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Acumulação de stock faz mercado nacional disparar 10% em julho

Em preparação para os aumentos previstos com entrada do WLTP, as marcas acumularam stock de carros com tributação antiga. Resultado: vendas disparam.

Fiat 500

Em julho de 2018, o número de novas matriculas disparou 10,5% em Portugal (23 300 veículos automóveis, no total, incluindo 2956 pesados), quando comparado com o valor registado no mesmo mês de 2017.

Este é um mês geralmente forte no mercado automóvel, fruto de várias razões. Veja-se que o crescimento de julho de 2017 foi de 11,5% nos ligeiros, face ao ano anterior.

Há várias razões que ajudam a explicar este crescimento (mais 2367 unidades ligeiras), a mais forte das quais a vontade de algumas marcas fazerem stock de carros com tributação anterior a 1 de setembro de 2018 (a FIAT cresceu 53,8% neste mês e não foi só por causa do RaC), data a partir da qual as regras do WLTP vão provocar o aumento de preço de alguns modelos.

Pela mesma razão e ainda para controlar o impacto do aumento do CO2 na globalidade da frota, algumas empresas anteciparam encomendas já traduzidas em carros matriculados.

Outros factores como a retoma do poder de compra, a utilização do subsidio (este ano por inteiro) para a entrada, o aumento do crédito e até uma progressiva adesão a novas modalidades de financiamento por parte de particulares, também ajudam a explicar este crescimento.

Com o resultado de julho, o crescimento do mercado automóvel em Portugal nos primeiros sete meses do ano traduz-se num crescimento de 6%.

Os valores atuais do mercado

  • Em julho de 2018 foram matriculados pelos representantes legais de marca a operar em Portugal 23.300 veículos automóveis;
  • Deste número, 22 914 são unidades ligeiras (mais 11,3%), 2953 das quais são modelos comerciais (menos 1,8%);
  • Entre janeiro a julho de 2018 foram colocados em circulação 179 735 novos veículos, mais 6% face ao mesmo período de 2017;
  • A Renault mantém-se a líder incontestado das duas categorias;
  • A Fiat cresceu 53,8% em julho, assim como a Jeep (3650%, mas partindo de uma base de apenas 4 unidades) e a Alfa Romeo (47,3%);
  • O crescimento de 22,8% da Citroën em julho assenta sobretudo na boa performance de dois modelos: no C3 de passageiros, que está a conhecer uma excelente aceitação em todos os canais e na versão comercial da Berlingo;
  • A SEAT quase duplicou as vendas de julho do ano passado, sendo a única das principais marcas do grupo Volkswagen que apresenta valores positivos em todo o período de 2018.
  • A Skoda teve um saldo positivo em julho (2,1%), beneficiando em parte da boa aceitação que o Kodiaq parece estar a ter em Portugal;
  • Duas marcas premium alemãs – Mercedes-Benz e BMW – continuam a perder quota de mercado fruto da dificuldade de entrega dos modelos que fazem maior volume de venda, sobretudo junto dos clientes profissionais;
  • A Hyundai mais do que duplicou as matrículas de julho, face ao ano anterior. A marca coreana conseguiu um registo mais elevado do que a Audi, como, aliás, também conseguiram a Kia (+29%) e a Dacia que, por acaso, até perdeu volume em julho;
  • Nos comerciais, merecem destaque os valores da Citroën, IVECO e Mitsubishi, cuja L200 foi a vencedora de um concurso do Estado português.

Consulta a Fleet Magazine para mais artigos sobre o mercado automóvel.

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