Este Peugeot é uma espécie de Citroën Ami para um parque de diversões

No virar do milénio, a Peugeot deu liberdade a alguns dos seus designers para soltarem a criança que há em si e apresentou ao mundo quatro protótipos para a cidade, muito compactos, que se demarcavam pelo seu design: os City Toyz Concepts.

Dos quatro revelados no ano 2000, no Salão de Paris, o e-Doll era, de todos, o que mais parecia pertencer a um parque de diversões futurista, com um design que misturava o charme de um carrinho de choque com a funcionalidade de um automóvel citadino.

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Com apenas 2,5 m de comprimento e 1,54 m de largura, o e-Doll acomodava três pessoas lado a lado, com o condutor posicionado ao centro, sendo 100% elétrico.

A direção era feita através de um guiador semelhante ao de uma scooter, que contava inclusive com acelerador de punho e comandos de travão, proporcionando uma experiência de condução única e, dizia a Peugeot, muito divertida.

Era para ser usado exclusivamente na cidade, mas a carroçaria autoportante que abrigava as baterias era totalmente feita em fibra de carbono, como se fosse um superdesportivo exótico. Outro detalhe a contribuir para o seu aspeto mais futurista era a peça única em vidro que formava o para-brisas, o teto e o óculo traseiro.

Não existiam sequer portas laterais, o que dava ao Peugeot e-Doll um aspeto descontraído. Na traseira, um compartimento destacável e transparente funcionava como um prático carrinho de compras, perfeito para as aventuras urbanas. Ou para as idas ao supermercado.

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O e-Doll era movido por dois motores elétricos provenientes da scooter elétrica da Peugeot, a Scoot’elec, ambos integrados no eixo dianteiro.

As jantes dianteiras de apenas 10 polegadas e o «duplo rodado» na traseira conferiam-lhe uma personalidade forte e inconfundível, que combinava elementos de vários veículos distintos.

Citroën AMI: o filho espiritual do e-Doll?

Se este conceito lhe soa familiar, é porque, mais de 20 anos depois, a Citroën lançou o AMI, um pequeno quadriciclo elétrico que também desafia as convenções da mobilidade urbana.

Tal como o e-Doll, o AMI aposta num design irreverente — ainda que num sentido utilitário — e num formato compacto para facilitar a circulação nas cidades.

Mas enquanto o Peugeot e-Doll parecia um brinquedo futurista que nunca chegou à produção, o AMI tornou-se uma realidade acessível e está nas estradas de muitas cidades europeias.

Embora nunca tenha chegado às linhas de produção, o Peugeot e-Doll continua a ser um exemplo da criatividade e ousadia da marca francesa na viragem do século. A derradeira prova disso é que ainda hoje é impossível não olhar para este protótipo e imaginar um futuro onde a mobilidade urbana pode ser divertida, prática e acessível a todos.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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