Crónicas São poucos os momentos em que não me chateia ter o carro sujo

Lavagem

São poucos os momentos em que não me chateia ter o carro sujo

Conseguir não ter o carro sujo parece ser quase impossível, principalmente quando este é usado todos os dias, sem dó nem piedade.

Ferrari California sujo de lama
© Peter Fogden / Unsplash

Conseguir manter um estado de limpeza quase perfeito num carro utilizado diariamente é uma daquelas missões quase impossíveis e na qual nem se repara. E com crianças à mistura e pouco tempo disponível, ter o carro sujo é quase garantido.

Muitas vezes, há dias de chuva seguidos de dias de sol, uma estrada que estava em obras, um «alívio» muito certeiro de uma ave e tantos outros «fenómenos» que acontecem com mais frequência do que eu desejaria.

Porsche 911 GT3 sujo na neve
© Laurent Perren / Unsplash

São inúmeros os casos que vejo diariamente, em que a limpeza de um automóvel está muito para lá do que eu aceitaria para o meu meio de transporte do dia a dia. Há mesmo pessoas que admitem nunca ter lavado o carro, mesmo uns anos depois de o ter. A sério. Eu não seria capaz.

Perante a maioria destes cenários, é apenas uma questão de tempo até perceber que moedas tenho no bolso, de forma a poder fazer uma passagem rápida numa lavagem de pressão.

Só que… Atenção, nada de lavagens nas máquinas de rolo. Fico sempre com a ideia de que a pintura nunca será a mesma e nesse caso, é melhor ficar mesmo com o carro sujo.

Apesar de tudo isto, no entanto, há momentos que me levam a demorar mais tempo até que chegue esta «enorme necessidade» de lavar um automóvel.

Há muitas razões para sonhar, mas o melhor é fazer. Simule um Crédito Pessoal Credibom.

As exceções à «regra»

A maioria destas exceções relaciona-se com as viagens. Por exemplo, sou uma das poucas pessoas que gosta de conduzir à chuva, pelo menos, nas de dose moderada em que ainda conto com alguma visibilidade. O som de fundo acaba por me tranquilizar, confesso.

Em contrapartida, é nestas viagens que o carro parece ficar todo da mesma cor, excetuando a área em que as escovas dos vidros vão passando. Por uns minutos — umas horas, vá — admito que até gosto de ver o carro sujo e a forma como esta sujidade e a água ilustraram os traços da carroçaria, quase numa pequena aula de aerodinâmica.

Outra das situações é numa daquelas idas à praia, principalmente nas que incluem um troço de estrada não asfaltada e em que a poeira se parece colar ao carro. É uma memória de um bom momento em família, mas que acaba assim que é tirada a foto. O destino seguinte é mesmo a lavagem.

Ainda no verão, há outras estradas que nos forram a frente do carro de insetos. Também aqui, o motivo está relacionado com os bons momentos e recordações que uma viagem proporciona. No entanto, depois de terminada a viagem, a rotina é a mesma. Fotografia e lavagem.

Carro sujo? A triste realidade

O principal problema do carro «cá de casa» é que não sou eu que o conduzo diariamente. E quem o faz não tem a «necessidade» de o ver imaculado (ou perto), tal como eu tenho. Por isso, passam-se meses em que não se aproxima sequer de uma lavagem e alturas em que as quatro estações parecem-se todas encontrar no carro: o spray da chuva mistura-se com os mosquitos e o pó da praia.

Land Rover Defender sujo de lama
© Ragnar Beaverson / Unsplash

Tudo em conjunto com o tom ferodo nas jantes e outras atrocidades que me deixam apenas a respirar fundo, fazendo de conta que nem vi. O ideal é mesmo aguardar pelo fim de semana e tentar fazer uma passagem rápida pela lavagem a jato.

Ao contrário do que muitos dizem, a sujidade não protege a pintura e mesmo que não se queira admitir, todos gostamos de ver o nosso carro como no dia em que o vimos pela primeira vez. Na maioria dos casos, pelo menos.

E nem sequer me perguntem pelo interior do carro. Deixo isso para outra altura.