Autopédia RCCI. O novo motor que mistura gasolina e gasóleo

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RCCI. O novo motor que mistura gasolina e gasóleo

O velho motor de combustão — uma tecnologia centenária — não está disposto a atirar a toalha ao chão. A Universidade de Wisconsin-Madinson descobriu uma forma de combinar no mesmo ciclo, gasolina e gasóleo. Conheçam a tecnologia Reactivity Controlled Compression Ignition (RCCI).

Que o futuro da indústria automóvel passa pelos veículos elétricos (a bateria ou pilha de combustível) é cada vez mais pacífico — só alguém muito desavisado poderá afirmar o contrário. Porém, neste assunto onde as opiniões tendem a polarizar-se, exige-se a mesma ponderação nas considerações que se faz sobre o futuro dos motores de combustão.

O motor de combustão ainda não está esgotado, e há vários sinais nesse sentido. Vamos recordar apenas alguns:

Ontem a Bosch deu mais uma chapada de luva branca — ainda suja do Dieselgate… gostaram da piada? naqueles que insistem em tentar enterrar o velhinho motor de combustão. A marca alemã anunciou com pompa e circunstância uma «mega-revolução» nas emissões dos motores Diesel.

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Como podem ver, o motor de combustão interna está bem vivo e ainda dá pontapés. E como se estes argumentos não fossem suficientes, a Universidade de Wisconsin-Madinson descobriu mais uma tecnologia capaz de combinar os ciclos Otto (gasolina) e Diesel (gasóleo) em simultâneo. Chama-se Reactivity Controlled Compression Ignition (RCCI).

Um motor que funciona com gasóleo e gasolina… em simultâneo!

Desculpem a introdução gigantesca, vamos lá à novidade. A Universidade de Wisconsin-Madison desenvolveu um motor RCCI capaz de alcançar uma eficiência térmica de 60% — ou seja, 60% do combustível usado pelo motor é convertido em trabalho e não é desperdiçado na forma de calor.

Importa referir que estes resultados foram alcançados em testes de laboratório.

Para muitos, era considerado impossível alcançar valores desta ordem, mas mais uma vez o velho motor de combustão surpreendeu.

Como é que funciona o RCCI?

O RCCI usa dois injetores por cilindro para misturar na mesma câmara, combustível de baixa-reação (gasolina) com combustível de alta-reação (gasóleo). O processo de combustão é fascinante — os petrolhead não precisam de muito para se fascinarem.

Primeiro, é injetado na câmara de combustão uma mistura de ar e gasolina, e só depois é que é injetado o gasóleo. Os dois combustíveis misturam-se à medida que o êmbolo se aproxima do ponto morto superior (PMS), altura em que é injetado mais uma pequena porção de gasóleo que despoleta a ignição.

Esta forma de combustão evita os pontos quentes durante a combustão — se não sabes o que são «pontos quentes», nós explicámos neste texto sobre os filtros de partículas nos motores a gasolina. Como a mistura está altamente homogeneizada, a explosão é mais eficiente e limpa.

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Para não variar, o Jason Fenske do canal EngineeringExplained fez um vídeo a explicar tudo, se não quiserem ficar a perceber apenas o conceito básico:

Com este estudo da Universidade de Wisconsin-Madison, ficou provado que o conceito funciona, mas ainda necessita de mais desenvolvimento até chegar à produção. Em termos práticos, o único senão prende-se com a necessidade de atestar o automóvel com dois combustíveis diferentes.

Fonte: w-ERC

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