Autopédia Estimulante sonoro. Os V12 naturalmente aspirados que tens de ouvir “gritar”

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Estimulante sonoro. Os V12 naturalmente aspirados que tens de ouvir “gritar”

Será o V12 naturalmente aspirado o mais nobre dos motores? Acreditamos que sim… Deixamos-te uma seleção de alguns dos melhores exemplares de sempre!

Ferrari 812 Superfast motor V12
© Ferrari

Em pouco tempo, com a revelação do Aston Martin Valkyrie e do T.50 de Gordon Murray,  o que parecia ser um tipo de motor a caminho de uma quase extinção, foi revigorado. Refiro-me, obviamente, à mais nobre das mecânicas, o V12 naturalmente aspirado.

Apesar de tanto o Valkyrie como o T.50 serem auxiliados por uma componente elétrica, são os seus V12 naturalmente aspirados — ambos desenvolvidos pela Cosworth — que continuam a dominar os acontecimentos.

Tendo estes dois modelos muito especiais e limitados como ponto de partida, reunimos não só alguns dos (poucos) V12 naturalmente aspirados que ainda permanecem em comercialização, como fomos buscar ao passado recente alguns dos seus exemplares mais gloriosos… Aproveitem e aumentem o volume.

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Aston Martin Valkyrie

11 100 rpm! Foi com este estratosférico limite de rotações que anunciámos ao mundo a chegada deste V12 naturalmente aspirado. O Aston Martin Valkyrie quer ser o carro de estrada capaz de acompanhar GT’s de competição em circuito — simplesmente insano… E claro precisava de um motor à altura.

6500 cm3, V12 a 65º, 1014 cv de potência máxima obtidos a umas estonteantes 10 500 rpm, e 740 Nm obtidos às… 7000 rpm! Números que é de deixar qualquer um com os joelhos a tremer… E o som? Bem, divinal!

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Gordon Murray Automotive T.50

12 400 rpm! Parece uma competição para ver quem é que coloca no mercado o V12 naturalmente aspirado capaz de efetuar mais rotação. Não sabemos ainda tudo sobre o motor do T.50, mas é uma unidade completamente distinta da do Valkyrie, apesar de ambos terem sido concebidos pela Cosworth.

Gordon Murray T.50
Gordon Murray Automotive T.50

No caso do T.50 trata-se de uma unidade com apenas 3.9 l, capaz de debitar 650 cv a umas inacreditáveis 12 100 rpm (limitador às 12 400 rpm), potência que sobe até aos 700 cv quando o modo “Vmax” está acionado graças ao efeito ram air proporcionado pela entrada de ar sobre o tejadilho.

O “pai” do McLaren F1 concebeu o T.50 quase como uma sequela do F1 se tratasse, seguindo uma receita virtualmente idêntica: três lugares, com o do condutor ao meio, e o mais leve (980 kg) e compacto possível — o V12 naturalmente aspirado pode não provir desta vez da BMW, mas ainda tem um V12 naturalmente aspirado.

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McLaren F1

E por falar no McLaren F1, não podia deixar de estar nesta lista.  O hiper-desportivo original? Muitos afirmam que sim. Compacto, ligeiro, usável, e com aquele que muitos afirmam ser (ainda) o melhor V12 naturalmente aspirado de sempre.

6,1 l, entre 627 cv (7400 rpm) e 680 cv (dependendo da versão), talvez a derradeira obra-prima da BMW M, ou mais especificamente, de Paul Rosche, e claro, um som de bradar aos céus:

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Ferrari 812 Superfast

Tem sido avançado que este será o último V12 “puro” da Ferrari e que a próxima geração de modelos com V12 na marca do cavalo rampante, tal como vimos no LaFerrari, será assistida por eletrões — mas o V12 naturalmente aspirado, assistido eletricamente ou não, manter-se-á no futuro próximo.

E quanto ao 812 Superfast? O seu motor é a derradeira evolução do F140,  o V12 (65º) que surgiu em 2002 com o Ferrari Enzo. Nesta sua última iteração, a mais selvagem, de acordo com aqueles que o puderam experimentar, a capacidade é de 6496 cm3 e a potência ascende a 800 cv às 8500 rpm, com o binário máximo de 718 Nm a surgir também a umas elevadíssimas 7000 rpm — 80% desse valor está disponível a partir das 3500 rpm.

E como não podia deixar de ser, não é apenas um motor de números, mas sim de puro êxtase auditivo:

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Lamborghini Aventador

Se há um Ferrari nesta lista, também teria de haver pelo menos um Lamborghini. Coube ao Aventador ser o primeiro a receber um verdadeiramente novo V12 (L539), reformando o anterior que se manteve em produção (mas com inúmeras evoluções) desde a fundação da marca e durante quase 50 anos.

O novo V12 naturalmente aspirado (V a 60º) surgiu em 2011 com 6.5 l de capacidade e desde então não parou de evoluir. A sua última evolução pudemo-la ver no Aventador SVJ, a versão mais extremista do superdesportivo italiano (até agora)

São 770 cv obtidos a umas elevadas 8500 rpm e 720 Nm a umas elevadas 6750 rpm no Aventador SVJ e aqui podem vê-lo em ação também no Circuito do Estoril.

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Aston Martin One-77

Se o Valkyrie é a expressão mais radical da nova Aston Martin — pela primeira vez na sua história teremos super e hiper-desportivos com motor em posição central traseira —, podemos afirmar que o One-77 foi a derradeira expressão da Aston Martin de até então.

Em comum com o Valkyrie, temos um V12 naturalmente aspirado e também ele desenvolvido pela Cosworth (a partir do 5.9 V12 que surgiu originalmente no DB7), mas não podiam ser unidades mais distintas em propósito. E claro, o enorme V12 reside à frente dos dois passageiros e não atrás.

São 7.3 l de capacidade, 760 cv às 7500 rpm (quando foi lançado, em 2009, era o motor naturalmente aspirado mais potente do mundo) e 750 Nm de binário às 5000 rpm. E como soa? Fantástico:

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Ferrari F50

Nunca seria fácil suceder ao F40, e até hoje o F50 não conseguiu fazer esquecer o seu antecessor, mas não por culpa dos ingredientes com que era feito. O destaque? Claro, o seu V12 naturalmente aspirado, derivado diretamente do mesmo motor que equipava o Ferrari 641, o monolugar de Fórmula 1 de então.

Apenas 4.7 l (V a 65º) , 520 cv às 8500 rpm, 471 Nm às 6500 rpm e cinco válvulas por cilindro — três de admissão e duas de escape — uma solução que ainda hoje permanece rara.

Chris Harris teve oportunidade de testar o F50, e também o F40, há uns anos e não podíamos deixar passar esta oportunidade para recordar esse momento:

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Lamborghini Murciélago

O Murciélago foi o último Lamborghini a receber o V12 que esteve presente desde a fundação da marca. Concebido pelo “mestre” Giotto Bizzarrini, começou a sua vida em 1963 com apenas 3.5 l de capacidade e menos de 300 cv no 350 GT, e culminaria com 6.5 l e 670 cv (8000 rpm) no derradeiro Murciélago, o LP-670 SuperVeloce.

Sem dúvida, a melhor forma de se despedir de todos nós, após ter equipado todos os Lamborghini com motor V12 até então: 350, 400, Miura, Islero, Jarama, Espada, Countach, LM002, Diablo, Murciélago e o especial e limitado Reventón.

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Pagani Zonda

Por fim, mas não menos importante — ou espetacular… — o imortal Pagani Zonda. O super-desportivo italiano, como sabemos, tem um coração alemão com 12 cilindros em V, naturalmente aspirados, e não poderia ter origem em melhor casa: AMG.

Por detrás das designações M 120 e M 297 (desenvolvido a partir do M 120) encontramos uma família de motores V12 naturalmente aspirados com capacidades entre os 6.0 l e os 7.3 l, e com potências que começaram em modestos 394 cv e culminaram nos 800 cv (às 8000 rpm) do Zonda Revolucion, que podem ouvir em toda a sua glória:

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