É assim que se reprograma o motor de um trator agrícola

Nas primeiras décadas do novo milénio a reprogramação de motores, sobretudo os Diesel, era uma prática comum.

A procura por níveis de potência superiores e consumos mais moderados animavam oficinas, faziam páginas inteiras de algumas revistas de automóveis e deixavam muitos condutores com um sorriso mais pronunciado. Diesel era sinónimo de potência e, como sabemos, potência na maioria dos casos nunca é demais…

Mas neste artigo não é de reprogramação de motores de automóveis — impossível não referir o afamado “PD 130” do Grupo Volkswagen —, é sobre reprogramação de motores de tratores, ou se preferirem, de máquinas agrícolas.

Um dos nossos leitores enviou-nos este vídeo que, por não termos conhecimento de algo similar em Portugal, decidimos partilhar — aqueles que segue a Razão Automóvel há mais tempos sabem como nós adoramos assuntos off topic.

O processo é muito similar à reprogramação de um automóvel, mas devido à dimensão de um trator agrícola, o recurso a um banco de potência com os «rolos» tradicionais não é possível.

Em vez disso, surge um banco de potência que é ligado ao motor através da transmissão traseira do trator. Na prática, uma tomada de força utilizada para alimentar alfaias agrícolas. Caso algum tratorista esteja a ler isto e encontrar alguma expressão errada, por favor que nos diga. Normalmente abordamos máquinas mais pequenas…

É através desta transmissão e deste banco de potência que o sistema recebe a informação referente ao desempenho mecânico. Os restantes dados de centralina, sensores, injeção, turbo, admissão, etc, seguem por meio de uma ligação eletrónica. Tanto quanto sabemos, alguns tratores recorrem a sistemas OBD (On-Board Diagnostics) e — acabei de descobrir agora… — a um protocolo ISOBUS que permite a comunicação com outras máquinas.

Tal como nos automóveis, o objetivo destas reprogramações é o aumento do rendimento. No caso das máquinas agrícolas este aumento de rendimento visa aumentar a produtividade, baixar os consumos ou, simplesmente, adequar a curva de potência/binário do motor às necessidades de uma tarefa específica.

Arranque a Frio

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Conduzir o Citroën Ami inclui algumas limitações, mas agora, graças a uma reprogramação, podem ser contornadas.

André Mendes

Importa referir que este conteúdo não é um incentivo à reprogramação. Constitui apenas a partilha de mais uma curiosidade, entre tantas outras, que podem encontrar no segmento AUTOPÉDIA da Razão Automóvel.

Entretanto fiquei com vontade de trazer um trator ao nosso canal de YouTube — aconteceu uma vez, com o tratorista mais rápido do mundo. Lembram-se? Aconteceu neste vídeo:

É uma ideia que vale a pena explorarmos? Um trator na Razão Automóvel parece-nos um bom projeto para 2025. Cumprimentos da nossa equipa a todos os tratoristas que diariamente dão o seu melhor para que tenhamos o melhor nas nossas mesas.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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