O novo Renault 5 Turbo tem 540 cv literalmente dentro das rodas

A Renault passou das palavras aos atos e transformou o radical protótipo 5 Turbo 3E num modelo de produção. Serão produzidas apenas 1980 unidades, um número simbólico que homenageia o ano em que foi lançado o icónico Renault 5 Turbo original.

Do Renault 5 não sobrou quase nada. Nem o preço, de que vamos falar adiante. A plataforma é totalmente distinta, os motores também e nem as baterias sobraram. É mesmo tudo especial neste Renault 5 Turbo 3E. Os motores em particular, que são diferentes de todos os elétricos à venda no mercado.

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Por isso sobrou apenas o nome que evoca um «monstro alado» dos anos 80, que venceu dentro e fora das pistas. Mas será que faz sentido recuperar a sigla Turbo num 100% elétrico?

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Um monstro compacto

Antes de responder a essa questão, importa olhar para os números deste Renault 5 Turbo elétrico. Debaixo dos enormes guarda-lamas estão dois motores elétricos dentro das rodas — sim, no interior da jante — cada um com uns impressionantes 272 cv (200 kW), para um total de 540 cv de potência combinada. Ou seja, números dignos de um supercarro.

Quanto ao binário, é mais digno de um camião do que de outra coisa: 4800 Nm de binário, embora este número represente mais a capacidade dos motores elétricos do que o binário que efectivamente chega às rodas. Nenhum pneu aguentaria estes números.

Segundo os engenheiros da Renault, esta solução de colocar os motores no interior da jante teve duas vantagens: redução do centro gravítico e aumento do espaço disponível para a bateria. Quanto ao peso dos motores — que influenciam muito as massas não suspensas — os técnicos da marca não revelaram valores, mas afirmaram que a afinação da suspensão foi “mais complexa” devido à presença deste componente no interior da jante.

Portanto, regressando à questão “será que faz sentido recuperar a sigla turbo num 100% elétrico”, a minha resposta é sim, não é tão descabido como parece.

Para quem nasceu antes da década de 90, a palavra “turbo” não representa apenas tecnologia. Representa potência, desvario, insanidade e performance. Só os carros mais insanos é que tinham direito a exibir esta sigla na carroçaria, portanto compreendo a lógica da rapaziada que desenvolveu este 5 Turbo moderno.

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Dos 20 aos 30 mil euros. É assim que a Renault vai ter um elétrico para todos 

Em 2025, a estratégia da Renault para os elétricos entra numa nova fase e tem três pontas de lança: Renault 5 E-Tech, Renault 4 E-Tech e Renault Twingo.

Os elétricos são pesados, mas…

Apesar das maiores dimensões face ao Renault 5 normal, o peso ficou nuns contidos (para um elétrico) 1450 kg, equivalente ao modelo convencional equipado com a bateria de 52 kWh. Mas não sobrou nada do Renault 5 elétrico «normal».

A plataforma é totalmente diferente e a carroçaria recorre inten sivamente à fibra de carbono. Ainda assim, até ao início da produção, a marca francesa acredita que vai ser capaz de retirar mais 50 kg ao peso final deste modelo.

Um outro destaque é a arquitetura elétrica de 800 V, que permite carregamentos ultrarrápidos até 350 kW. Assim, numa situação ideal, o Renault 5 Turbo 3E pode carregar de 15% a 80% em apenas 15 minutos.

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Modo especial para torturar pneus

O Renault 5 Turbo 3E vai ter um modo de condução drift. Com tração traseira e 540 cv de potência, este modelo vai ser o pesadelo dos pneus montados no eixo posterior.

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Mas porque a potência é muita e a distância entre eixos é curta, há um modo de condução afinado para ajudar o condutor a moldar a potência entregue às rodas e assim ser mais fácil manter as longas e fumarentas derivas de traseira. Torturar pneus será mais fácil que nunca, afirmam os técnicos da marca.

O preço não é um problema

Sem querer dar muitas pistas, um dos responsáveis da marca francesa deu uma expectativa de valores: mais de 100 mil euros e menos de 200 mil euros. Isto diz muito da volatilidade de preços deste modelo que tem um extenso programa de personalização. Nenhum Renault 5 Turbo 3E será igual.

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Joaquim Oliveira

No total vão ser produzidas 1980 unidades e algumas destas já têm carimbo no passaporte para Portugal. As primeiras unidades vão ser entregues em 2027.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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