Crónicas Desafio consumos. Até onde consegui levar o CUPRA Tavascan?

Desafio de consumos

Desafio consumos. Até onde consegui levar o CUPRA Tavascan?

A CUPRA desafiou-nos a descobrir até onde é possível levar o Tavascan com apenas uma carga. E isso obrigou-nos a competir pelos melhores consumos.

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© Cupra

A versão com maior autonomia do CUPRA Tavascan está finalmente a chegar ao mercado. Chama-se Endurance, tem apenas um motor elétrico (210 kW ou 286 cv) e reclama até 569 quilómetros com uma só carga.

A bateria, com 77 kWh de capacidade útil, é exatamente a mesma que anima a versão VZ, que já testámos há cerca de meio ano. Esta proposta distingue-se por ter dois motores elétricos, 340 cv de potência e por ser a mais desportiva de toda a gama.

Pode ver o teste aqui:

Para os que procuram um SUV elétrico com uma «pitada» mais desportiva, o Tavascan VZ é o que devem escolher. Já para os clientes que valorizam os consumos e a autonomia, o novo Tavascan Endurance é aquele que reúne mais argumentos.

Os quase 600 km de autonomia dão conforto e segurança na hora de atacar uma viagem mais longa. Pelo menos no papel. Mas será que depois, no chamado «mundo real», estes números são possíveis de alcançar?

A CUPRA confia na tecnologia que tem em casa e, por isso mesmo, convidou-nos a dar um salto a Madrid, nas imediações do Circuito de Jarama, para levar o Tavascan ao limite. Mas ao contrário do que tantas vezes acontece, o desafio não era ser o mais rápido, mas sim o mais eficiente.

Ordem para poupar

A premissa para o CUPRA Tavascan Challenge era simples: fazer um percurso de 120 km — desenhado nos arredores da cidade de Madrid e que misturava alguma autoestrada, estrada de montanha e percursos secundários — e consumir o mínimo de energia possível.

Para dificultar a tarefa, a organização definiu um conjunto de regras que ajudaram a dar realismo ao desafio, entre os quais um tempo máximo para a realização da prova: 2h10min. Quem chegasse depois da hora era penalizado em 0,5 kWh por cada minuto adicional.

Além disso, nos cerca de 10 km feitos em autoestrada, a velocidade mínima de circulação era de 95 km/h, um valor controlado através de um GPS instalado em cada carro. Sempre que baixássemos desse registo, o habitáculo era inundado por um ruído sonoro muito pouco agradável.

Competição é… competição!

Pode ser uma competição diferente, mas não deixa de ser uma competição. E como se costuma dizer: “eu não gosto de perder nem a feijões”. Por isso mesmo, encarei este desafio para o ganhar. Infelizmente, como se vai ver mais à frente, o desfecho não foi bem o que tinha imaginado.

Miguel Dias e Ricardo Machado dentro do CUPRA Tavascan
© CUPRA A receber as últimas instruções. Foram formados pares por cada carro e, como parceiro para este desafio, fiquei com o Ricardo Machado.

Munidos de um roadbook com todas as indicações do percurso e distribuídos em duplas — Ricardo Machado, foste um excelente parceiro de viagem! —, com carros exatamente iguais, fizemos-nos à estrada e rapidamente percebemos, à passagem do primeiro ponto de referência, que estávamos mais lentos do que era suposto.

Nos quilómetros seguintes tentámos aumentar o ritmo, mas sempre a gerir o pedal do acelerador com pinças. Não houve uma descida em que não tivéssemos usado todo o embalo conquistado durante o maior tempo possível.

Infelizmente, foram poucos os camiões solidários pelo percurso. Queríamos muito testar as teorias da aerodinâmica, mas não tivemos oportunidade.

Roadbook
© CUPRA Segue, segue, segue… Não vira na primeira… Para quê usar o ecrã enorme do Tavascan quando podemos fazer isto como se fazia há muitos anos?

Mesmo sem a boleia de camiões, as condições em que fizemos este teste dificilmente têm réplica no dia a dia. Isto porque andámos sempre sem climatização, de vidros fechados e com o infoentretenimento desligado. Vale tudo para ganhar, certo?

Mais de 550 km de autonomia

No final dos 120 quilómetros, que cumprimos no tempo limite — cortámos a meta com o relógio a bater nas 2h10min —, o computador de bordo assinalava um consumo médio de 13,9 kWh/100 km, um número que até podia ter sido mais baixo caso não tivéssemos falhado um dos pontos do roadbook, o que nos custou alguns minutos/quilómetros extra.

Não nos permitiu ser o rei dos consumos neste CUPRA Tavascan Challenge, mas foi suficiente para chegarmos ao lugar mais baixo do pódio.

Sabendo perfeitamente que ninguém está disposto a fazer todas estas concessões nos seus percursos diários, este não deixa de ser um registo muito positivo. A este ritmo, considerando a capacidade da bateria do Tavascan Endurance (77 kWh), seria possível fazer 554 quilómetros com apenas uma carga.

Naturalmente, fazendo uma gestão menos sensível do acelerador e da climatização, a autonomia vai diminuir e, por isso mesmo, é mais realista apontar aos 460 quilómetros por cada ciclo de carga.

Mais autonomia por menos dinheiro

O novo CUPRA Tavascan Endurance já está disponível no mercado nacional e tem preços que arrancam nos 50 366 euros, o que faz dele a versão mais barata do SUV elétrico da CUPRA. A versão topo de gama, denominada VZ, começa nos 66 581 euros.