Autopédia Polestar acabou com o vidro traseiro dos Polestar 4 e 5. Porquê?

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Polestar acabou com o vidro traseiro dos Polestar 4 e 5. Porquê?

A visibilidade traseira é hoje insuficiente em muitos modelos, mas a Polestar foi mais longe e removeu de vez o óculo traseiro. Saiba porquê.

© Polestar

Os dois modelos mais recentes da Polestar — o 4 e o 5 — já foram apresentados e têm uma característica comum que ninguém estava à espera: a ausência de um vidro traseiro.

Quem pensava que a ausência do óculo traseiro nos Polestar 4 e Polestar 5 era apenas uma forma de se querer distanciar da Volvo não está totalmente errado, mas há mais razões que apenas essa.

© Polestar Polestar 4.

Graeme Lambert, Relações Públicas de Design e Tecnologia da Polestar, numa entrevista à Insideevs, respondeu abertamente a esta questão e acabamos por descobrir que não se tratou de um ato irrefletido — quase «louco» —, como o de ser diferente apenas por ser diferente.

A ausência do óculo traseiro nos Polestar 4 e 5, na verdade, até tem muito que se lhe diga. Parte até tem a ver com a «génese» da própria marca, com uma aposta (quase) total nos elétricos e o de ter «nascido» no seio da Volvo, conhecida pelo seu compromisso com a segurança.

Podemos «culpar» os designers da marca. Estes queriam que estes novos modelos, especialmente o 5 — uma berlina concorrente do Porsche Taycan ou do «primo» Audi e-tron GT —, tivesse uma aparência esguia, não só com uma linha de tejadilho mais arqueada, mas que fosse efetivamente um veículo mais baixo.

Polestar 5 perfil
© Polestar Polestar 5.

Num 100% elétrico, ser mais baixo pode ser mais difícil do que à primeira vista parece. Isto porque, tal como acontece nestes Polestar, a bateria ocupa todo o chão da plataforma, roubando espaço valioso em altura. Além disso, ao remover o óculo traseiro, os designers optaram por um tejadilho panorâmico para entrar mais luz no habitáculo, solução que também costuma retirar preciosos centímetros em altura habitável.

Solução encontrada

Como o fazer, então, sem estragar as proporções desejadas pelos designers ou até tornar o veículo, potencialmente, menos eficiente (maior altura aumenta superfície frontal, logo maior resistência aerodinâmica)?

A Porsche no Taycan, por exemplo, criou garagens para os pés, removendo partes da bateria que também está no chão da plataforma.

A Polestar, não podendo «cortar» parte da bateria e não querendo comprometer a segurança e integridade estrutural dos seus modelos, encontrou a solução na abolição do vidro traseiro.

Ao remover o vidro traseiro, foi possível «empurrar» a travessa transversal que une as secções laterais da carroçaria (ao nível do pilar traseiro) mais para trás. Ao fazer isso, ganhou-se espaço em altura para os passageiros traseiros e a rigidez estrutural do veículo não foi comprometida. Os designers puderam, assim, ter o carro tão baixo como desejavam.

Para compensar a ausência do vidro traseiro, no entanto, os Polestar 4 e 5, no lugar do retrovisor central, tem um ecrã, que mostra o que a câmara traseira vê.

Segundo a marca, é uma solução que até permite um melhor ângulo de visão, quando comparada com o tradicional retrovisor interior, ainda que a percepção de profundidade fique comprometida.

Fonte: Insideevs

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