Morreu o Papa que tinha um Ford Focus de 2006

Os automóveis não são apenas meios de transporte, são símbolos. E o Papa Francisco foi talvez um dos primeiros Papas a perceber a importância do automóvel enquanto símbolo. Escolheu um Ford Focus de 2006 para as suas deslocações diárias no Vaticano, após ter sido eleito em 2013.

Numa religião cheia de símbolos e ritos — sem os quais não há Igreja — este será talvez aquele que menos importa, mas que acabou por resumir bem o que o Papa Francisco pretendia ser: próximo, simples, consciente. Os mesmos princípios que o levaram a recusar sapatos vermelhos e tronos dourados.

Na garagem ficaram as viaturas de outros tempos. Normalmente maiores e mais luxuosas. Se esta decisão fez do Papa Francisco um melhor representante da Igreja? Seguramente que não. Mas pior não fez certamente.

Como reconhecimento ao seu uso papal, este Focus azul chegou a receber a placa SCV-1, tradicionalmente reservada aos veículos do Sumo Pontífice.

E não foi o único o carro humilde que utilizou durante o seu pontificado. Um FIAT 500L também assumiu funções — que foi posteriormente leiloado — e ofereceram-lhe também um Renault 4L e um Dacia Duster. Mas independentemente de veículos, luxuosos ou mais modestos, o importante é que a Igreja continue a sua estrada.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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