Como «decifrar» o VIN (número de identificação) do seu automóvel

Certamente já se depararam com o VIN (Vehicle Identification Number) ou número de identificação do automóvel no vosso Documento Único Automóvel.

Á primeira vista não parece mais do que um conjunto aleatório de caracteres — 17 no total —, contudo, não é bem assim, pois integra uma série de informações acerca do nosso veículo.

Foi uma das razões que levou à sua invenção nos EUA em 1954. A sua adoção global só aconteceria, no entanto, a partir de 1981.

Entre as várias informações codificadas nos 17 caracteres, temos o construtor e a sua origem, e podemos encontrar dados relativos ao formato da carroçaria, tipo de motorização, ano do modelo e até a fábrica onde foi produzido.

Onde está o VIN?

Não é muito difícil de encontrar, estando presente em mais do que um local da carroçaria: placa no compartimento do motor, autocolante colocado junto às portas, canto inferior do para-brisas, entre outros locais relativamente discretos.

Uma vez descoberto o VIN, é altura de o «decifrar» para podermos saber mais sobre o nosso veículo.

Como decifrar o VIN

Podemos dividir os 17 caracteres que compõe o VIN em três grandes grupos, de acordo com o que está definido nas normas ISO 3779 e ISO 3780:

• Identificador de fabricante mundial (WMI) — dígitos 1 a 3;
• Secção de descrição do veículo (VDS) — dígitos 4 a 9;
• Secção de identificação de cada veículo (VIS) — dígitos 10 a 17.

Os três dígitos do identificador de fabricante mundial (WMI ou World manufacturer identifier) diz-nos qual é o construtor e onde está sediado ou o local de fabricação do modelo.

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Os seis dígitos seguintes correspondem à secção de descrição do veículo (VDS ou Vehicle descriptor section) e são definidos pelo construtor. Pode identificar características do veículo como qual a carroçaria ou o tipo de motor.

Os oito dígitos finais estão reservados para a secção de identificação específica de cada veículo (VIS ou Vehicle indicator section), com os últimos quatro a serem obrigatoriamente numéricos. É aqui que encontramos a sequência de produção de cada veículo, podendo também integrar dígitos específicos para o ano e local de produção do veículo.

Um exemplo para «decifrar» o código dos 17 caracteres que compõem o VIN:

Há, porém, algumas ressalvas. Nem sempre o primeiro dígito corresponde ao local de produção do veículo, podendo identificar o local onde está sedeado o fabricante.

Por exemplo, os Volkswagen T-Roc são produzidos em Portugal (na Autoeuropa), mas o primeiro dígito é um “W” o que nos indica o país da sede do construtor, ou seja, Alemanha.

Só no 11.º dígito do VIN encontramos o local de produção do T-Roc. Aí veremos a letra “V” indicando que foi produzido na fábrica da Volkswagen em Palmela, Portugal (a partir de 1994. Até 1994, o “V” referia-se à fábrica da Volkswagen em Westmoreland, EUA).

Curiosidades

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O 9.º dígito que serve de validação do código VIN, só costuma estar presente nos veículos norte-americanos ou chineses, mas não nos europeus. Este resulta de um cálculo matemático e não descreve nenhuma característica do veículo.

Os 10.º e 11.º dígitos, respetivamente, o ano e local de produção, não são obrigatórios. Caso o construtor os coloque no VIN, o dígito correspondente ao ano deve aparecer em primeiro lugar e respeitar a tabela de códigos presente na norma ISO 3779 (podem consultar essa tabela no final do artigo).

Os códigos dos países

Os dois primeiros caracteres do VIN correspondem ao país. Fiquem com a relação entre código e país:

Os códigos dos anos

Caso o VIN tenha o ano do veículo, este pode ser representado por uma letra ou algarismo. Como dá para constatar, o mesmo código tem ou poderá vir a ter vários anos atribuídos, repetindo-se a cada 30 anos. Os caracteres “I”, “O” e “Q” não podem ser usados.

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

Autopédia, Dicas, Número de identificação do veículo