Autopédia A invenção da Volvo que já salvou mais de um milhão de vidas está de parabéns

Segurança Rodoviária

A invenção da Volvo que já salvou mais de um milhão de vidas está de parabéns

O compromisso da Volvo com a segurança deu-nos avanços como o cinto de segurança de três pontos, que ainda hoje continua a salvar vidas.

cinto de segurança volvo
© Volvo

Foi precisamente há 65 anos, a 13 de agosto de 1959, que a Volvo entregou o primeiro automóvel equipado com um cinto de segurança de três pontos.

Esse primeiro automóvel, um Volvo PV544 — conhecido entre nós como o “Marreco” —, foi entregue na localidade sueca de Kristianstad, num concessionário da marca. O PV544, juntamente com o Amazon (P120) foram os primeiros automóveis a ter este equipamento de série, nos assentos dianteiros.

Hoje é inegável o papel fundamental do cinto de segurança de três pontos em salvar vidas, mas inicialmente foi fonte de muita controvérsia e resistência. Foram muitas as vozes contra, incluindo até a de jornalistas da especialidade, que consideraram o novo equipamento um empecilho à liberdade individual, por apertar em excesso e ser incómodo de usar.

© Volvo O primeiro cinto de segurança de três pontos.

Mas contra factos não há argumentos. A eficácia do cinto de segurança de três pontos em reduzir as lesões em caso de colisão, em relação ao de dois pontos (horizontal), estava mais que comprovada. Esta invenção acabaria por salvar, estima-se, mais de um milhão de vidas até aos nossos dias.

Não foi preciso esperar muitos anos até que este equipamento de segurança se alastrasse à indústria inteira.

Patente aberta

Tudo começou com o engenheiro sueco, Nils Ivar Bohlin (1920-2002). Iniciou a sua carreira na indústria da aviação desenvolvendo sistemas de ejeção, tendo entrado na Volvo em 1958 como engenheiro de segurança.

A sua principal preocupação estava em como manter o condutor no seu lugar, mesmo em caso de acidente. Apesar de já existirem cintos de segurança — de dois pontos, horizontais —, estes não eram os mais eficazes em reter os seus ocupantes.

Durante o desenvolvimento, Bohlin verificou que adicionar um cinto diagonal ao horizontal já existente, formando um “V” e ambos fixados num ponto baixo posicionado ao lado do assento, reduzia a gravidade das lesões em caso de colisão. De acordo com um relatório da marca apresentado em 1967, a gravidade das lesões era reduzida entre 50% a 60%.

A eficácia do cinto de segurança de três pontos era tão superior que a Volvo, como vimos, decidiu torná-lo equipamento de série logo em 1959 em dois dos seus modelos. Aliás, a patente do cinto de segurança de três pontos só seria aprovada… em julho de 1962.

Só que, ao contrário de outras patentes, a Volvo deixou a do cinto de segurança de três pontos aberta. O contributo deste equipamento para a melhoria da segurança dos automobilistas e passageiros era simplesmente demasiado grande. Era a única forma de garantir que chegaria rapidamente a todos os automóveis.

Os cintos de segurança de três pontos são ainda hoje um dos principais equipamentos de segurança no automóvel. Claro que, desde a solução original de Bohlin, estes continuaram a evoluir. Hoje são também um triunfo da tecnologia, mais «inteligentes», capazes de intervir e ajustar o aperto dos nossos corpos a qualquer situação.

© Volvo

Quanto a Nils Bohlin, acabaria por liderar o Departamento Central de Investigação e Desenvolvimento da Volvo até 1985. Ao longo da sua carreira receberia várias distinções, destacando-se a entrada no Hall of Fame for Safety and Health em 1989 e no Automotive Hall of Fame em 1999.

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