Autopédia Faz mal ao automóvel andar na reserva de combustível?

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Faz mal ao automóvel andar na reserva de combustível?

Será que andar frequentemente na reserva de combustível poderá resultar em danos no motor? Fiquem a saber a resposta.

Indicador de combustivel com luz de reserva acesa

Muito provavelmente já ouviram dizer que circular frequentemente na reserva de combustível pode resultar em danos no motor e reparações avultadas.

Será verdade ou é apenas um mito urbano?

Para dissipar quaisquer dúvidas explicamo-vos o que é a reserva de combustível, quantos quilómetros permite percorrer e, claro está, se faz ou não mal à mecânica do nosso automóvel recorrer com frequência a este «depósito extra».

Indicador de combustível Nissan 300 ZX
O Nissan 300ZX (Z31) tinha um duplo indicador de combustível. O segundo permitia monitorizar com maior precisão a partir do momento em que o indicador principal chegava à marca do “1/4” de depósito — sigam a ligação abaixo para mais detalhes.
LEIAM TAMBÉM: O Nissan 300ZX (Z31) tinha dois indicadores do nível de combustível. Porquê?

O que é a reserva?

Quando a luz de reserva de combustível acende, sabemos que vamos ter de colocar combustível no depósito em breve.

Regra geral, significa que temos combustível para fazer mais entre 50 km e 80 km (10-15% da capacidade total do depósito) até ficarmos sem combustível.

Num passado mais longínquo, poderia haver mesmo um depósito de combustível secundário onde o combustível extra ficaria armazenado, mas recentemente este «segundo depósito» passou a estar incorporado no depósito de combustível principal.

Faz mal andar na reserva?

De forma muito resumida, não faz mal andar esporadicamente na reserva. Já fazê-lo «por sistema», pode realmente aumentar a probabilidade de problemas mecânicos.

Sempre que circulamos com pouco combustível no depósito a bomba de combustível é obrigada a um esforço superior, principalmente em subidas, descidas ou curvas, situações em que o combustível «dança» dentro do depósito.

Esses «trabalhos forçados» resultam num sobreaquecimento da bomba e, por conseguinte, num maior desgaste — mas há mais…

Bomba de combustível
Bomba de combustível.

Com o passar do tempo há uma tendência para a criação de sedimentos no fundo do depósito, causados pelo envelhecimento do próprio combustível. Se circularmos com mais combustível, estes sedimentos ficam assentes no fundo do depósito e não chegam nem à bomba de combustível nem ao circuito de alimentação.

Contudo, se circulamos frequentemente apenas na reserva, a bomba de combustível pode acabar por «sugar» esses sedimentos. Em princípio, o filtro de combustível será capaz de os deter. Contudo, este não é infalível e esses sedimentos podem causar avarias.

Para começar, podem entupir o próprio filtro de combustível quando este atinge o limite da capacidade de filtragem. Se por acaso este «falhar» na sua missão, o próximo «alvo» destes sedimentos são os injetores, que também podem acabar entupidos ou danificados.

Ainda na hipótese dos sedimentos ultrapassarem o filtro de combustível e os injetores nada garante que estes não venham a danificar os próprios cilindros.

Caso esgotemos a reserva de combustível, outros problemas podem surgir. Por exemplo, em caso de paragem por falta de combustível o catalisador pode sofrer danos e nos modelos a gasóleo corremos o risco de entrar ar no sistema de injeção.

Quando isto acontece, mesmo após reabastecermos, o sistema de injeção não conseguirá repor a pressão necessária e para colocar o motor em funcionamento pode ser necessário «sangrar» o sistema.

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