A Porsche mantém-se firme na decisão de manter o novo Macan exclusivamente elétrico, após terem surgido rumores de que estaria a considerar uma nova variante a combustão. Mas um novo SUV da Porsche a combustão vai acontecer.
Foi o que Oliver Blume, diretor-executivo da Porsche, confirmou ontem, durante a apresentação dos resultados financeiros de 2024.
Recordamos que a primeira geração do Macan, exclusivamente a combustão, deixou de ser vendida na Europa em abril de 2024, mas ainda é vendida noutros mercados e a produção só terminará totalmente em 2026.
O plano original era precisamente esse: ter as duas gerações a vender em paralelo, até que o Macan 100% elétrico assumisse totalmente o lugar do Macan a combustão. Mas o mercado dos elétricos não está a evoluir como o planeado e a eletrificação não vai acontecer em simultâneo no mundo inteiro.
A anterior ambição de ter 80% das vendas globais em 2030 a provir apenas de modelos elétricos é vista hoje por Oliver Blume como “irrealista”. Por isso, a Porsche desenhou um novo plano, que implica manter a aposta nos motores de combustão durante mais tempo para a maioria dos seus modelos — a exceção é o 911 que deverá ter motores a combustão até ser proibido.
É preciso um novo SUV a combustão
Uma decisão que fez disparar todo o tipo de rumores, especialmente sobre o futuro do Macan, que tem lutado nos últimos anos com o Cayenne, taco a taco, pelo título de Porsche mais vendido globalmente. O que parece já ser certo é que o Macan elétrico não conseguirá igualar as vendas do Macan a combustão. É preciso, por isso, uma solução.
Manter a primeira geração em produção para lá de 2030 nunca esteve em equação: atualizá-lo para ficar em conformidade com todos os regulamentos (segurança, cibersegurança e ambientais) ficaria tão caro, que mais vale investir numa nova geração.
Adaptar o Macan elétrico para receber um motor a combustão é um exercício igualmente oneroso. A plataforma PPE, desenvolvida a meias entre a Porsche e a Audi, foi concebida apenas e só para 100% elétricos. A reengenharia necessária para instalar uma cadeia cinemática a combustão até pode ser tecnicamente possível, mas é economicamente inviável.
Oliver Blume, ontem, clarificou o que podemos esperar. E, sem surpresa, passa por aceder às sinergias do Grupo Volkswagen, para reduzir o tempo e os custos de desenvolvimento. Aliás, foi o mesmo exercício que deu origem ao primeiro Macan, que partilha a plataforma MLB com o Audi Q5.
Não se vai chamar Macan
Tendo isso em consideração, a história poderá repetir-se com este novo SUV a combustão. O mais provável — especulação nossa — é fazer uso da nova plataforma PPC da Audi, que serve (novamente) a nova geração do Q5. A novidade é que o novo SUV a combustão não se deverá chamar Macan.
A Porsche avançou em comunicado e Blume confirmou-o durante a conferência que será uma gama independente, com motorizações a combustão e híbridas. O mesmo comunicado diz que terá um design novo, mas um perfil tipicamente Porsche e que poderá ser lançado perto do final da década.
A probabilidade de ter como ponto de partida o novo Q5 — que já conduzimos — ganha força quando, recentemente, foi avistado uma mula de testes (acima) que não é mais que um Audi Q5, acompanhado de outros protótipos de teste da Porsche (Macan, Cayenne elétrico e Boxster).
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