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UE e Mercosul avançam com acordo que reduz tarifas para automóveis

A União Europeia e o Mercosul celebraram um novo acordo que pode beneficiar e muito os fabricantes automóveis europeus.

Audi Q6 e-tron - 3/4 de frente em andamento
© Audi

A União Europeia (UE) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul) celebraram, no dia 6 de dezembro, novos compromissos que prometem fortalecer a relação comercial entre as duas regiões e dar um impulso significativo à indústria automóvel europeia, afirmou a ACEA.

O Mercosul é um bloco económico e político formado por países da América do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e outros associados) com o objetivo de promover a integração económica, comercial e política entre os seus membros.

Em 2019, a UE já tinha estabelecido um acordo comercial com o bloco da América do Sul. Contudo, este ano, as duas partes decidiram aprofundar ainda mais os seus compromissos, introduzindo medidas que oferecem vantagens adicionais para diversos setores, com destaque para a indústria automóvel.

© Mercedes AG O Mercedes-Benz Classe E também é vendido no Brasil.

O que foi acordado?

Entre as novas medidas, destaca-se a eliminação de 90% das tarifas de exportação, o que vai permitir uma poupança de mais de 4 mil milhões de euros anuais em direitos aduaneiros. Atualmente, os automóveis exportados da UE enfrentam tarifas de 35%, a maquinaria valores de até 20% e os componentes para automóveis de até 18%.

Uma das principais exceções do acordo envolve automóveis elétricos e híbridos cujas tarifas serão eliminadas de forma mais gradual. Para proteger as indústrias locais dos países do Mercosul e dar tempo para que estas se adaptem à crescente concorrência, foi acordado que as tarifas sobre os automóveis elétricos e híbridos serão reduzidas de forma gradual.

Inicialmente, estas tarifas seriam eliminadas em 15 anos, mas este prazo foi estendido para 18 anos. Apesar disto, as tarifas sobre os automóveis eletrificados exportados da UE vão cair imediatamente de 35% para 25%.

Para além disto, o acordo concede ainda acesso preferencial exclusivo a algumas matérias-primas críticas, entre elas, o lítio, uma matéria essencial para a produção de baterias de automóveis elétricos.

Este é um passo estratégico para a UE, que busca reduzir a sua dependência da China no fornecimento de componentes essenciais para a produção de baterias.

Marcas que beneficiarão

Os principais beneficiários destas novas medidas são os construtores automóveis alemães. Segundo dados divulgados pela Associação da Indústria Automóvel Alemã (VDA), em 2023, os construtores automóveis alemães produziram 355 mil automóveis na região do Mercosul e cerca de 21 mil automóveis foram exportados da Alemanha para a Argentina e o Brasil.

“A conclusão deste acordo vai contribuir para fortalecer a competitividade dos fabricantes de automóveis europeus, ao eliminar as tarifas altas e as barreiras técnicas ao comércio nas exportações para o mercado do Mercosul.”

ACEA

A América do Sul, no entanto, é também um mercado-chave para os principais construtores automóveis europeus, incluindo a Stellantis, Grupo Renault e o Grupo Volkswagen. Apesar de terem fábricas na região, estes também exportam modelos da Europa e para a Europa.

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