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Eletrificação

França defende incentivos só para elétricos produzidos na Europa

A ideia seria limitar os incentivos à compra de veículos elétricos a modelos produzidos na União Europeia para proteger a indústria local.

Com as marcas chinesas a entrar «em força» no mercado europeu, começam a surgir vozes que defendem medidas «protecionistas» como a limitação dos incentivos à compra de veículos elétricos a modelos produzidos na União Europeia.

Uma dessas vozes é a de Bruno Le Maire, o Ministro das Finanças francês. Segundo este, talvez seja altura de “reservar os incentivos a modelos produzidos na Europa ou que cumpram estritamente novos padrões ambientais”.

De acordo com Le Maire, “é preciso «jogar» com as mesmas regras se queremos defender as nossas indústrias, empregos ou tecnologias”.

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Caso os incentivos à compra de elétricos na Europa passassem a destinar-se apenas a modelos produzidos em solo europeu, a versão mais acessível do Model Y deixaria de ser elegível para os incentivos.

Os elétricos em França

Nos primeiros sete meses de 2022 os automóveis elétricos corresponderam a 12% das vendas em França.

Para promover a sua aquisição, o governo gaulês oferece incentivos para a compra de automóveis elétricos de até 6000 euros, valor que em 2023 vai descer para os 5000 euros. Estes são aplicáveis sempre que um carro custa até 47 mil euros.

A estes incentivos podem ainda juntar-se outros relacionados com os mecanismos de incentivo ao abate.

Dacia Spring
Apesar de ser de uma marca europeia, o Dacia Spring é produzido na China. Uma medida como a proposta por Bruno Le Maire faria com que não fosse elegível para os incentivos à compra de elétricos.

O exemplo americano

Recentemente os EUA aprovaram uma medida semelhante à proposta por Bruno Le Maire e, verdade seja dita, esta não tem escapado a algum criticismo.

Aprovado no final de agosto, o “Inflation Reduction Act” prevê um incentivo de 7500 dólares (quase 7800 euros) para a compra de veículos elétricos.

Contudo, só são elegíveis para este incentivo modelos produzidos em solo norte-americano e cujas baterias não contenham componentes cruciais produzidos na China, Rússia ou outras “entidades estrangeiras de interesse”.

Ora, perante esta medida, Bruno Le Maire não hesitou em afirmar que “é altura de a Europa começar a pensar numa medida idêntica”.

Agora, resta saber se uma medida deste género excluiria os modelos de construtores europeus produzidos na China e se seria também aplicada a modelos provenientes dos EUA.

Fontes: Automotive News Europe, Bloomberg, L’Automobile

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