Crónicas Na festa dos 50 anos do Volkswagen Golf fizemos um test drive a 900 metros de altura

Aniversário

Na festa dos 50 anos do Volkswagen Golf fizemos um test drive a 900 metros de altura

Foi numa viagem à Capadócia, na Turquia, que celebrámos os 50 anos de um ícone: o Volkswagen Golf. Estivemos com todas as gerações, mas não testámos só automóveis.

Volkswagen Golf 50 anos 2024 Capadócia
Sofia Teixeira / Razão Automóvel

Com mais de 37 milhões de unidades vendidas em todo o mundo, o Golf é o maior sucesso de vendas da Volkswagen. Agora, este modelo icónico celebra 50 anos — e nós fomos convidados para a festa.

O local escolhido? A região milenar da Capadócia, na Turquia. Foi no Parque Nacional de Göreme (classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1985) que encontrámos uma paisagem de rocha vulcânica macia esculpida pelas chuvas, pelo vento e pelas mãos de quem nela procurou abrigo ao longo dos séculos.

Cavernas, igrejas e uma rede de túneis subterrâneos remontam às eras Bizantina e Islâmica, e podem ainda hoje ser visitados. Mas a maior atração da região nos tempos atuais é, sem dúvida, os balões de ar quente que todos dias (quando as condições meteorológicas assim o permitem) levantam voo ao nascer do sol.

Entre os 160 a 190 balões que adornaram o céu da Capadócia nos dias em que presenciámos este espetáculo, havia um que nos estava destinado: o balão comemorativo dos 50 anos do Volkswagen Golf.

Mas chega de turismo — por agora — e vamos centrar as atenções na estrela da noite: o Volkswagen Golf. Tive a oportunidade de me sentar ao volante das oito gerações deste modelo, todas em estado imaculado. À medida que avançamos no tempo, o Golf vai ficando maior, mais robusto e mais tecnológico — ainda que menos sensorial.

Começando pelo início, conduzir um dos Golf clássicos é uma viagem no tempo. O som gutural do motor, a forma como o carro vibra nas nossas mãos e a resposta quando premimos o pedal do acelerador, disfarça os poucos cavalos que tem. Sem ajudas eletrónicas, a nossa ligação a estes automóveis é muito menos filtrada.

Numa nota mais nostálgica, até o cheiro adocicado dos materiais no interior e o tecido aveludado dos bancos, nos transporta para as viagens que fazíamos nos carros dos nossos avós.

As novas gerações (à excepção das versões mais desportivas) trocaram quase toda esta experiência pelo conforto e segurança que se deseja num automóvel do séc. XXI. A evolução deste modelo em apenas 50 anos é francamente notável — e passar de uma geração para outra num curto espaço de tempo evidencia ainda mais este facto.

Desde o isolamento do habitáculo à facilidade de o manobrar, passando por todas as tecnologias que o tornam muito mais seguro e prático do que os seus antecessores mais longínquos. Por isso mesmo, para muitos, o Golf mais recente será o mais adequado para o quotidiano.

Quanto aos clássicos, ficam reservados para viagens especiais, onde o prazer de conduzir é ainda mais apreciado.

Seja na Capadócia ou em Portugal, uma coisa é certa: o Volkswagen Golf, mesmo com 50 anos, continua a ser uma referência no segmento dos familiares compactos. A oitava geração, atualizada este ano, já está disponível no nosso país.

Vistos os automóveis, não podíamos ir embora sem fazer um test drive a um meio de transporte com quase 250 anos: o balão de ar quente.

Rumámos ao local de lançamento, novamente sob o manto escuro da noite, para vermos o nascer do sol — desta vez, a mais de 900 metros de altitude. Não se recomenda a quem sofre de vertigens, mas para aqueles a quem não falta coragem é uma experiência verdadeiramente única.

Suspensos num pequeno cesto a centenas de metros de altitude e movidos por uma das mais básicas leis da física, o que mais surpreende é o silêncio e a serenidade da viagem. Deste ponto de vista tão alto e sem qualquer barreira a separar-nos da paisagem arrebatadora que nos rodeava, foi um teste inédito na Razão Automóvel. Este, leva nota máxima.