Crónicas Os automóveis com nomes de locais ou cidades portuguesas

Curiosidades

Os automóveis com nomes de locais ou cidades portuguesas

O que não faltam são automóveis com nomes de locais ou cidades, mas são raros aqueles que adotaram nomes de locais ou cidades portuguesas.

Opel Sintra, vista frente

Será que as cidades portuguesas e outros locais nacionais dão bons nomes para automóveis? Bem, à primeira vista parece que… nem por isso, tendo em conta a parca dimensão desta lista.

Não que faltem locais e cidades em Portugal com nomes interessantes e que podiam dar excelentes nomes para automóveis — ou cores, como os azuis Estoril e Portimão na BMW.

Por outro lado, Portugal também tem uma vasta coleção de localidades com os nomes mais invulgares, estranhos e até (hoje) politicamente incorretos — fiquem a conhecer os nomes de algumas dessas localidades —, que dificilmente serviriam para «batizar» um automóvel.

TÊM DE VER: 10 automóveis com alcunhas mais famosas do que os seus nomes
Lotus Evora 400, vista traseira 3/4

«Batizar» um automóvel é sempre um ato difícil. Uma palavra pode ter significados totalmente distintos em diferentes países e mesmo a fonética de uma palavra ou de uma designação alfanumérica pode ser a origem de grandes embaraços. E as marcas procuram geralmente encontrar nomes que sejam fáceis de dizer e memorizar, o que põe de parte logo muitas palavras e praticamente línguas por inteiro.

Contudo, dar nomes de cidades ou locais a automóveis continua a ser uma prática comum. Hyundai Tucson e Santa Fe; Ferrari CaliforniaRoma; Bentley Mulsanne e Brooklands; ou a Toyota Tacoma e Nissan Murano, são apenas alguns exemplos.

E claro, não podíamos esquecer a SEAT, da vizinha Espanha, onde já é tradição dar aos seus modelos nomes de localidades espanholas. Ibiza, Tarraco ou Leon são alguns exemplos e a CUPRA parece estar a seguir o mesmo caminho, como podemos ver, por exemplo, com o Formentor ou o futuro Terramar.

Regressando a casa, automóveis com nomes de locais ou cidades portuguesas são incomuns, mas existem.

No entanto, o que acabámos por descobrir é que nem em todos os casos a escolha por nomes de locais ou cidades portuguesas se deveu ao desejo de se associarem a esse local.

UMM Alter

Teríamos de começar esta lista por um ícone automóvel nacional, o UMM. Se os primeiros UMM adotaram o nome do seu criador original, Cournil, em 1984 a UMM mostrava o Alter no Salão de Paris.

UMM Alter
© André Pires / Razão Automóvel

Alter é uma referência a Alter de Chão, terra do norte alentejano, que também é o local da mais antiga coudelaria portuguesa (fundada em 1748), a Coudelaria de Alter. Hoje, é da sua responsabilidade a preservação do património genético animal da raça lusitana, quer na linha genética da Coudelaria Nacional, quer na linha Alter Real.

Lotus Evora

A escolha do nome Evora para o coupé Grand Tourer da Lotus, lançado em 2008, foi uma surpresa — haveria alguma ligação à conhecida cidade de Évora, no Alentejo?

Lotus Evora Sport 410, vista frente 3/4

Como se veio a descobrir, não havia nenhuma ligação; foi uma coincidência.

Como costuma ser tradição na Lotus, um novo modelo teria de ter um nome a começar pela letra “E”, mas o nome acabou por ser o resultado da combinação das palavras “Evolution” (evolução), “Vogue” (voga) e “Aura” — quem diria?

O Lotus Evora deixou de ser produzido apenas no final do ano passado, 13 anos após o seu lançamento; o Emira tomou o seu lugar.

Opel Sintra

O primeiro MPV da Opel — lançado em 1996, antecipou-se ao Zafira em três anos — adotou o nome da vila histórica de Sintra. Contudo, tal como no caso do Evora, a escolha do nome nada teve a ver com Sintra, a vila.

De forma algo asséptica, o nome Sintra foi escolhido por um computador a partir de uma lista de nomes curtos e fáceis de pronunciar.

 

Se não se recordam deste modelo é porque teve uma vida curta e… sem sucesso, deixando de ser comercializado em 1999, pouco mais de três anos depois de ter sido apresentado — o muito bem sucedido Zafira acabaria por tomar o seu lugar, apesar de ser de um segmento mais baixo.

VEJAM TAMBÉM: Ao volante da Opel Zafira Life. A evolução da espécie?

Sado 550

Regressamos a Portugal para falar do Sado — nome do rio que nasce na Serra da Vigia em Ourique e percorrer 180 km antes de desaguar no Atlântico perto de Setúbal —, que mais que um modelo era também o nome escolhido para batizar esta marca automóvel nacional.

Sado 550 vista frente 3/4

A escolha do nome Sado terá muito a ver com o local de montagem deste microcarro — concebido totalmente em Portugal —, que ficava nas instalações da Entreposto Comercial SA em Setúbal, que por lá já fabricava atrelados, caravanas e reboques.

Subaru Sagres

Ao contrário dos outros exemplares aqui presentes, que foram modelos de produção, terminamos esta lista com um concept, o Subaru Sagres.

Apresentado em 1993 no Salão de Tóquio era a visão da Subaru para uma espécie de fusão entre berlinas e carrinhas com tónica mais desportiva.

A escolha do nome da vila algarvia foi propositada, com a Subaru a efetuar uma pequena homenagem a Portugal, após a visita oficial, poucos dias antes da revelação pública do protótipo no salão, do então Presidente da República Portuguesa Mário Soares ao Japão.

VEJAM TAMBÉM: Estas 11 marcas de automóveis são portuguesas. Conheces todas?

A história de Sagres que se mistura com o período inicial dos Descobrimentos Portugueses e o Infante D. Henrique, dá o simbolismo apropriado a um modelo concebido para também efetuar grandes viagens… de descoberta.

Recordam-se de mais algum automóvel com nomes de locais ou cidades portuguesas? Se sim, deixem nos comentários.