Notícias Alemães alertam para “risco de conflito comercial” com a China

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Alemães alertam para “risco de conflito comercial” com a China

A associação da indústria automóvel alemã VDA e o Governo estão contra as tarifas da UE sobre carros elétricos fabricados na China.

A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira uma taxa extraordinária sobre os carros elétricos produzidos na China. Uma medida que a Comissão Europeia (CE) apelida de “direito compensatório” pela concorrência desleal do Governo chinês.

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Esta é uma resposta da Comissão Europeia aos alegados subsídios chineses de que os carros elétricos importados da China são alvo e que, segundo as instituições europeias, distorcem os preços destes. Mas este assunto está longe de ser pacífico, mesmo entre os parceiros europeus.

A VDA (Verband der Automobilindustrie), que representa várias fabricantes de automóveis alemães como a Volkswagen, a BMW e a Daimler (proprietária da Mercedes-Benz), criticou fortemente a decisão, com a sua presidente, Hildegard Müller, a alertar que é “mais um passo na direção errada. Afasta-nos da cooperação global”.

“Esta medida aumenta ainda mais o risco de um conflito comercial global.”

Hildegard Müller, presidente VDA

Marcas europeias afetadas pelas “taxas chinesas”

Não são apenas as marcas chinesas que estão a ser afetadas por esta tomada de decisão — para já preliminar — da CE.

Os fabricantes de automóveis europeus que produzem veículos eléctricos na China também serão afectados, sendo a Dacia e a BMW aquelas que vão enfrentar um maior imposto de importação, de cerca de 21%.

Este é um valor ainda mais elevado do que aquele que a BYD (uma marca chinesa) terá de pagar, que será alvo de uma tarifa de importação de 17,4%. A Comissão justifica estas diferenças com base na colaboração das marcas com as entidades europeias e com base nos apoios estatais recebidos por estas marcas na China.

A Tesla também enfrentará uma taxa de 21% sobre os seus modelos fabricados na China, mas já solicitou uma revisão deste valor. Estas novas tarifas somam-se a um imposto de 10% que a União Europeia já aplicava sobre os veículos elétricos importados deste país.

Governo alemão pede um acordo com a China

O Ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing, reagiu através da rede social X (ex-Twitter) a esta tomada de posição de Bruxelas, afirmando que “as tarifas punitivas da Comissão Europeia vão afetar as empresas alemãs e os seus principais produtos”.

Para este governante, o caminho de resposta à China deve ser outro: “os veículos devem tornar-se mais baratos através de mais concorrência, mercados abertos e condições comerciais significativamente melhores na UE, e não através de guerras comerciais e compartimentação do mercado”, escreveu.

Declarações semelhantes foram feitas pelo Ministro da Economia alemão, Robert Habeck, que afirmou aos meios de comunicação que “as tarifas são sempre apenas o último recurso como medida política e são muitas vezes a pior opção”. “É crucial que haja conversações agora”, disse, apelando a negociações entre a UE e a China.

Recordamos que estas taxas de importação agora anunciadas ainda são preliminares e carecem de confirmação por parte dos Estados membros, que têm até 2 de novembro para votarem o fim ou o agravamento destas medidas.