Já em autoestrada, o Mercedes-Benz GLA não esconde as suas origens germânicas e “trata por tu” as longas tiradas a velocidade elevada, sendo que, neste capítulo conta com um precioso aliado no motor Diesel que equipava esta unidade.

Mercedes-Benz GLA 200 d
Apesar de ser (bem) mais alto que o antecessor, ao vivo o GLA continua a parecer um dos SUV mais “rasteirinhos”. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Com 2.0 l, 150 cv e 320 Nm, este surge associado a uma transmissão automática de oito relações. Uma dupla que funciona bastante bem, contando ainda com o apoio de um conjunto de modos de condução que realmente trazem diferenças sempre que os selecionamos.

Enquanto o modo “Comfort” se assume como uma solução de compromisso, o modo “Sport” ajuda-nos a tirar o melhor partido das potencialidades dinâmicas do GLA. Melhora a resposta do acelerador, atua sobre a caixa de velocidades (que mantém mais tempo a relação) e torna a direção mais pesada (talvez até um pouco pesada demais).

Mercedes-Benz GLA 200 d
Ao contrário do que por vezes acontece, selecionar um destes modos de condução surte efeitos reais. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
VÊ TAMBÉM: Testámos o BMW X3 xDrive30e. Um bom híbrido plug-in mesmo quando acaba a bateria?

Por fim, o modo “ECO” liberta todo o potencial de poupança do 2.0 l Diesel da Mercedes-Benz. Se nos modos “Comfort” e até “Sport” este já se tinha revelado económico, com as médias a andarem, respetivamente, em torno dos 5,7 l/100 km e 6,2 l/100 km (aqui em ritmo mais acelerado), no modo “ECO” a economia torna-se palavra de ordem.

Capaz de ativar a função “Roda Livre” na transmissão, este modo permitiu-me alcançar médias na casa dos 5 l/100 km em estrada aberta e de cerca de 6 a 6,5 l/100 km em meio urbano. É verdade que para tal não podemos andar a correr, mas é bom saber que o GLA é capaz de assumir diversas “personalidades”.

VÊ TAMBÉM: Hyundai Santa Fe 2.2 CRDi testado. Expetativas superadas

É o carro certo para mim?

Apesar de ser menos familiar que o GLB, nesta nova geração o Mercedes-Benz GLA é bem mais que um Classe A para subir passeios.

Com um estilo mais demarcado do compacto alemão, mais espaço e com uma distância ao solo de 143 mm (9 mm a mais que na anterior geração), o GLA oferece uma versatilidade com que o seu irmão apenas pode sonhar.

Se é a escolha certa? Bem, para quem procura um SUV premium espaçoso q.b., estradista por natureza e com um motor Diesel que é agradável de utilizar nas mais diversas circunstâncias, então o GLA pode muito bem ser a escolha certa, principalmente agora que se afasta do conceito crossover e assume-se mais claramente como um SUV… que já não “rotulamos” de Classe A mais alto.

Mercedes-Benz GLA 200 d testado. Mais do que um Classe A mais alto?

Mercedes-Benz GLA 200 d

7/10

Até agora bastante "colado" à imagem do Classe A, nesta nova geração o Mercedes-Benz GLA conseguiu afastar-se dessa imagem, tornando-se mais SUV e menos crossover e, acima de tudo, um modelo mais "independente" dentro da gama da marca alemã. Com um motor económico e solícito, e espaço mais que suficiente para as necessidades familiares, o GLA conta com argumentos que lhe permitem assumir-se como uma boa alternativa não só ao Classe A como ao mais familiar GLB.

Prós

  • Qualidade
  • Interior espaçoso
  • Motor
  • Consumos

Contras

  • Preço com opcionais
  • Interior idêntico ao do Classe A

Versão base:€47.600

IUC: €259

Classificação Euro NCAP: 0/5

€60.326

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1950 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção direta Common Rail + Turbo de gemometria variável + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil.
  • Potência: 150 cv entre 3400-4400 rpm
  • Binário: 320 Nm entre 1400-3200 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de oito velocidades

  • Comprimento: 4410 mm
  • Largura: 1834 mm
  • Altura: 1611 mm
  • Distância entre os eixos: 2729 mm
  • Bagageira: 425 litros
  • Peso: 1615 kg

  • Média de consumo: 5,4 l/100 km
  • Emissões CO2: 141 g/km
  • Velocidade máxima: 208 km/h
  • Aceleração máxima: >8,6s

    Tem:

    • Assistente ativo de faixa de rodagem
    • Active Brake Assist
    • Sensor de chuva
    • Apoio de braços traseiro
    • Cruise control
    • Sistema de monitorização da pressão dos pneus
    • Assistente de limite de velocidade
    • Forro do tejadilho em tecido preto
    • Sistema de multimédia MBUX
    • Protecção de peões
    • DYNAMIC SELECT
    • Eixo multi-link
    • Barras de Tejadilho em Aluminio
    • Câmara para marcha-atrás
    • Assistente ativo de travagem
    • Pack KEYLESS-GO

Teto de Abrir panorâmico em vidro — 1178,86 €
Assentos traseiros ajustáveis — 365,85 €
Pack Night (inclui: barras de tejadilho em preto e vidros traseiros escurecidos) — 162,60 €
Linha AMG (inclui: ar condicionado automático THERMOTRONIC, faróis em LED High Performance, portão traseiro elétrico) — 4024,39 €
Pack Premium (inclui: sistema de navegação em disco rígido, painel de instrumentos digital de 10.25", sistema de som avançado, Display central de 10.25", bancos dianteiros aquecidos, iluminação ambiente, embaladeiras das portas dianteiras iluminadas com inscrição "Mercedes-Benz") — 3211,38 €
Realidade aumentada MBUX para sistema de navegação — 406,50 €.

Sabe esta resposta?
Em que ano foi revelado o Mercedes-Benz 190 (W201)
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Mercedes-Benz 190 (W201), antecessor do Classe C, celebra 35 anos