Conduzi o novo Opel Frontera que custa 25 mil euros

O Opel Frontera tem duas versões, uma elétrica e outra a gasolina. Se vão sair da cidade escolham o segundo.

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Muitas marcas de automóveis têm anunciado modelos abaixo dos 25 mil euros. Porém, preferem iniciar a comercialização com as versões mais caras. Com o novo Opel Frontera a marca alemã decidiu seguir a estratégia oposta.

Já está disponível o novo Opel Frontera a partir de 24 200 euros, associado ao motor a gasolina de 100 cv com uma pequena ajuda elétrica: um motor elétrico de 28 cv que ajuda a baixar os consumos e emissões.

Todas as versões a gasolina têm uma enorme vantagem. Por mais 800 euros podem ter sete lugares — devido às baterias o Frontera elétrico não supera os cinco lugares.

Já o testei e fiz um vídeo onde explico tudo o que precisam saber sobre o novo Opel Frontera:

Foi um modelo que me convenceu, mas que apresenta algumas arestas que podiam (deviam…) ser limadas. Não afetam a avaliação geral do novo Opel Frontera, mas beliscam a experiência. Está tudo no vídeo, mas vou escrever mais algumas linhas.

Detox no interior

A expressão não é minha, é da Opel. Neste novo Frontera a marca decidiu simplificar tudo e fazer uma espécie de detox digital. Objetivo? Oferecer apenas o essencial. Uma estratégia que tem dado frutos na Dacia, como mostram as vendas da marca romena.

Regressando ao Frontera, em alguns aspetos foram longe demais. O interior é minimalista mas cómodo, porém como explicar a ausência de computador de bordo na versão 100% elétrica (apenas temos a autonomia estimada) ou ligar o Frontera elétrico rodando uma chave?

Durante esta apresentação falei com os técnicos da Opel e concordaram comigo: num 100% elétrico não faz sentido ligar o carro através de uma chave. Vão mudar isso brevemente.

Do lado dos aspetos positivos temos o espaço. O aproveitamento do tamanho da carroçaria foi levado ao extremo. Entramos dentro do novo Frontera e encontramos tanto espaço como no Opel Grandland. Está tudo dito, não está?

Elétrico? Sim, mas…

Como expliquei no vídeo, a versão 100% elétrica é muito interessante. Por menos de 30 mil euros podemos ter um SUV 100% elétrico muito espaçoso. Mas isso tem um preço que se paga em potência e autonomia.

O motor deste Opel Frontera elétrico debita apenas 113 cv e a bateria (LFP) oferece 44 kWh de capacidade. Suficiente para o quotidiano em cidade, mas limitado fora dela.

A autonomia não é magnífica quando abandonamos a selva urbana: 305 km de autonomia anunciada que se transformam em 250 km de autonomia real em ciclo misto.

Se a viagem for feita integralmente em autoestrada então este número deverá situar-se em torno dos 200 km. Como expliquei, é mais que suficiente para a cidade, mas muito limitado fora dela.

Passando para as versões com motor de combustão, são muito agradáveis. Conduzi a versão de 136 cv mild-hybrid e fiquei agradado pelos consumos e pelas prestações.

Como expliquei no vídeo, a presença de um pequeno motor elétrico, integrado na caixa de velocidades automática (de dupla embraiagem e seis relações) faz a diferença.

Preço de ataque

A Opel vai com tudo neste Frontera. É cada vez mais raro ver modelos neste segmento abaixo dos 25 mil euros, ainda para mais quando podem oferecer até sete lugares.

A versão elétrica custa cerca de 29 500 euros. Um valor que nos caso das empresas, com a dedução do IVA, também podem descer a barreira psicológica dos 25 mil euros.

É um preço competitivo. Basta pensarmos que contam-se pelos dedos de uma mão as alternativas que temos a este cenário com esta oferta de espaço.

Entre elas conta-se o inevitável Dacia Duster e o muito feliz Citroën C3 Aircross, com o qual o novo Frontera partilha quase tudo. Dois campeões de vendas. Será que vamos ter um terceiro?