Crónicas Se esta vaca tivesse rodas era um Toyota

Inovação

Se esta vaca tivesse rodas era um Toyota

O combate às emissões com efeitos de estufa convocam tudo e todos. E o engenho humano continua a ser a melhor arma da humanidade.

Vaca
© Phil Wilkinson / SRUC

Chama-se Hilda, faz parte do projeto ecológico “Cool Cows” e nasceu de um processo de fertilização in vitro com manipulação genética. É a primeira vaca do mundo com genes modificados para emitir menos gases, especialmente metano.

Segundo os especialistas, este avanço representa um “marco histórico” no estudo genético animal e no combate às emissões de gases com efeito de estufa. Um avanço que me recorda aquilo que a Toyota alcançou em 1997 com o primeiro veículo híbrido desenvolvido para as massas: o Prius.

Sem disrupções, sem alterações de fundo na forma como convivemos com o automóvel e usando de forma ainda mais eficiente os recursos, a Toyota deu o primeiro passo na eletrificação do automóvel.

Prius primeira geração
© Toyota O primeiro Prius, curiosamente, também parecia uma vaca a mugir. Quando acelerávamos a fundo, devido à caixa CVT, o barulho do motor invadia o habitáculo. Muuuuu…

Na época, muitos colocaram em causa o sistema híbrido da Toyota. Mais tarde, acabaram por seguir o mesmo caminho da marca japonesa na eletrificação. Desejo um destino similar para a Hilda, que as «vacas do futuro» também sejam mais amigas do ambiente.

Esta é mais uma prova de que, num mundo de recursos finitos, o único recurso verdadeiramente infinito continua a ser o engenho humano. Como vemos, isto é válido em todas as indústrias, incluindo a pecuária. Foi nesse sentido que trabalhou a Rural College da Escócia (SRUC, na sigla inglesa), em parceria com a clínica veterinária Cumbria Vets Paragon e a empresa de genética animal Semex.

© Phil Wilkinson / SRUC Na Dinamarca, está a ser analisada a possibilidade de taxar as emissões das vacas, à semelhança do que acontece na indústria automóvel. Uma medida que deverá entrar em vigor em 2030.

A história está do meu lado: fazemos cada vez mais com cada vez menos. A economia de mercado e a inovação continuam a ser os principais agentes de mudança e de sustentabilidade do mundo.

Quanto à Toyota, muito se poderia dizer sobre a sua estratégia de eletrificação, mas não quero roubar as atenções à protagonista deste texto. Fica a ideia principal: perante o pessimismo militante (sobretudo nas redes sociais), a sociedade continua a encontrar respostas para todos os desafios, até nos lugares mais inesperados. Seja no escape de um automóvel ou no rabo de uma vaca.