Porque há um fantasma a «voar» em todos os Koenigsegg?

Por entre os acabamentos extravagantes, os elementos mecânicos que mais parecem peças de alta relojoaria e a fibra de carbono exposta, há ainda um detalhe especial em todos os Koenigsegg que saem para o mundo: um pequeno fantasma.

Sim, isso mesmo, um pequeno fantasma. Ainda não tinham reparado? Olhem para a traseira de todos os Koenigsegg, por cima da tampa do motor, e certamente o encontrarão por lá.

Não se trata do logótipo da marca; esse podemos vê-lo na frente de todos os Koenigsegg e é baseado no brasão da família de Christian von Koenigsegg, cujas origens remontam ao séc. XII.

O «fantasma» tem uma origem distinta e acabou por se tornar num símbolo de tudo aquilo que a Koenigsegg representa. E ao contrário do que por vezes acontece, não surgiu por acaso. Há uma razão.

O esquadrão que nunca se deixava ver

Porquê um fantasma? Bem, a explicação é, na verdade, muito simples. O local onde a Koenigsegg está atualmente instalada, em Ängelholm, costumava ser a base aérea de um dos esquadrões mais famosos da Força Aérea da Suécia, chamado Johan Röd e conhecido, mais tarde, por “Esquadrão Fantasma”.

Arranque a Frio

Em que países é mais fácil avistar um Koenigsegg?

Desde 2002, quando mostrou o CC8S, o seu primeiro modelo, a Koenigsegg apenas produziu algumas centenas de hipercarros. Por onde andam?

Fernando Gomes

Este esquadrão descolava todas as manhãs, bem cedo, e só regressava ao anoitecer. As pessoas daquela região da Suécia sabiam sempre quando estavam no ar, porque os conseguiam ouvir, mas nunca os conseguiam ver; as nuvens eram usadas eficazmente como cobertura.

Foi precisamente essa impossibilidade de os ver que deu origem ao apelido “Esquadrão Fantasma”.

Para fazer jus ao nome foi criado este símbolo de um fantasma que passou a identificar o esquadrão. Curiosamente, a expressão The Show Must Go On (que também é uma música dos Queen) podia ser lida em alguns dos seus aviões.

O esquadrão acabaria por ser extinto mais tarde, devido aos cortes orçamentais feitos nas forças armadas suecas. Para assinalar a ocasião, um dos Saab 37 Viggen do esquadrão foi pintado com uma decoração especial, em vermelho, e com vários pequenos fantasmas brancos.

Um fantasma na parede

E é aqui que começa a relação dos fantasmas com a Koenigsegg. No início do milénio, a marca sueca sofreu um dos maiores revés da sua, então, curta história: pouco tempo antes do Salão de Genebra de 2003, a fábrica da Koenigsegg ardeu quase por completo.

Na busca por novas instalações, Christian von Koenigsegg acabou a visitar a antiga base aérea do “Esquadrão Fantasma”, que numa das paredes tinha pintado o famoso fantasma.

Para Christian von Koenigsegg isto foi uma espécie de sinal e uma oportunidade não só para dar uma identidade ainda mais vincada aos seus automóveis como também para prestar homenagem a todos os pilotos e elementos do Esquadrão Fantasma.

A Ferrari tem um cavalino rampante, a Lamborghini um touro e a Bugatti… um elefante. Porque não um fantasma para a Koenigsegg?

O resto, como tantas vezes se diz, é história. E curiosamente, graças aos hipercarros suecos, o “Esquadrão Fantasma” nunca voou tão longe como agora.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

Koenigsegg

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