Autopédia Vermelho, amarelo e verde. Foi assim que nasceu o semáforo

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Vermelho, amarelo e verde. Foi assim que nasceu o semáforo

O semáforo é uma tecnologia que está presente no nosso dia a dia desde sempre, mas não foi uma viagem fácil até se chegar a esta solução.

Semaforo
© Tsvetoslav Hristov

Hoje em dia é difícil imaginar um mundo sem semáforos, mas nem sempre foi assim. Para chegarmos à solução que temos atualmente foi preciso passar por uma série de ideias falhadas.

Ao contrário de muitas criações que conhecemos, o semáforo não foi inventado por uma só pessoa. A sua patente só foi pedida em 1915, por um engenheiro norte-americano, mas antes dele já outras duas pessoas tinham tentado resolver o problema da anarquia que se vivia nas ruas movimentadas das cidades, ainda que sem grande sucesso.

Kia EV6 GT Portugal
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Inglaterra lançou o mote

Até ao início do século XX a existência de semáforos nas cidades era nula, o que gerava um enorme problema no fluir do trânsito, numa altura em que existiam mais veículos de tração animal do que automóveis a circular nas ruas. Houve uma exceção à regra, em Londres, perto do Palácio de Westminster.

O primeiro semáforo de que há registo, apareceu em Inglaterra, em 1868, e daí para a frente seriam precisos vários anos para aperfeiçoar esta ideia e também tecnologia.

Criado por J.P. Knight, funcionava com base no mesmo método utilizado para regular o trânsito ferroviário: dois braços móveis que eram acionados por um agente da autoridade.

Como funcionava o primeiro semáforo?

Caso os braços se encontrassem estendidos na horizontal, isto significava “pare”, caso estivessem inclinados a 45º, isto significava “siga com cuidado”. Estes eram ainda auxiliados por duas lâmpadas de gás, verdes e vermelhas, que eram usadas à noite.

Porém, esta solução «foi sol de pouca dura», uma vez que pouco tempo depois de instalado se deu uma fuga de gás e o semáforo explodiu — ferindo o polícia que o operava —, deixando este projeto abandonado até 1912. Foi nessa altura em que o polícia Lester Farnsworth Wire criou o primeiro protótipo de um semáforo elétrico, nos Estados Unidos da América (EUA), na cidade de Salt Lake City, no Utah.

Esta segunda tentativa de implementar uma sinalização luminosa para regular o tráfego consistia numa caixa de madeira montada num poste, com uma luz vermelha e outra verde, em cada um dos lados, colocada a meio de um cruzamento. Obrigava ainda a ser controlado por um agente de tráfego.

Lester Wire inventou o primeiro semáforo
© Utah Department of Transportation Lester Wire inventou o primeiro protótipo de um semáforo elétrico, em 1912

Esta solução não foi bem aceite e as críticas sucederam-se, com a ideia de Lester Wire a receber inclusive as alcunhas de a “jaula de Wire” e a “gaiola de Wire”. Mas a verdade é que estava aqui o segundo passo rumo ao sistema de semáforos que conhecemos hoje.

À terceira foi de vez

O primeiro sistema de semáforo elétrico bem sucedido acabou por ser apresentado em 1914, pelo engenheiro James Hoge, em Cleveland, também nos EUA.

Tal como o sistema desenvolvido por Wire, consistia numa cabine, onde se encontrava um agente que acionava a luz vermelha e verde. Estas iluminavam as palavras “STOP” (pare) e “GO” (ande), respetivamente. Hoge pediu a patente em 1915, mas esta só lhe foi concedida em 1918.

Nesta altura sucederam-se diversas patentes, destacando-se a de William Ghiglieri em 1917, que automatizava o funcionamento do semáforo elétrico. Poucos anos depois, em 1920, outro polícia, William Potts, introduziu em Detroit o semáforo tricolor — vermelho, amarelo e verde —, como conhecemos hoje.

Antes ainda de as três cores se tornarem no padrão, Garrett Morgan patenteava em 1923 o seu semáforo elétrico de funcionamento automático. Além das palavras “STOP” e “GO”, tinha uma terceira posição que parava o trânsito em todas as direções, de modo a dar tempo aos condutores pararem ou acabarem de atravessar o cruzamento.

Porém, o sistema de três cores que hoje conhecemos — vermelho, amarelo e verde —, sem ser necessário recorrer a palavras, acabou por se tornar a regra. Mais de 100 anos depois, apesar de ligeiras alterações, ainda é este o sistema de semáforos que usamos.

Em Portugal

Em Portugal, o primeiro semáforo só seria instalado muito mais tarde, mais de meio século após esta invenção chegar às ruas nas suas várias formas.

Curiosamente, o primeiro semáforo em Portugal foi colocado a poucos minutos da atual sede da Razão Automóvel, no eixo Saraiva de Carvalho-Ferreira Borges, em Campo de Ourique (Lisboa), a 27 de março de 1971.

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