Loucura a octanas. Novo Corvette ZR1 é o mais potente de sempre

O novo Chevrolet Corvette ZR1 é um autêntico «monstro» a octanas: V8, biturbo e 1079 cv (1064 hp) de potência e 1123 Nm de binário, tudo isto enviado apenas e só às rodas traseiras!

Este passa a ser o Corvette de produção mais potente de sempre e o seu V8 é um dos mais poderosos alguma vez feito por uma marca automóvel norte-americana.

É um cartão de visita notável para o novíssimo Corvette ZR1, que está disponível em duas versões distintas: Coupé e Convertible (descapotável).

Super V8

Os números do novo V8 são tão avassaladores que só podíamos começar por ele. O novo LT7 tem como ponto de partida o LT6 do Corvette Z06 — ambos integrados na arquitetura Gemini V8 —, que mantém o título de V8 naturalmente aspirado mais potente de sempre.

O LT7 mantém a cilindrada de 5,5 l e a cambota plana, basicamente adicionando ao LT6 dois turbocompressores — é o primeiro Corvette a ter um par de turbos —, para entregar os impressionantes 1079 cv às 7000 rpm e 1123 Nm de binário máximo às 6000 rpm.

Claro que foi preciso fazer muito mais do que adicionar dois turbocompressores (76 mm de diâmetro cada) e as modificações foram extensas ao ponto de receber a nova designação LT7. As cabeças dos cilindros são novas, a câmara de combustão é maior, foi adicionada uma porta secundária de injeção de combustível, a admissão é totalmente nova e há também novos contrapesos na cambota que têm em conta as novas bielas e pistões.

Todo este poderio mecânico, que dispensa qualquer tipo de ajuda elétrica, é gerido por uma caixa DCT com oito velocidades e, como já referimos, enviado em exclusivo às duas rodas traseiras.

Durante os primeiros testes no mítico Nürburgring, o Corvette ZR1 foi capaz de ultrapassar os 321 km/h, mas a Chevrolet estima que a velocidade máxima real seja superior a 346 km/h.

Quanto ao registo no sprint dos 0 aos 100 km/h, ainda não é conhecido, mas a marca norte-americana garante que será capaz de despachar o quarto de milha em menos de 10s.

Também gosta de curvas

“Só andam em reta” é o comentário típico sobre os desportivos americanos. Talvez fosse verdade no passado, mas hoje já não é bem assim. Mesmo na geração anterior, antes de colocar o motor «atrás das costas», o Corvette já mostrava ser também um devorador de curvas.

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Na atual geração (C8), especialmente o mais apurado Z06, conseguiu calar todos os críticos. O novo Corvette ZR1 promete reforçar esse legado. Na base disto temos um esquema com duplos triângulos sobrepostos (com braços em alumínio forjado) nos quatro cantos e o amortecimento adaptativo Magnetic Ride faz o resto.

O sistema de travagem foi também otimizado, contando com discos carbo-cerâmicos com 400 mm à frente e 390 mm atrás, «mordidos» por pinças monobloco. A Chevrolet admite que recorreu a uma nova tecnologia na fabricação de rotores carbo-cerâmicos, que melhoram a resistência e gestão térmica dos mesmo.

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Além disto, do ponto de vista aerodinâmico, quando equipado com o pack opcional ZTK Performance, que acrescenta (entre outras coisas) uma imponente asa traseira em carbono e um novo difusor dianteiro, o Corvette ZR1 é capaz de gerar 544 kg de downforce à velocidade máxima.

Com este pacote, a suspensão também fica mais firme e os Michelin Pilot Sport 4 S são trocados por outros Michelin, os Sport Cup 2 R (jantes de 20″ à frente e 21″ atrás).

A contribuir para a imagem dramática deste ZR1, destaca-se ainda a enorme entrada de ar dianteira, que permite que o ar entre por baixo do capô e passe pelo intercooler, e as entradas de ar nas laterais, que permitem encaminhar ar para os dois turbos.

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Curiosamente, apesar de todos os trunfos mecânicos que carrega, o Corvette ZR1 não é mais pesado que o Z06. O coupé pesa 1665 kg e o descapotável pesa 1705 kg. Graças a isto, o ZR1 coupé consegue entregar uma relação peso/potência de apenas 1,54 kg/cv. É notável.

Viagem ao passado

Do ponto de vista estético, as principais alterações para o Corvette Z06 prendem-se com o pacote aerodinâmico, que é bastante mais agressivo.

Mas há outra novidade importante. É que pela primeira vez em muitas décadas, o Corvette volta a contar (apenas na versão Coupé) com um óculo traseiro bipartido (split window). Desde o Corvette Sting Ray (C2, de 1963) que não víamos esta solução num carro de estrada. No entanto, esta solução surgiu muito mais recentemente no Corvette Z06 GT3.R de competição.

Já no interior, as alterações são mínimas e resumem-se, quase em exclusivo, aos novos emblemas ZR1, que surgem nas soleiras das porta e no volante.

Quando chega?

A produção do novo Corvette ZR1 vai arrancar em 2025, numa das unidades de produção da General Motors no Kentucky, nos EUA.

Quanto aos preços, ainda não são conhecidos, ainda que a imprensa americana esteja a estimar um preço, nos EUA, à volta dos 200 mil dólares (aprox. 185 mil euros)

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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