Notícias Híbridos plug-in vendem como nunca, mas o novo Nissan Qashqai não vai ter um. Porquê?

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Híbridos plug-in vendem como nunca, mas o novo Nissan Qashqai não vai ter um. Porquê?

O objetivo é recuperar a liderança do segmento, mas o novo Nissan Qashqai não terá um híbrido plug-in, opção em que as vendas crescem de forma galopante.

Nissan Qashqai 2021

Recentemente revelado, a terceira geração do Nissan Qashqai contará apenas com motorizações eletrificadas a gasolina — não vai haver motorizações Diesel —, uma delas será mild-hybrid e a outra, a intrigante e-Power, será verdadeiramente híbrida. É, no entanto, um híbrido convencional e não um híbrido plug-in (de carregamento externo).

Mesmo tendo em conta o crescimento “explosivo” de vendas de híbridos plug-in na Europa em 2020, de acordo com Arnaud Charpentier, o vice-presidente de marketing de produto da Nissan Europa, não há intenções de avançar com um Qashqai desse tipo.

Apesar da quebra à geral do mercado (-23,7%), as vendas de híbridos plug-in deram um salto gigante de 210%, totalizando quase 620 mil unidades. E é o segmento onde concorre o novo Nissan Qashqai que mais contribui para o seu crescimento no “velho continente”.

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Nissan Qashqai

Porquê então não lançar um Qashqai híbrido plug-in?

Foi durante a apresentação da nova geração do popular crossover que Arnaud Charpentier justificou a decisão: “Fizemos melhoramentos tão grandes com esta motorização que decidimos que um PHEV não traria um benefício real para o consumidor”. Concluiu dizendo que um PHEV seria “muito mais caro”.

Recordamos que os híbridos plug-in têm várias vantagens, mesmo sendo mais caros em relação aos híbridos convencionais, tanto ao nível dos regulamentos vigentes (são beneficiados como os elétricos nas contas das emissões, caso estejam abaixo das 50 g/km), como ao nível da tributação (são muitos os países que os beneficiam fiscalmente).

Estará a Nissan a desperdiçar uma oportunidade? Os objetivos são ambiciosos para a nova geração do Qashqai. A Nissan pretende recuperar a liderança do segmento que perdeu para o Volkswagen Tiguan. Uma proposta que conta com um mix de motorizações mais abrangente: além das motorizações a gasolina e gasóleo, também ganhou uma versão híbrida plug-in.

E são muitos os rivais do Qashqai que já contam com elas ou vão passar a contar. Desde o líder de vendas PHEV, o Mitsubishi Outlander, aos Peugeot 3008, Citroën C5 Aircross, Opel Grandland X, Hyundai Tucson e Ford Kuga.

e-Power é suficiente

Porém a Nissan decidiu focar-se apenas na versão híbrida e-Power. Trata-se de um híbrido em série, uma solução algo incomum não só no segmento, como na indústria. Ou seja, é o motor elétrico que está unicamente ligado ao eixo motriz, enquanto o motor de combustão — neste caso um inédito 1.5 turbo de 154 cv — serve apenas como gerador. Só a Honda tem um sistema similar no CR-V, ainda que, num contexto específico (alta velocidade), o motor de combustão possa ser ligado ao eixo motriz.

Os outros potenciais rivais híbridos, como o Toyota RAV4, Ford Kuga ou o novo Hyundai Tucson Hybrid são, por outro lado, híbridos paralelos ou série-paralelos. Neste caso, tanto o motor de combustão interna como o motor elétrico estão ligados ao eixo motriz, com as duas motorizações a funcionar em… paralelo.

Se a ausência de uma motorização híbrida plug-in (ou mesmo uma Diesel) afetará ou não a carreira comercial do novo Nissan Qashqai teremos de aguardar pela sua futura comercialização, que arrancará no verão.

Nissan Ariya
Nissan Ariya

No entanto, a oferta de crossover ou SUV eletrificado não se resumirá ao novo Qashqai. A Nissan vai lançar também este ano o Ariya, o seu novo e inédito SUV 100% elétrico para o qual também não faltam ambições: a marca japonesa espera que se torne no seu elétrico mais vendido, ultrapassando até o Leaf.