Clássicos Aqui só entram motores V10. Fiquem a conhecê-los

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Aqui só entram motores V10. Fiquem a conhecê-los

São cada vez mais raros, mas deixaram uma marca impossível de apagar. Eis os modelos com motores V10 mais especiais de sempre.

Porsche Carrera GT Walter Rohrl-2

Tantas vezes subvalorizados face aos nobres blocos de 12 cilindros em “V”, os motores V10 há muito que conquistaram um lugar no coração (e na memória) de muitos petrolhead.

E a explicação é simples: são responsáveis por algumas das sonoridades mais impressionantes da história automóvel, assim como acabaram por estar associados a alguns dos desportivos mais emblemáticos de sempre. Para quem precisa de um ligeiro reavivar de memória, basta pensar na «voz» de modelos como o Porsche Carrera GT ou o Lexus LFA.

Os dois supercarros são os mais famosos, mas não foram os únicos a recorrer a motores V10. Apesar de raros, houve um pouco de tudo equipado com este tipo de motor, desde a berlinas e SUV. E nem sequer faltou um Diesel V10.

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Reunimos todos os modelos que contaram com um V10, uma espécie de homenagem a um tipo de motor que está em vias de extinção.

Audi R8

Apresentado em setembro de 2006, o Audi R8 não deixou ninguém indiferente — afinal, foi o primeiro desportivo mid-engine de raiz da Audi —, ainda que tenha sido lançado inicialmente com um motor V8 de 4.2 litros.

Seria preciso esperar até dezembro de 2008 para ficar a conhecer um Audi R8 com motor de 10 cilindros: tratava-se de uma unidade V10 FSI com 5.2 l de capacidade que produzia 532 cv, o primeiro alguma vez a equipar um Audi.

Audi R8 V10 RWD, 2020

E desde que o motor V10 foi introduzido, a procura pela proposta com bloco de oito cilindros caiu tanto que, na segunda geração do modelo, revelada no Salão de Genebra de 2015, a Audi já nem a disponibilizou.

Atualmente, o Audi R8 continua a contar com um V10 naturalmente aspirado com 5.2 l e está disponível em dois níveis de potência: 570 cv e 610 cv (nas versões R8 Performance quattro).

https://youtu.be/mZNnWKdzqss

Audi RS 6

A Audi RS 6 Avant é, desde 2002, a versão mais potente da executiva/familiar A6 Avant e na segunda geração (C6) chegou a «montar» um bloco de 10 cilindros BUH 5.0 TFSI biturbo — em alumínio — que produzia 580 cv de potência.

audi rs 6 avant

Mais tarde, na terceira e quarta geração (a atual), a Audi RS 6 voltou «à fórmula original», que é como quem diz, às motorizações de oito cilindros.

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Atualmente recorre ao mesmo motor V8 biturbo de 4.0 l (EA825) que podemos encontrar no Porsche Panamera ou no Lamborghini Urus e «oferece» 600 cv de potência e 800 Nm de binário máximo.

Audi S8 e S6

A segunda geração do Audi A8 teve como pináculo um S8 (lançado em 2006) equipado com o mesmo motor V10 de 5.2 litros com 450 cv que viria a «animar» o Lamborghini Gallardo LP 560-4.

Audi S8

Acelerava dos 0 aos 100 km/h em 5,1s e continuava até aos 250 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente), números que faziam dele um autêntico «devorador de quilómetros» nas famosas autoestradas germânicas.

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Também a terceira geração do Audi S6 (C6) recebeu esta motorização em 2006, mas para manter a hierarquia, o 5.2 V10 anunciava «apenas» 435 cv, mas mesmo assim, era capaz de atingir os 100 km/h em menos 0,2s que o S8, fixando-se nos 4,9s (5,0s para a S6 Avant).

Lamborghini Gallardo

Referimos o Lamborghini Gallardo, o supercarro italiano, que se estreou em 2003. Antes de receber o mesmo 5.2 V10 FSI dos Audi S6 e S8, começou por ser «animado» por outro V10 naturalmente aspirado, com 5.0 l com 500 cv e 510 Nm (potência subiria 20 cv no final de 2005) concebido pela própria Lamborghini.

Lamborghini Gallardo

A alteração do V10 italiano pelo V10 de origem alemã aconteceu em 2008, quando a marca de Sant’Agata Bolognese mostrou a segunda geração do modelo no Salão Automóvel de Genebra, na Suíça.

Apesar da imagem pouco ter mudado, o superdesportivo italiano recebeu o bloco V10 de 5.2 l naturalmente aspirado, mas que aqui produzia muito mais expressivos 560 cv (às 8000 rpm!) e 540 Nm.

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E esta unidade acabaria por ficar ainda mais potente em 2010, quando a Lamborghini introduziu o Gallardo LP 570-4 Superleggera com 570 cv.

Lamborghini Huracán

O Huracán foi o sucessor do Gallardo e mostrou-se ao mundo em 2014, também no Salão de Genebra. Herdou do Gallardo o seu 5.2 V10 naturalmente aspirado e durante todos estes anos (ainda é produzido) manteve-se sempre fiel a ele, que começou por entregar 580 cv e neste momento debita impressionantes 640 cv nas versões Evo, Performante e STO.

Nesta última, a STO e a mais radical da gama até agora, o Huracán cumpre o sprint dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,0s e atinge os 324 km/h de velocidade máxima.

Lamborghini Huracán STO_03

Volkswagen Phaeton e Touareg

Quando a Volkswagen quis «voar mais alto» no início deste século, fê-lo com o Phaeton (2002), uma berlina de luxo, e com o Touareg (2002), o seu maior SUV até à data (desenvolvido a meias com a Porsche, de onde nasceu o Cayenne).

Só as motorizações de maior capacidade ou mais nobres, como o bloco 6.0 W12 (EA398) a gasolina que equipou o Phaeton, estavam presentes nos dois topos de gama da Volkswagen e nem faltou à chamada um V10.

Volkswagen Phaeton

Entre os V10 aqui reunidos é o único que não lhe «corre gasolina nas veias». Isso mesmo, é um V10 TDI.

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Com 5,0 l de capacidade, o imenso V10 TDI fez dos Phaeton e do Touareg, durante algum tempo, os mais potentes automóveis a gasóleo à venda no mercado, o que se traduzia em 313 cv de potência e substanciais 750 Nm de binário.

volkswagen touareg

 

BMW M5, M5 Touring e M6

Além do design pouco consensual, que saiu do “lápis” de Chris Bangle, a versão M5 do BMW Série 5 E60 ficou marcada por ter contado com um motor digno de um superdesportivo: um V10 (S85) de 5.0 l naturalmente aspirado que produzia 507 cv às 7750 rpm e 520 Nm.

Este motor também chegou à gama Touring do Série 5, a E61, dando origem a uma das carrinhas desportivas mais fascinantes de sempre.

 

Além da berlina e carrinha do Série 5, o S85 encontrou ainda lugar nos Série 6 Coupé e Cabrio (E63 e E64), mais em concreto no M6, o «pai» do BMW M8 atual e ainda hoje é considerado um modelo muito especial.

Apresentado em 2005, no Salão de Genebra, na Suíça, o BMW M6 não apresentava diferenças mecânicas para os M5 e M5 Touring, mas conseguia ser, por uma curta margem, o mais rápido de todos na forma de coupé: apenas 4,6s para sprintar até aos 100 km/h e atingia os 305 km/h de velocidade máxima.

BMW V10

Em 2012, com a introdução da segunda geração, o M6 despediu-se dos motores V10 naturalmente aspirados e rendeu-se em exclusivo aos V8 biturbo de 4.4 litros.

BMW M6 V10

Lexus LFA

Os anos passam, mas o Lexus LFA continua a ser «portador» de dois títulos quase indiscutíveis: é um dos escassos superdesportivos japoneses e, logo, um dos melhores de sempre; e tem uma das melhores «banda sonoras» de que há memória.

A culpa? Bem, a culpa é do motor V10 naturalmente aspirado de 4,8 l que debita 560 cv de potência a umas elevadas 8700 rpm. Uma verdadeira obra-prima cujo caráter e som conquistou todos aqueles que tiveram o privilégio de o conduzir.

Por isso mesmo, melhor do que ler é mesmo ouvir o que este 10 cilindros é capaz de fazer:

Porsche Carrera GT

Foi no ano 2000, nas vésperas do Salão de Paris, que a Porsche mostrou pela primeira vez o Carrera GT, ainda como protótipo.

A versão de produção demoraria três anos a chegar. Mas quando chegou, o impacto foi grande: o primeiro Porsche com monocoque em fibra de carbono, o primeiro carro de produção com uma embraiagem em cerâmica e o primeiro Porsche de estrada com um V10.

Com 5,7 l de capacidade e naturalmente aspirado e montado «atrás das costas», tinha 612 cv e estava associado a uma caixa manual de seis relações. E escusado será dizer que continua a ser um dos 10 cilindros mais vocais de sempre.

Como é que a marca do eterno seis cilindros boxer se saiu com um dos 10 cilindros em “V” mais fabulosos e vocais de sempre é também uma história digna de ser contada — sigam a ligação abaixo.

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Dodge Viper

É um dos modelos mais especiais desta lista e não é difícil perceber porquê: o Dodge Viper manteve-se fiel ao V10 naturalmente aspirado ao longo das suas três gerações, que nunca parou de evoluir… e crescer (em capacidade e potência).

Tudo começou em 1992, altura em que o primeiro Viper foi apresentado ao mundo com um imenso motor V10 — construído pela Chrysler, mas também com uma «mãozinha» da Lamborghini durante o seu desenvolvimento — de vastos 8.0 litros que produzia 406 cv e 630 Nm.

Dodge Viper GTS
Dodge Viper GTS

Na segunda geração (SR II) manteve a capacidade do motor, mas viu a potência crescer para os 456 cv e o binário subiu até aos 664 Nm com o GTS, o primeiro Viper Coupé.

Mas as mudanças seriam ainda maiores em 2003, com a introdução da terceira geração do modelo (ZB I), onde o V10 «saltava» para os 8.3 l de capacidade e a potência e binário para os 517 cv e 725 Nm, respetivamente.

Em 2008 chegaria a quarta geração (ZB II), onde o bloco V10 atingia os 8.4 l e recebia ainda mais potência e binário, passando a debitar 608 cv e 759 Nm, respetivamente.

V10 Viper

A quinta e última geração do Viper (VX I), lançada em 2013, se a capacidade do motor foi mantida, a potência acabaria por chegar aos 649 cv numa primeira fase e aos 654 cv na última atualização do modelo.

Além da tradição que gerou neste modelo tão icónico, o seu imenso V10 ainda serviu de base para muitos outros modelos.

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A história de Horacio Pagani e o gigantesco «melão» da Lamborghini