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Antevisão

Já sabemos que motores vão equipar o novo Nissan Qashqai

A Nissan continua a revelar aos poucos a terceira geração do seu best-seller. Agora foi a vez de ficarmos a conhecer os motores do novo Qashqai.

Nissan Qashqai 2021

Não fosse a pandemia e a terceira geração do Nissan Qashqai já estaria entre nós desde o final do ano passado — o desenvolvimento do novo modelo atrasou-se, como o início da sua produção, que deverá arrancar na primavera. Para atenuar a sua ausência prolongada a Nissan tem vindo a revelá-lo aos poucos: hoje é dia de ficar a conhecer que motores equiparão o novo Qashqai.

Como já tinha sido confirmado antes, o best seller da Nissan não terá motores Diesel, com o futuro modelo a vir apenas com motorizações eletrificadas: a gasolina mild-hybrid e uma inédita motorização híbrida e-Power.

A eletrificação do automóvel está na ordem do dia e não surpreende o anúncio da Nissan querer que 50% das suas vendas europeias até ao ano fiscal de 2023 (termina em 31 de março de 2024) sejam assentes sobre modelos eletrificados.

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Nissan Qashqai 2021 motores

Elétrico, mas a gasolina

Para cumprir esse objetivo a Nissan está a contar e muito com a boa aceitação da inédita motorização híbrida e-Power que será estreada na Europa pelo novo Qashqai — o Nissan Note vendido no Japão foi o primeiro a ser equipado com uma motorização do género e tornou-se um enorme sucesso, tendo sido o carro mais vendido lá em 2018 e o segundo em 2019.

A motorização e-Power, no entanto, só chegará à Europa em 2022, sendo distinta da que vimos nos Note e Kicks, mas obedecendo à mesma lógica de funcionamento — um tópico já abordado antes por nós.

Sendo um híbrido significa que temos duas motorizações distintas, uma a gasolina e outra elétrica, mas ao contrário de outros híbridos “convencionais” (full hybrid) no mercado — Toyota Prius, por exemplo —, o motor a gasolina assume apenas a função de gerador não estando ligado ao eixo motriz. A propulsão recorre apenas e só ao motor elétrico!

Nissan Qashqai
Por enquanto, só o podemos ver assim, camuflado

Ou seja, o futuro Nissan Qashqai e-Power é, para todos os efeitos, um veículo elétrico, mas a energia que o motor elétrico necessita não provirá de uma grande e cara bateria, mas sim do motor a gasolina. É isso mesmo, o Qashqai e-Power é um elétrico… a gasolina!

A cadeia cinemática é composta por um motor elétrico de 190 cv (140 kW), um inversor, um gerador de energia, uma (pequena) bateria e, claro, pelo motor a gasolina, aqui com 1,5 l de capacidade e 157 cv, que também é uma novidade absoluta. Será o primeiro motor de taxa de compressão variável a ser comercializado na Europa — a marca já vendia um na América do Norte há vários anos.

Como funciona apenas como gerador de eletricidade, o motor a gasolina permanece mais tempo na sua faixa de utilização ideal, resultando em menores consumos e menores emissões de CO2. A Nissan promete maior silêncio de funcionamento do motor, necessitando de menos rotações. Promete ainda uma superior ligação à estrada quando aceleramos, com uma melhor relação entre a rotação do motor e a velocidade — adeus, efeito “banda de elástico”?

O Qashqai e-Power promete melhor performance que outros híbridos — sempre são 190 cv de potência e 330 Nm de binário —, e como o motor elétrico é o único que está ligado às rodas, a experiência de utilização deverá ser idêntica à um puro veículo elétrico: binário sempre disponível e resposta instantânea.

Como que a querer demonstrar que este e-Power tem mais a ver com elétricos do que com híbridos, também vem com o sistema e-Pedal que encontramos no 100% elétrico Leaf. Ou seja, isso significa que podemos conduzir apenas com o pedal do acelerador, praticamente dispensando o pedal do travão — quando em funcionamento, a travagem regenerativa é forte o suficiente para mobilizar o veículo, garantindo desacelerações de até 0,2 g.

Os motores a gasolina do novo Qashqai

Se o Qashqai e-Power concentra as atenções, porém, quando iniciar a sua comercialização, o crossover da Nissan só estará disponível com motores a gasolina. Ou melhor, com duas versões do mesmo motor, o já conhecido 1.3 DIG-T.

A novidade passa por estar associado a um sistema mild-hybrid de (apenas) 12 V. Porquê 12 V e não 48 V como vemos noutras propostas?

A Nissan diz que o seu sistema mild-hybrid ALiS (Advanced Lithium-ion battery System ou Sistema Avançado de bateria de iões de Lítio) de 12 V possui as funcionalidades esperadas destes sistemas como assistência ao binário, paragem ao ralenti alargada, reinício rápido e desaceleração assistida (apenas CVT). O que resulta em emissões mais baixas de CO2 em 4 g/km, mas consegue ser menos caro e mais leve que os de 48 V — o sistema pesa apenas 22 kg.

Nissan Qashqai interior 2021

A eficiência adicional que o novo Qashqai consegue em relação ao antecessor advém dos 63 kg a menos da nova geração e da sua aerodinâmica mais eficiente, diz a Nissan.

Como referimos, o 1.3 DIG-T estará disponível em duas versões como acontece com a geração atual: 140 cv (240 Nm) e 160 cv (260 Nm). A versão de 140 cv vem associada a uma caixa manual de seis velocidades, enquanto a de 160 cv, além da manual, pode vir equipada com uma caixa de variação contínua (CVT). Quando isso acontece, o binário do 1.3 DIG-T sobe para os 270 Nm e é a única combinação motor-caixa a permitir tração às quatro rodas motrizes (4WD).

"Desde 2007, quando inventou o segmento, o novo Qashqai sempre foi o padrão no segmento dos crossovers. Com o Qashqai de terceira geração, os clientes atuais e novos vão adorar as inovadoras opções de grupo motopropulsor ao seu dispor. A nossa oferta é simples e inovadora, sendo ambas as opções de grupo motopropulsor eficientes, mas mantendo a condução divertida. A nossa abordagem ao novo Qashqai eletrificado não admite cedências e isso é claramente evidente no 1.3 a gasolina, com tecnologia mild-hybrid e na exclusiva opção e-Power".

Matthew Wright, Vice-presidente de Design e Desenvolvimento de Grupos Motopropulsores no Nissan Technical Centre Europe.