Autopédia Verdade ou mito. Os elétricos gastam menos pastilhas e discos de travão

Elétricos

Verdade ou mito. Os elétricos gastam menos pastilhas e discos de travão

Os carros elétricos têm um sistema de travagem regenerativa que prolonga a vida das pastilhas e discos de travão. Será mesmo assim? Altura de descobrir.

Porsche Taycan jantes travões
© Porsche

Não é incomum encontrar relatos de um carro elétrico trocar as pastilhas de travão pela primeira vez ao fim de 100 mil quilómetros ou mais. Num carro a combustão, essa troca poderá acontecer muito mais cedo, ao fim de 10 mil quilómetros.

Não é mito. Os valores do exemplo acima poderão variar bastante dependendo do tipo de uso, mas sendo tudo o resto igual, as pastilhas e os discos de travão de um carro elétrico (ou híbrido) deverão ter uma vida útil muito maior do que num carro apenas com motor de combustão.

Porque é que isso acontece? A resposta está no sistema de travagem regenerativa que equipam esses carros. Este sistema, ao retirar dos travões hidráulicos parte do ónus de desacelerar ou parar o veículo, faz com que sejam menos usados e, logo, tenham uma vida útil mais longa.

O que é travagem regenerativa?

Vamos por partes. Qualquer carro depende do sistema de travagem hidráulico para parar. Isto significa que ao pressionar o pedal do travão, vamos forçar as pastilhas contra a superfície do disco, criando fricção, o que reduz a velocidade do veículo até à sua eventual paragem.

Nos carros elétricos e híbridos continua a estar presente um sistema de travagem hidráulico como nos restantes, mas têm este trunfo adicional do sistema de travagem regenerativa.

O que a travagem regenerativa faz é aproveitar e transformar a energia cinética do veículo e transformá-la em energia elétrica que pode ser armazenada na bateria do carro elétrico ou híbrido. Sem este sistema, como num carro só a combustão, a energia cinética seria apenas desperdiçada sob a forma de calor, resultado da fricção entre a pastilha e o disco de travão.

Como funciona?

Há vários tipos de sistemas de travagem regenerativa, mas o mais comum hoje, é aquele que recorre ao próprio motor ou motores elétricos do veículo.

Para colocar o veículo em movimento, o motor elétrico recorre à energia elétrica armazenada na bateria, para conseguir girar as rodas do veículo, transformando-a em energia mecânica. Na travagem regenerativa o processo é invertido.

O sistema de travagem regenerativa do Audi Q8 e-tron.

Isto significa que é a energia das rodas em movimento que vai «alimentar» o motor elétrico, com este a servir de gerador e a produzir energia elétrica que é armazenada na bateria. Para que isso aconteça, o condutor só tem de retirar o pé do acelerador ou carregar no pedal do travão.

Desta forma, o carro elétrico ou híbrido é capaz de desacelerar ou, nalguns casos, até parar sem recorrer ao sistema de travagem hidráulico. Como não é usado com tanta frequência, faz com que as pastilhas e discos de travão durem muito mais tempo.

Outras vantagens

Contribuir para a longevidade do sistema de travagem não é a única vantagem desta tecnologia. Como ao invés de gastar energia está a criá-la, ajuda a reduzir o consumo de energia elétrica e potencia a autonomia do carro elétrico.

Claro que esse potencial será maior quantas mais desacelerações ou travagens efetuar, o que acontece mais em condução urbana e suburbana.

No caso dos veículos híbridos, o sistema de travagem regenerativa também contribui para a redução do consumo de combustível. Isto porque ao permitir que a bateria mantenha a carga por mais tempo, faz com que a dependência do motor de combustão seja menor.

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