A Volkswagen fez um Golf VR6 Turbo mas não disse nada a ninguém

Ainda antes da sexta geração do Volkswagen Golf ser lançada, alguns dos engenheiros da marca estiveram a trabalhar com a Rothe Motorsport GmbH num projeto secreto.

A ideia base era a de explorar o potencial do motor 3.2 VR6, já utilizado nos Volkswagen Golf R32 da quarta e da quinta geração, talvez com o objetivo de levar a performance do Golf para um novo patamar.

Hoje sabemos que não foi bem isso que aconteceu, pois o 3.2 VR6 foi substituído pelo 2.0 TFSI — o Golf VI nunca chegou a ter motorizações com mais de quatro cilindros. No entanto, isso não quer dizer que a marca não tenha tentado.

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Usando um dos primeiros Golf da sexta geração, com uma comum carroçaria de três portas, a Volkswagen voltou a usar o bloco VR6 de 3,2 l — em conjunto com a caixa de velocidades DSG de dupla embraiagem com sete relações e quatro rodas motrizes —, mas com algumas… melhorias.

Entre elas estavam novos pistões, novas árvores de cames, uma entrada de ar específica construída em fibra de vidro e um turbocompressor Garret (GT35 com um máximo de 3,0 bar de pressão) em conjunto com um intercooler.

Tudo isto resultou numa potência máxima em torno dos 450 cv, obrigando a mudar o velocímetro para um com uma escala até aos 300 km/h, uma vez que a sua velocidade máxima atirava-se para esses valores (!).

Experiências além do motor

O resultado conseguido com as alterações ao VR6 foi tão positivo, pelo menos, pela nossa ótica, que os engenheiros da Volkswagen não ficaram por aí. Para compensar as prestações (muito) melhoradas face ao Golf que serviu de base a este projeto, recebeu ainda outros «mimos».

Entre os que não são facilmente visíveis, destaque para um novo sistema de escape em aço inoxidável, ou o conjunto de coilovers da Bilstein. Mais fácil de descobrir está o sistema de travagem majorado, com discos «emprestados» de uma Audi RS 6, e as jantes com 19” de diâmetro, herdadas de um… Lamborghini Gallardo.

Clássico

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Caso tivesse sido lançado, este Golf VR6 Turbo seria a referência absoluta, pelo menos em números, entre os hot hatch ou mesmo os nascentes mega hatch. O «primo» Audi RS 3 da altura, por exemplo, não ia além dos 340 cv, e o Mercedes-Benz A 45 AMG chegava aos 360 cv.

Saltando para o habitáculo do Volkswagen Golf VI VR6 Turbo, também foram efetuadas diversas melhorias, mas a desportividade parece ter ficado à porta. A aposta foi mais no luxo.

Além dos assentos e dos painéis das portas forrados em pele castanha, também o tabliê e uma zona da consola central foram totalmente forrados em pele, mas num tom negro. Ainda assim, com costuras em castanho, para condizer com o resto do conjunto.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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