Primeiro Contacto Já conduzimos o novo Kia Sportage. Mais europeu que nunca, mas convenceu?

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Já conduzimos o novo Kia Sportage. Mais europeu que nunca, mas convenceu?

O novo Kia Sportage intensifica a aposta da marca na Europa, mas será capaz de bater as propostas europeias? Já o conduzimos para descobrir.

Kia Sportage

Quando o primeiro Kia Sportage apareceu, há 28 anos, a Kia era uma marca que cativava os clientes sobretudo pela relação preço/equipamento. O design dos seus produtos era desinspirado, os interiores eram simplistas e a tecnologia pouco evoluída.

Fast forward quase três décadas e praticamente tudo mudou: hoje o design do grupo coreano é liderado por europeus com «obra feita» e os novos modelos conseguem romper novas fronteiras. Características que são agora acompanhadas por uma qualidade geral muito superior.

É neste contexto que acaba de ser lançada a quinta geração do Sportage, o modelo da Kia com maior procura na Europa. Um SUV que valeu mais de 100 000 unidades num total de cerca de meio milhão de unidades vendidas o ano passado.

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Kia Sportage

Foi desenhado a pensar no mercado e consumidor europeu e tem como objetivo bater-se com «pesos-pesados» no segmento como o Volkswagen Tiguan ou o Nissan Qashqai, duas das referências do segmento nas duas últimas décadas.

Design ousado, tamanho semelhante

Visualmente é mais um Kia «não conformista», no seguimento de veículos como o Soul, o Niro, o Stinger e, mais recentemente, o EV6.

Aliás, é deste que «herdou» alguns detalhes visuais como as óticas traseiras em posição elevada, bem como a faixa luminosa a toda a largura do portão traseiro. Nas laterais há menos vincos do que no Hyundai Tucson e o tejadilho pode ter — pela primeira vez na Kia — uma cor diferente do resto da carroçaria. 

Já a dianteira é marcada pelas controversas luzes de condução diurna em forma de bumerangue, pelo «nariz de tigre» mais estreito do que é habitual nos Kia e pela enorme (em altura e largura) grelha.

Em relação ao seu antecessor, o Kia Sportage tem variações mínimas nas dimensões exteriores: mais 3 cm em comprimento, mais 1 cm em largura e outro tanto em altura e também entre eixos.

Naturalmente, o espaço interior também não tem grande variação, tendo sido possível «ganhar» mais 2 cm em comprimento atrás e cerca de 1 cm a mais em largura ao nível dos ombros (à frente e atrás), mantendo-se a altura.

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Na prática, isso quer dizer que quatro adultos, mesmo tendo mais de 1,80 m de altura, viajam sem apertos no novo Kia Sportage, recomendando-se o lugar central traseiro para passageiros mais pequenos: como habitualmente, é mais estreito, duro e existe ainda um túnel — mais largo do que alto — a roubar espaço para pousar os pés.

Muito mais moderno e digital

Se no exterior já detetámos «vestígios do EV6», no interior eles são ainda mais evidentes, principalmente nos níveis de equipamento intermédios e mais altos.

Nestes voltamos a encontrar os dois ecrãs colocados lado a lado. Um (o da esquerda) cumpre as funções de instrumentação, o outro (o da direita) acolhe o sistema de infoentretenimento. Ambos medem 12,3” e contam com uma ligeira curvatura e inclinação para o condutor.

Kia Sportage
Os dois ecrãs medem, cada um, 12,3”.

Usam modernos recursos gráficos, têm alta resolução e permitem uma utilização bastante intuitiva. Também a zona de comandos táteis diretos foi «herdada» do EV6.

Colocados por baixo do ecrã central, estes comandos tanto podem servir para gerir a climatização como para controlar o sistema de áudio. Para tal basta pressionar um botão para mudarem de funções, uma solução inteligente e melhor do ter de procurar estas funções em vários menus do sistema de infoentretenimento.

Kia Sportage

Já ao contrário do EV6, o Sportage não conta com um head-up display, nem como extra.

Há também alguns aspetos a melhorar em termos de conectividade com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto pois são necessários fios para essas ligações. Quanto ao carregamento de smartphone por indução, só estará disponível no nível de equipamento de topo, o GT-Line.

Por falar em GT-Line, os revestimentos são claramente de melhor qualidade, tanto no painel de bordo como nas portas e nos revestimentos dos bancos. Contudo, esperava uma extensão maior de materiais de toque suave no tabliê.

A juntar a isso, a Kia mantém a aposta nas superfícies em piano lacado que têm tendência a ganhar impressões digitais e/ou a riscar-se com alguma facilidade. A zona entre os bancos dianteiros é ampla e contém vários espaços para guardar objetos, de alguma forma compensando as pequenas bolsas nas portas.

Kia Sportage
O estilo é próximo ao que já conhecemos do EV6.

Bagageira é trunfo

A bagageira tem uma capacidade que varia (entre 526 l e 591 l) de acordo com a motorização — quanto maior o grau de eletrificação, maior a bateria que assiste o sistema e menor o volume do porta-bagagens —, sendo de 562 litros nesta versão que conduzimos, o 1.6 GDi MHEV (mild-hybrid).

Ou seja, é mais pequena do que a do Tucson, mas continua a ser uma das maiores da sua classe. Além disto, as suas formas são regulares e pode ser ampliada mediante o rebatimento flexível (40/20/40) das costas dos bancos da segunda fila (que permitem ajuste da posição das costas).

Kia Sportage
Na bagageira há duas patilhas na lateral que permitem rebater os bancos.

Já o acesso à bagageira pode ser feito em «modo de mãos-livres», mas só quando o carro está trancado e num sistema menos prático do que aqueles em que basta passar o pé por baixo do para-choques.

Nova plataforma e equipamentos

O Kia Sportage V não é apenas uma remodelação do modelo anterior, mas sim um carro totalmente novo e isso comprova-se também pelo facto de estrear uma plataforma (N3) que a marca coreana usa no Sorento, o seu SUV de maiores dimensões.

Há mais alumínio, suspensão independente nas quatro rodas (tipo Mcpherson à frente e multibraços atrás) e ainda um completo rol de sistemas de assistência à condução a que a Kia chama “DriveWise”.

A juntar a tudo isto é ainda possível equipar o Sportage com uma suspensão eletrónica com amortecedores variáveis, mas apenas nas versões híbrida e híbrida plug-in. Por falar nela, esta é a única que tem tração 4×4 eletrónica e o sistema «Terrain Mode» pensado para todo o terreno.

Híbridos para todos os gostos

A gama de motorizações é composta, por um quatro cilindros a gasolina de 1.6 litros com 150 cv ou 180 cv, que em Portugal é sempre mild-hybrid de 48 V e foi precisamente a versão mais potente aquela que conduzimos.

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Há ainda um Diesel também com 1.6 litros com 115 cv ou 136 cv, neste último caso também mild-hybrid e os dois híbridos (HEV e PHEV), que juntam o motor a gasolina (na versão de 180 cv) a motores elétricos e baterias para poderem assegurar uma locomoção totalmente elétrica e menores consumos e emissões.

No primeiro caso, o 1.6 T-GDI surge associado a um motor elétrico de ímanes permanentes com 44,2 kW (60 cv) — a potência máxima combinada é de 230 cv. A bateria de polímero de iões de lítio tem apenas 1,49 kWh e, como acontece com este tipo de híbridos, não precisa de carregamento externo.

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Já no Sportage PHEV o 1.6 T-GDI a gasolina com 180 cv «casa» com um motor elétrico de ímanes permanentes que gera 66,9 kW (91 cv) para uma potência máxima combinada de 265 cv. Graças à bateria de polímero de iões de lítio de 13,8 kWh, o SUV híbrido plug-in tem uma autonomia de 60 km.

Segundo a motorização, há diferentes transmissões: manual de seis velocidades, automática de dupla embraiagem com sete relações ou automática com conversor de binário com seis velocidades.

Neste primeiro contacto conduzimos a versão mild-hybrid mais potente, como já tínhamos dito. Mesmo com o «empurrão» elétrico, este Sportage nunca é muito rápido, como comprova a aceleração de 0 a 100 km/h em quase 9s e para a qual os 1600 kg muito contribuem.

Já quando elevamos as rotações para forçar um pouco o ritmo isso paga-se em ruído e também em consumos. Num trajeto misto de cidade, estrada e autoestrada ficámos nos 7,9 l/100 km, 1,5 l acima do anunciado.

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A caixa automática de dupla embraiagem é suave nas mudanças, mas revela algumas hesitações quando queremos que seja mais rápida, principalmente nas reduções.

Kia Sportage

A direção também não ajuda a melhorar o quadro, sendo pouco comunicativa. Em compensação a travagem transmite sempre confiança (há discos ventilados nas quatro rodas) e o chassis tem uma afinação específica para a Europa e relativamente dura, ajudando a evitar que a carroçaria adorne em demasia.

Graças a isto o comportamento em curva é mais eficaz do que o de muitos dos concorrentes do Sportage, especialmente no modo de condução «Sport» (os outros dois são «Comfort» e «Eco»).

Tendo tudo isto em conta, só podemos assumir que nas versões com direção ativa e amortecedores eletrónicos variáveis o resultado será, seguramente, ainda mais convincente.

Quanto custa?

Os preços começam nos 34 650 euros para o 1.6 T-GDI. As entregas estão previstas para o próximo mês de março, mas já é possível pré-reservar o novo Kia Sportage.

  • 1.6 T-GDI — 34 650 euros;
  • 1.6 CRDi — 41 200 euros;
  • HEV (híbrida) — 42 700 euros.

A versão PHEV ou híbrida plug-in do Sportage tem uma campanha especialmente pensada para as empresas que permite adquirir o Sportage PHEV por 34 950 euros + IVA. A Kia tem ainda em vigor duas campanhas (uma de lançamento e outra de financiamento) que permitem «cortar» o preço do Sportage em até 5900 euros.

Além disso, a tradicional garantia de 7 anos da Kia, é estendida a 10 anos ou 200 000 km no Sportage.

Kia Sportage
Os faróis traseiros são «inspirados» nos do EV6.

Especificações técnicas

Kia Sportage 1.6 T-GDi MHEV
Motor
Posição Dianteiro transversal
Arquitetura 4 cilindros em linha
Capacidade 1598 cm3
Distribuição 2 a.c.c.; 4 válv. por cilindro
Alimentação Inj. Direta, Turbo
Potência 180 cv às 5500 rpm
Binário 265 Nm entre as 1500 rpm e as 4500 rpm
Transmissão
Tração Dianteira
Caixa de velocidades Automática, dupla embraiagem, 7 velocidades
Chassis
Suspensão FR: Independente MacPherson TR: Independente multibraços
Travões FR: Discos ventilados; TR: Discos ventilados
Direção/N.º voltas Assistência elétrica/2,4
Ângulos ataque/entrada/saída 17º/26,4º/16,7º
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt. 4515 mm x 1865 mm x 1645 mm
Distância entre eixos 2680 mm
Capacidade da mala 562-1751 litros
Capacidade depósito 54 litros
Rodas 235/55 R18
Peso 1680 kg
Prestações e consumos
Velocidade máxima 201 km/h
0-100 km/h 8,8s
Consumo combinado 6,4 l/100 km

Autores: Joaquim Oliveira/Press-Inform.

Já conduzimos o novo Kia Sportage. Mais europeu que nunca, mas convenceu?

Primeiras impressões

7/10
Nota 7,5. A nova plataforma N3 permite que a quinta geração do Kia Sportage tenha um comportamento mais eficaz, ao mesmo tempo que vê o arsenal de equipamentos de assistência à condução muito reforçados. O design ousado do exterior não deixará ninguém indiferente, mesmo sendo o interior mais consensual, com um conceito geral muito próximo do apresentado no EV6. O espaço interior é amplo, a bagageira é uma das maiores do segmento, mas há uma mistura de revestimentos suaves com alguns duros, nem sempre os mais agradáveis. Por fim, com versões a gasolina, Diesel, híbridas e híbrida plug-in, a oferta de motorizações apresenta-se particularmente reforçada.

Data de comercialização: Março 2022

Prós

  • Comportamento eficaz
  • Conforto de rolamento
  • Visibilidade para o exterior
  • Mala ampla
  • Garantia 10 anos

Contras

  • Sem head-up display
  • Mais plásticos duros do que o esperado
  • Carregamento de telemóvel sem fios só na versão de topo
  • Versões de entrada com instrumentação analógica
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