Ensaio Quer poupar? Renault Captur GPL é a tecnologia certa na altura certa

Desde 26 300 euros

Quer poupar? Renault Captur GPL é a tecnologia certa na altura certa

Se os custos com mobilidade são uma prioridade, mas os 100% elétricos não são opção, então considere seriamente este Renault Captur TCe Eco-G (GPL).

Renault Captur TCe 100 Eco-G

7.5/10

O Renault Captur mostra que o GPL é uma excelente opção. Das melhores se não tem onde carregar um veículo elétrico.

Prós

  • Consumos e autonomia;
  • Imagem rejuvenescida;
  • Preço;
  • Serviços do Google;

Contras

  • Suspensão modesta em mau piso
  • Interior pouco diferenciado;
  • Processo de abastecimento de GPL;

Lembro-me perfeitamente de quando estava a escrever o ensaio ao Renault Clio TCe 100 GPL, há pouco mais de um ano. O Guilherme passou por mim e reparou no ensaio que eu estava a fazer. Aproveitámos para falar um pouco sobre o Clio, até porque ele já o tinha conduzido na apresentação internacional.

No meio da conversa, o Guilherme «atira» a seguinte frase sobre esta versão movida a gás de petróleo liquefeito (GPL): “A tecnologia certa, na altura certa”. É perfeita e diz tudo. E com a chegada do renovado Renault Captur equipado precisamente com o mesmo sistema, voltei a pescá-la. Continua a ser perfeita.

Enquanto diversas famílias andam a fazer contas para ver se conseguem adquirir um automóvel equipado com um sistema híbrido, ou mesmo um 100% elétrico, as opções bi-fuel (GPL) parecem continuar a passar um pouco ao lado destas contas.

Vão por mim. Façam novamente as contas…

Infelizmente, mesmo nas calculadoras da maioria dos construtores de automóveis, esta opção também continua a ser descartada. Todos parecem estar no mesmo trilho, considerando que o futuro será garantidamente 100% eletrificado. Na Renault — e também na Dacia — segue-se esse mesmo trilho, mas sem abandonar outras tecnologias que fazem todo o sentido, como o GPL.

Visual modernizado

A receita já utilizada com o Clio para a maioria dos elementos estéticos foi também aplicada com o Renault Captur. A secção dianteira recebeu um novo desenho, totalmente diferente do seu antecessor, mais moderno e agressivo. Na parte de trás, apenas os grupos óticos receberam um ajuste cosmético.

De resto, e além das novas jantes de liga leve, há apenas ajustes em termos de equipamento, variando em alguns acabamentos e no seu recheio. A unidade que vê nas imagens é a Techno, a mais completa das duas disponíveis com este sistema Eco-G.

Passando para o interior, as diferenças são muito poucas ou quase inexistentes face ao Renault Captur que já conhecíamos. Destaca-se o painel de instrumentos totalmente digital, com um visual modernizado e também o ecrã central de comando tátil com 10,4”, colocado na vertical. Neste, estão incluídas diversas aplicações integradas do Google e muitas outras funções.

Neste particular, é preciso dar os parabéns à Renault. Experimente este sistema de infoentretenimento. É tão simples que até quem não acha piada a tecnologia e gadgets vai ficar rendido. Os comandos por voz são naturais e a integração com as aplicações Google garantem que estamos sempre a utilizar sistemas que nos são familiares.

Os sistemas de apoio à condução também são competentes (travagem automática, assistência na via de rodagem, alerta de ângulo morto, etc). Além de competentes, também são fáceis de desligar — algo importante quando queremos estar «livres» de avisos.

A Renault incluiu um novo botão do lado esquerdo da coluna da direção, onde estão memorizadas as configurações preferidas. Depois de ligar o carro, basta premir uma vez, uma segunda para confirmar e está feito. Nada de avisos e sinais acústicos por tudo e por nada. Perfeito, não é?

Dinâmica refinada

Com esta atualização do Renault Captur, a suspensão parece ter recebido uma nova afinação, ligeiramente mais branda. Em bom piso, o nível de conforto é mais elevado e em curva, o Captur também não perde facilmente a compostura.

O único reparo acontece nas zonas mais degradadas. A suspensão acaba por não oferecer a decisão e compostura dos modelos mais recentes da marca francesa. O conforto mantém-se, mas há ligeiramente mais ruído e vibrações a chegar ao habitáculo do que em alguns concorrentes.

Quanto ao motor, o bloco de apenas um litro, a gasolina, com três cilindros em linha e 101 cv de potência — ajudado por um sistema de injeção direta de combustível e um turbo com intercooler —, oferece praticamente o mesmo desempenho, seja a gás ou gasolina.

Renault Captur - motor
© André Mendes / Razão Automóvel Num mundo em que os elétricos nos oferecem potências avassaladoras, este pequeno motor mostra que 100 cv é mais do que suficiente. Não são preguiçosos nem gulosos.

Em conjunto com a caixa de velocidades manual de seis velocidades, a velocidade máxima declarada ronda os 173 km/h e a aceleração dos 0 aos 100 km/h é feita em 13 segundos. No mundo real, vão sentir que têm sempre motor suficiente no Renault Captur GPL para quase tudo. A menos que tenham o carro cheio… aí ponderem melhor as ultrapassagens.

Diferença? Qual diferença?

Se há uns anos havia diferença entre a condução a gasolina e a GPL, agora, mal se dá por isso. O botão que nos permite alternar entre os dois modos de funcionamento está do lado esquerdo da coluna da direção e é apenas isso, um botão.

Depois de o premir, o sistema não muda de imediato, é necessário aguardar dois ou três segundos. Mas depois, a única diferença é mesmo o indicador do depósito de combustível do painel de instrumentos, que muda de um combustível para outro e deixa um pequeno quadrado aceso com a sigla LPG (GPL em inglês).

Com os dois depósitos atestados — 49 litros de gasolina e 32 litros de GPL — a Renault anuncia uma autonomia máxima de até 1300 km para o Captur GPL. Na unidade ensaiada, ainda antes de arrancarmos para este ensaio, os valores de autonomia indicados pelo computador de bordo eram de 570 km para a gasolina e de 420 km para GPL.

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A grande vantagem, não nos podemos esquecer, é que estes valores não são para dar origem a uma determinada média combinada, nada disso. São mesmo somados um ao outro, ou seja, 990 km, neste caso. É este um dos enormes trunfos do GPL e da presença de dois depósitos de combustível.

O outro, como já deve ter adivinhado, é o preço do GPL, que é muito inferior ao da gasolina. Enquanto estou a escrever este ensaio, o valor médio em solo nacional, ainda se encontra abaixo da fasquia de um euro por cada litro abastecido, praticamente metade do preço da gasolina.

Contas de cabeça (bem, quase…)

Vamos fazer umas contas rápidas, usando os preços atuais dos combustíveis. Atestar o depósito de gasolina (1,738 €/l) é igual a 85,16 euros. Atestar o depósito de GPL (0,982 €/l) é igual a 31,42 euros. Se usar sempre o modo do GPL e deixar o «lado» da gasolina sossegado, ao fim de algum tempo, os ganhos vão ser consideráveis.

Ainda assim, é importante referir que no modo GPL, os 101 cv do motor TCe de um litro ficam mais sedentos. Usando gasolina como combustível, registei uma média de 7,5 l/100 km — a marca declara 6,1-6,4 l/100 km sem se portar tão mal como eu. Ou seja, na teoria, seria possível percorrer um máximo de 640 km.

Com o sistema de GPL ativo, que foi o que utilizei durante mais tempo — também de uma forma menos tranquila —, a média registada foi de 10,8 l/100 km.

Face aos 7,6-8 l/100 km declarados, a distância é enorme. Por isso, decidi moderar-me e acabei por registar apenas mais um litro do que a marca: 8,9 l/100 km.

Seja como for, mesmo com a minha média apressada, cada depósito de GPL (32 litros) é suficiente para praticamente 300 km. Com os dois valores somados, o Renault Captur GPL consegue percorrer mais de 930 km usando cerca de 115 euros de combustível.

Ainda falta uma outra conta, talvez a mais importante de todas. Numa toada «normal» temos um custo inferior 9 €/100 km. O mesmo exercício com gasolina fica a 13,5 €/100 km.

É um diferencial de quase cinco euros por cada 100 km. Não exagero se afirmar que o GPL é o novo Diesel. Longas distâncias por valores controlados.

E se é verdade que abastecer um carro com GPL é ligeiramente mais trabalhoso do que abastecer de gasolina, ainda assim é mais simples do que carregar um 100% elétrico num posto de carregamento público. Não exige cartões, aplicações e é muito mais rápido. É apenas uma constatação.

Boas notícias para a carteira

Além dos custos relacionados com os consumos, o capítulo do preço também significa boas notícias. No meio de um mercado em que praticamente só se fala de elétricos e híbridos, somos diariamente confrontados com valores bem avultados. Neste Renault Captur GPL não é bem assim.

A tecnologia Eco-G da Renault é utilizada pela marca francesa há anos e é bastante simples quando comparada com muitas outras. Por causa disso, o Renault Captur que vê nas imagens, com todos os extras já incluídos, não chega sequer aos 30 mil euros.

A versão Techno começa nos 26 300 euros, aos quais adicionamos 700 euros da pintura metalizada com o teto em preto e cerca de 2800 euros em opcionais. Resta apenas adicionar as despesas administrativas e de transporte — provavelment já vai ultrapassar a fasquia dos 30 mil euros —, e terá acesso a um pequeno SUV familiar com fortes argumentos em termos de despesas mensais.

Veredito

Renault Captur TCe 100 Eco-G

7.5/10

A renovação do Renault Captur mantém a versão a GPL, que continua a ser a mais adequada para o nosso mercado. E vem agora acompanhado de uma imagem modernizada, uma boa dose de equipamento de série e é proposto por um preço competitivo.

Prós

  • Consumos e autonomia;
  • Imagem rejuvenescida;
  • Preço;
  • Serviços do Google;

Contras

  • Suspensão modesta em mau piso
  • Interior pouco diferenciado;
  • Processo de abastecimento de GPL;

Especificações técnicas

Versão base:26.300€

IUC: 111€

Classificação Euro NCAP: 4/5

29.870€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 3 cilindros em linha
  • Capacidade: 999 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (12 válv.)
  • Potência: 101 cv entre as 4600 e as 5000 rpm
  • Binário: 170 Nm entre as 2000 e as 3500 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 velocidades

  • Comprimento: 4239 mm
  • Largura: 1797 mm
  • Altura: 1575 mm
  • Distância entre os eixos: 2639 mm
  • Bagageira: Entre 404 e 518 litros
  • Jantes / Pneus: 215/55 R18
  • Peso: 1275 kg

  • Média de consumo: 6,1 l/100 km (gasolina) / 7,6 l/100 km (GPL)
  • Emissões CO2: 119-125 g/km
  • Velocidade máxima: 173 km/h
  • Aceleração máxima: >13

    Tem:

    • Airbags laterais (cabeça e tórax) condutor e passageiro
    • Alerta de atenção e sonolência do condutor
    • Alerta de distância de segurança
    • Alerta de esquecimento do cinto de segurança nos 5 lugares com deteção de ocupante
    • Ar condicionado automático
    • Base da bagageira removível
    • Carregador de smartphone por indução
    • Cartão Renault Mãos-Livres
    • Controlo eletrónico de estabilidade + Sistema de ajuda ao arranque em subida (ESP+HSA)
    • Cruise control e limitador de velocidade
    • Kit de enchimento e reparação dos pneus
    • Retrovisores exteriores reguláveis e rebatíveis eletricamente com função de desembaciamento
    • Sistema de assistência à travagem de urgência (AFU)
    • Sistema de travagem ativa de emergência com função de cruzamento
    • Travão de estacionamento assistido com Auto-Hold

Pintura Azul Iron com tejadilho em Preto: 700 €
Barras de tejadilho longitudinais: 250 €
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Câmara 3D 360º: 500 €
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Volante em couro: 120 €