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Tarifas de importação já afetam as vendas dos elétricos “made in China” ?

As tarifas de importação aos elétricos "made in China" entraram em vigor dia 4 de julho e já se começa a sentir o impacto no mercado.

MG4, frente
© MG

As tarifas provisórias da União Europeia aos elétricos produzidos na China entraram em vigor dia 4 de julho e importa saber em como estão a impactar o mercado.

Os números não mentem. O número total de elétricos registados pela BYD e pela MG (grupo SAIC) caíram 45% comparativamente a junho, segundo dados apurados pela DataForce relativamente a 16 Estados-membros (entre eles, Alemanha, França e Itália, três dos maiores mercados europeus).

Esta tendência também se registou noutras marcas chinesas, sendo que, no geral, a consultora observou uma queda de 36% na venda de automóveis elétricos chineses.

produção do BYD ATTO3
© BYD BYD Atto3.

Pôr os pontos nos “is”

No entanto, este decréscimo acentuado registado em julho comparativamente a junho não pode ser considerado fidedigno do real impacto das novas tarifas de importação.

Isto porque em junho houve um crescimento anormal no registo de automóveis elétricos produzidos na China. Podemos justificar esse crescimento como uma medida de antecipação à introdução das novas tarifas.

O crescimento foi de tal ordem que os elétricos das marcas chinesas representaram em junho 11% do total da venda de elétricos na Europa. Foi um novo recorde, de acordo com os dados da DataForce.

Como refere Gabriel Juha, analista da Dataforce, esse crescimento foi, no entanto, “pouco saudável”, pois apoiou-se maioritariamente em autovendas. Ou seja, são vendas registadas em nome dos concessionários das próprias marcas.

Na MG, por exemplo, cerca de 40% dos exemplares matriculados do MG4 foram registados desta forma. Ainda que a prática de autovendas seja comum, não costuma atingir valores desta ordem de grandeza.

E entre as marcas europeias?

Como temos referido, as tarifas de importação da UE não afetam apenas as marcas chinesas, mas também os construtores europeus que produzem elétricos na China (Mini, por exemplo). No entanto, a queda nas vendas não foi tão acentuada nos construtores automóveis ocidentais.

Segundo Matthias Schmidt, analista automóvel independente, foram mais “cautelosos em gerir os seus inventários”.

Contudo, esta queda não foi tão acentuada nos construtores automóveis ocidentais, que foram mais “cautelosos em gerir os seus inventários”, afirmou Matthias Schmidt, um analista automóvel independente baseado perto de Hamburgo.

De momento, ainda não foram disponibilizados os números totais do mercado europeu referentes ao mês de julho para perceber o impacto das tarifas nas vendas dos elétricos no geral.

União Europeia Vs China

Recorde que a União Europeia (UE) estabeleceu tarifas provisórias aos elétricos fabricados na China, durante os próximos quatro meses, que podem ir até aos 47,6%. Saiba os valores a que cada marca está sujeita:

Como resposta a esta medida a China lançou formalmente, no dia 9 de agosto, uma queixa à à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a decisão da UE.

As tarifas de importação provisórias poderão mudar de estatuto para definitivas (período mínimo de cinco anos) no próximo mês de novembro. É o mês em que terminará a investigação da UE sobre a subvenção aos elétricos “made in china”.

Fonte: Bloomberg

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