Clássicos Os 10 automóveis mais caros vendidos no Monterey Car Week

Monterey Car Week 2024

Os 10 automóveis mais caros vendidos no Monterey Car Week

Depois de mais uma edição do Monterey Car Week já são conhecidos os carros mais caros que foram comercializados nos diversos leilões.

Ferrari F50 - 3/4 de frente
© RM Sotheby's

O Monterey Car Week, realizado anualmente na Califórnia (EUA), é aguardado pelos colecionadores de automóveis com muita expectativa. Seja para encontrar uma nova entrada na coleção ou para vender algum dos seus tesouros.

Este continua a ser um dos melhores e mais endinheirados cenários para que os automóveis mais icónicos, históricos e até elegantes do planeta possam trocar de proprietário. A edição deste ano não foi exceção.

Ainda que este ano vários resultados tenham ficado abaixo das expectativas, onde até alguns modelos regressaram à mesma garagem de onde saíram, não deixaram de ser concretizados negócios milionários.

Nos vários leilões efetuados este ano no Monterey Car Week, destaca-se a marca de Maranello, com sete Ferrari presentes entre os 10 automóveis mais caros. A dar uma cor adicional a esta lista temos um Alfa Romeo, um Ford e um Porsche.

No total, só estes 10 automóveis representaram um valor total muito próximo dos 86 milhões de dólares. Ou seja, mais de 77 milhões de euros.

Conheça os 10 automóveis mais caros leiloados na edição deste ano da Monterey Car Week.

10. Ferrari 250 GT Tour de France Berlinetta (1958): $5 200 000 (4 667 442 €)

A designação Tour de France, associada a um Ferrari 250 GT Berlinetta, continua a ser uma combinação bastante procurada pelos colecionadores. E, neste caso, a unidade com o chassis #0893 GT, ainda conta com a sua decoração original e com o mesmo motor com que foi entregue ao seu primeiro proprietário, em 1958.

Entre o seu histórico de competição, está um sétimo lugar da geral e segundo na sua categoria, registado na edição de 1958 das 12 Horas de Sebring. Este 250 GT ainda participou em mais provas após essa prova, até que foi vendido, um ano depois, a um colecionador de Chicago.

9. Ferrari 275 GTB/4 NART Alloy Coupe (1967): $5 285 000 (4 743 737 €)

De todos os Ferrari 275 GTB/4, este é aquele que inclui a vitória — na sua classe — nas 24 horas de Daytona de 1969, com a «ajuda» dos pilotos Sam Posey e Riccardo Rodriguez. Além disso, marcou presença em diversas provas com a NART (North American Racing Team) ostentando uma decoração específica.

Quatro anos depois de ter saído da linha de produção, o motor V12 foi reconstruído e passou para outro 275 GTB/4. No entanto, em 2010, quatro décadas depois, o motor original regressou ao chassis original, tornando esta unidade ainda mais valiosa. Para o deixar mais apetecível, a pintura foi revista e devolvida às cores originais este ano, conforme consta nos registos da fábrica.

8. Ferrari 857 Sport Spider (1955): $5 350 000 (4 802 080 €)

Segundo a leiloeira Gooding & Company, este foi o último Ferrari 857 Spider de apenas quatro produzidos. Iniciou a sua «vida» ao serviço da Scuderia Ferrari em meados de 1955, mas teve um acidente no final desse ano numa sessão de testes. Foi reconstruído pela Scaglietti, que lhe adicionou a «barbatana» traseira e vendido posteriormente como novo a um cliente da Califórnia.

No seu currículo estão diversas vitórias com pilotos como Jack McAfee ou Carroll Shelby, mas a sua carreira na competição terminou no início dos anos 60. Numa vertente mais privada fez parte da coleção de Andy Warhol (artista), por exemplo, sendo que nessa altura tinha um motor V8 da Chevrolet — sacrilégio…

Mais tarde, recebeu o mesmo motor do 250 GT da Ferrari, mas foi só em 2011, durante um restauro meticuloso efetuado pela DK Engineering, que teve a oportunidade de receber o enorme bloco de quatro cilindros em linha original de 3,4 l, com que tinha saído da fábrica em 1955.

7. Ferrari F50 (1995): $5 505 000 (4 941 205 €)

Depois do sucesso do F40, a pressão estava em cima da Ferrari para criar algo tão ou ainda mais especial. O Ferrari F50 foi o resultado: a Pininfarina criou a elegante carroçaria em fibra de carbono e kevlar, e o construtor italiano deu-lhe uma monocoque em fibra de carbono e um motor V12 derivado dos seus monolugares da Fórmula 1.

Foram produzidas apenas 349 unidades e esta é a #47, construída em 1995. É também uma de um total de 55 entregues nos Estados Unidos. Saiu da fábrica com a carroçaria em Rosso Corsa, mas já a teve pintada em Azzurro California. Regressou ao tom original e chegou a fazer parte de coleções como a de Nicholas Cage, por exemplo.

Atualmente, encontra-se muito próximo do seu estado original, tal como atestado pelo certificado da Ferrari Classiche, já com mais de 8500 milhas (13 680 km) percorridas, além de incluir todas as ferramentas, chaves e documentação histórica a acompanhá-lo.

6. Ferrari 250 GT LWB California Spider (1959): $5 615 000 (5 039 940 €)

A unidade #19 de um total de 50 Ferrari 250 GT California LWB produzidos, foi entregue em 1959 ao seu primeiro proprietário na cidade de Génova (Itália). Mas o maior destaque foi a sua presença no grande ecrã em 1967, no filme italiano Le Dolci Signore, com a Bond Girl Claudine Auger.

Depois dos anos 60, já passou por diversas coleções, de países como os EUA, Reino Unido, Suécia ou mesmo o Japão. No entanto, ao longo dos últimos 19 anos esteve sempre na mesma coleção e mantido na condição imaculada que vemos nas imagens.

Além da sua aparição no grande ecrã, também já foi protagonista em diversos livros e revistas. Atualmente, inclui o motor V12 original, além de outros componentes, integrados durante um restauro completo efetuado nos anos 90.

5. Porsche 911 GT1 Rennversion (1997): $7 045 000 (6 323 486 €)

Um verdadeiro carro de competição, este Porsche 911 GT1 é uma das nove unidades construídas especificamente para clientes. Segundo os registos existentes, nunca teve nenhum acidente grave, nem nunca teve a necessidade de ser desmantelado, mantendo o estado de conservação original.

Foi o carro principal da equipa alemã Roock Racing, tendo participado nas 24 horas de Le Mans de 1997 com Allan McNish e Stéphane Ortelli ao volante. Atualmente, inclui a decoração da Rohr Motorsport, já fez parte da Drendel Collection e tem sido mantido numa coleção privada ao longo dos últimos anos.

4. Ford GT40 Lightweight (1969): $7 865 000 (7 059 506 €)

No total, foram produzidas apenas 10 unidades do Ford GT40 Lightweight de competição, incluindo os famosos modelos da Gulf Team. Eram uma evolução dos históricos GT40 que conquistaram a vitória em Le Mans, desenvolvidos para cumprir as novas regras impostas pela FIA.

Das 10 unidades produzidas, esta é, provavelmente a única que já teve um registo português. Em 1969 foi adquirido pelo piloto Ferreira Pires que o usou em algumas provas, antes de o vender a Emílio Marta depois de sofrer um despiste. Marta conquistou um destaque enorme com este Ford GT40 no desporto automóvel em Angola. Aliás, em tempos, chegou a ser conhecido como o “ex-líbris de Benguela”.

Apesar de uma história cheia, este é um dos raros Ford GT40 que mantém a sua carroçaria, chassis, motor e transmissão originais, com documentação a comprová-lo. No entanto, mais recentemente, foi alvo de um restauro minucioso, que devolveu o tom original Cirrus White à carroçaria e o preto ao chassis, tal como saiu da fábrica.

O motor e a transmissão também foram reconstruídos e foram adicionados pneus originais da Firestone, em conjunto com um conjunto também original de jantes BRM em magnésio.

3. Ferrari 410 Sport Speciale Spider (1955): $12 985 000 (11 655 141 €)

A entrada no pódio dos automóveis mais caros vendidos em leilão no Monterey Car Week é feita com um dos quatro Ferrari 410 Sport construídos a pensar na mítica Carrera Panamericana. Os dois últimos foram os utilizados pela Scuderia Ferrari e o segundo transformado em coupé e vendido a um cliente privado. O primeiro, aqui presente — chassis 0592 CM (Carrera Messicana) —, é assim o único 410 S Speciale Spider nas mãos de clientes privados.

Iniciou a sua carreira em 1956 com o piloto Carroll Shelby, vencendo uma prova nas estradas de Palm Springs (EUA). O seu primeiro proprietário, no entanto — que não era Carroll Shelby — fugiu dos EUA para o México no ano seguinte, levando o 410 Sport com ele. Ao contrário do dono, no entanto, o carro voltou a aparecer nos anos 60 e acabaria por regressar aos Estados Unidos.

Nos anos 70 recebeu um restauro completo, permanecendo na mesma coleção até 2008. Depois disso, passou por diversas coleções, nos EUA e em Inglaterra. Agora volta a trocar de proprietário.

2. Alfa Romeo 8C 2900B Lungo Spider (1938): $14 030 000 (12 593 118 €)

O mais antigo dos 10 modelos aqui presentes é um de apenas cinco Alfa Romeo 8C 2900B Lungo construídos com a carroçaria Spider pela Touring Superleggera. Os primeiros tempos de «vida» desta unidade são algo incertos, acreditando-se que tenham sido passados no Egipto, na coleção do Major Raymond Flower, proprietário da Cairo Motor Company. Em 1948, alguém na Suíça importou este 8C.

Desde essa altura, o Alfa Romeo passou a maior parte do tempo de garagem em garagem, em múltiplos projetos de restauro inacabado e em vários países. Não admira que não tenha acumulado muitos quilómetros. Apenas no final dos anos 70 teve direito a um restauro completo.

Em meados dos anos 90, no entanto, este Alfa Romeo 8C regressou à Suíça, passando pelo Reino Unido para um novo restauro, desta vez com “carta branca para o transformar no melhor exemplar”. Foi neste restauro meticuloso que conquistou o visual que ainda hoje mantém, com a carroçaria pintada num tom azul-escuro, o interior revisto até ao mais pequeno detalhe e a mecânica totalmente revista até ao mais pequeno parafuso.

Até ao mais recente leilão de Monterey, conquistou diversos prémios de elegância, foi roubado e esteve desaparecido durante ano e meio, mas (felizmente) manteve sempre o visual apaixonante que ainda hoje preserva.

1. Ferrari 250 GT SWB California Spider (1960): $17 055 000 (15 308 312 €)

No primeiro lugar entre os 10 automóveis mais caros vendidos no Monterey Car Week, está um dos Ferrari mais cobiçados de todos os tempos, o 250 GT SWB California Spider.

Só que este exemplar não se trata de um qualquer. Este foi mesmo o primeiro de todas as 56 unidades produzidas e aquele que esteve presente na sua apresentação oficial, no Salão de Genebra de 1960. Incluía o motor com especificações de competição, faróis dianteiros cobertos e o hardtop original.

O primeiro cliente foi um piloto britânico residente na Suíça, mas três anos mais tarde, em 1963, o 250 GT seria exportado para os EUA. Começou por estar em Nova Iorque, mas em 1978 foi mudado para a Califórnia e para a garagem de um novo proprietário, que tinha reservado a matrícula «1ST SWB» para o registar em seu nome.

Nas comemorações dos 50 anos da Ferrari esteve em exposição no Petersen Automotive Museum e só em 2008 foi vendido ao proprietário mais recente. Foi visto em eventos de clássicos na Alemanha e em França, por exemplo, e agora ficou registada mais uma fase da sua histórica com uma nova troca (multimilionária) de proprietário em Monterey.

Sabe esta resposta?
Por quanto foi vendido um Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé, num leilão, em 2022?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Os 15 automóveis mais caros de sempre em leilão
Parabéns, acertou!
Vai para a próxima pergunta

ou lê o artigo sobre este tema:

Os 15 automóveis mais caros de sempre em leilão