Comprou um carro usado? Seis dicas sobre o que deve fazer

Comprar um carro usado pode ser várias coisas: uma aventura, um prazer (sim, há pessoas que gostam de passar horas à procura daquele negócio ideal), uma desilusão ou um autêntico jogo de roleta russa.

Se comprou o seu carro usado num stand que o entregou depois de uma boa revisão, parabéns, grande parte desta lista não é para si. No entanto, se decidiu mergulhar no mundo dos usados vendidos por particulares deve ler e seguir os conselhos que damos, pois o preço de não os seguir pode ser bem alto.

Trate da documentação

Não basta pegar no dinheiro e pagar ao antigo dono o que ele está a pedir pelo carro. Para passar a ser realmente seu tanto você como o vendedor têm de preencher o Impresso Único para registo automóvel (que podes obter aqui).

Depois é só ir até uma Loja do Cidadão ou a um notário para poder registar o carro em seu nome e oficializar a venda (na Loja do Cidadão o processo custa 65 euros e demora cerca de uma semana até receber o Documento Único).

Para além do registo de propriedade não se esqueças que para poder circular com o carro, tem ainda de fazer um seguro, antes de se poder fazer à estrada.

Por fim e ainda no universo da documentação automóvel, confirme se o carro tem a inspeção em dia (também é obrigatória) e se não se está a aproximar-se aquela dolorosa altura do ano em que tem de pagar o Imposto Único de Circulação.

Leve o carro a um mecânico

O ideal é que consiga fazer isto antes de comprar o carro, mas todos sabemos que a maioria dos vendedores não vai saltar de alegria quando lhe pedir para levar o carro até uma oficina da sua confiança “para ver se está tudo bem”.

Por isso o que aconselhamos é que mal compre o carro o leve a um mecânico para ver até que ponto a sua avaliação estava correta e para acautelar reparações mais dispendiosas.

E por favor, se for ver um carro e duvidar da sua condição mecânica, não o compre! Acredite que alguns de nós já o fizeram e ainda hoje estão arrependidos.

Troque todos os filtros

Quando o carro estiver no mecânico (ou se preferir, quando tiver algum tempo) troque os filtros do carro. A não ser que o carro tenha acabado de sair de uma revisão, o mais provável é que os filtros do óleo, ar, combustível e habitáculo já estejam a pedir reforma.

E mesmo que possa parecer um desperdício de dinheiro substituir um conjunto de filtros que talvez fossem capazes de percorrer mais uns milhares de quilómetros lembre-se: a melhor ação de manutenção num carro é a preventiva, essa é a chave para alcançar quilometragens elevadas.

Troque o óleo do motor

A não ser que quando tirar a vareta do óleo ele venha com um tom “dourado”, o melhor é trocar o óleo. Afinal de contas se vai trocar os filtros aproveita-se para mudar o resto, certo?

Não se esqueças que o óleo velho não é tão eficaz na lubrificação do motor do seu carro “novo” e se insistir em usá-lo pode estar a reduzir seriamente a esperança de vida do seu carro. É sempre preferível prevenir e evitar situações como aquela que pode ler neste artigo.

Troque o líquido de refrigeração

Como já deve ter percebido, os fluídos do carro devem seguir o mesmo caminho que os filtros e serem todos substituídos depois de o comprar. Um dos mais negligenciados entre os líquidos essenciais ao funcionamento do motor (a não ser que tenha um Porsche 911 refrigerado a ar, aí esquece esta parte) é o líquido de refrigeração.

Tendo em conta que no nosso país até se costumam registar temperaturas bastante elevadas, aconselhamos a trocar o líquido de refrigeração e já que vai estar “com a mão na massa” verifique o estado de todo o sistema de refrigeração.

Apesar de haver quem diga que como funciona num circuito fechado não é preciso trocá-lo, a tendência é que com o tempo este se torne numa solução electrolítica devido aos diferentes metais com que entra em contacto e consequentemente, se torne num agente corrosivo.

Faça o que fizer, nunca, mas mesmo nunca, use água como líquido de refrigeração, a não ser que queira corroer o motor.

Leia o manual de instruções

Por fim vem a dica mais aborrecida. Bem sabemos que ler manuais de instruções é uma seca, mas não podemos deixar de insistir que leia o manual do seu novo carro.

Os minutos que vai perder a ler o manual vão compensar, pois a partir desse momento vai saber exatamente o que significa cada luzinha no painel e como utilizar todos os equipamentos do seu carro.

Para além disso é lá que, por norma, encontra dados relativos aos intervalos de manutenção, pressão dos pneus e ainda, e muito importante, como acertar o relógio!

Esperamos que estas dicas o ajudem a usufruir ao máximo do seu novo velho carro e, de preferência, sem problemas.

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

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