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Antevisão

Três carros franceses que vão agitar as águas

Há três modelos franceses que vão conhecer novidades muito brevemente. Hoje visitamos os novos ponta de lança da Alpine, Renault e Citroën.

Citroën C5 Aircross, Alpine A390 e Renault Embleme
© Razão Automóvel

O mercado automóvel europeu atravessa um período especialmente competitivo, onde a eletrificação e o fortalecimento da imagem das marcas são uma obrigatoriedade.

Depois de termos visitado três modelos muito importantes para as marcas alemãs, agora é a vez de olhar para as marcas francesas. Também há três modelos que merecem a nossa atenção.

Modelos que têm missões diferentes, mas o mesmo objetivo: reposicionar as respectivas marcas num mercado automóvel cada vez mais desafiante. Vamos começar pelo modelo que vai chegar mais cedo e que, provavelmente, será o mais acessível.

O novo Citroën C5 Aircross promete

A Citroën encontra-se numa fase crucial de redefinição dentro do grupo Stellantis, apostando num posicionamento claramente mais acessível face, por exemplo, à Peugeot, e muito orientado por valores de conforto — desde sempre associados à marca francesa.

O novo Citroën C5 Aircross, já antecipado por um concept, será brevemente apresentado na sua versão final e, segundo sabemos, não será muito diferente deste protótipo.

Citroen C5 Aircross Concept frente
© Citroën O novo C5 Aircross vai afastar-se das linhas menos consensuais da geração atual, com o objetivo de agradar a um publico mais vasto.

Além da parte estética, tudo indica que o novo C5 Aircross vai apostar numa política de preços competitivos e num forte investimento em tecnologias de conforto, com as suspensões de duplos batentes hidráulicos e um interior a respeitar o programa “Citroen Advanced Program” que tem nos materiais e na ergonomia dos bancos o seu principal destaque.

Será o primeiro Citroën a recorrer à plataforma STLA Medium — a mesma do Peugeot 3008 — e, por isso, esperem versões a combustão e 100% elétricas.

Não deverá competir diretamente com o Dacia Bigster, mas seguramente que vai posicionar-se como uma alternativa a este. Se assim for, Citroën C5 Aircross poderá afirmar-se rapidamente como uma alternativa para os consumidores que procuram racionalidade e conforto a custos controlados.

Renault Emblème mostra o futuro

A Renault está a reposicionar a sua imagem e o seu valor. Já entraram no habitáculo de um Renault de última geração? Vai ser uma agradável surpresa.

Renault Emblème, traseira
© Renault Começou por ser um demonstrador tecnológico, mas tudo indica que o Emblème também vai chegar à linha de produção, provavelmente em 2028.

Pois bem, o Renault Emblème, que para já é apenas um protótipo, é mais um passo nesse sentido. Mais do que um simples carro elétrico, estabelece um novo padrão visual e tecnológico para a gama futura do construtor francês.

O protótipo combina uma cadeia cinemática híbrida, mas não tem motor de combustão: é um elétrico a bateria (40 kWh), suplementado por uma pilha de combustível a hidrogénio. O Emblème de produção dificilmente oferecerá algo assim, mas a via híbrida (combustão+elétrico) não está colocada de parte.

Esta estratégia é especialmente importante num contexto em que marcas generalistas rivais, aceleram fortemente na eletrificação e no reforço da sua oferta tecnológica.

A saúde da Renault — em vendas e em quota de mercado — está bem e recomenda-se, mas é importante não perder o ímpeto. Os números de 2024 foram excelentes e Luca De Meo quer um 2025 igual ou melhor.

Alpine A390 tem uma missão complexa

Enquanto Renault e Citroën apostam no mercado generalista, a Alpine prepara uma ofensiva completamente distinta.

Com o A390, o objetivo é atacar diretamente o segmento premium, desafiando referências estabelecidas como a Porsche, mais especificamente o Porsche Macan.

Alpine A390 dianteira
© Alpine O Alpine A390 aposta num cocktail ambicioso de desempenho elétrico, design sofisticado e tecnologia de topo, num momento em que o mercado premium tem sentimentos mistos relativamente à eletrificação.

A missão não será fácil, mas se correr bem o Grupo Renault conseguirá transformar a Alpine, que até agora tem sido uma marca de nicho, numa marca com um volume de vendas interessante. Para isso também contará com a ajuda do pequeno A290.

Mas o primeiro modelo desenvolvido de raíz para ser um Alpine desta nova ofensiva é sem dúvida o A390. Fique a conhecer os primeiros detalhes:

Se falhar não será dramático, estas estratégias mais ousadas demoram o seu tempo. Luca De Meo sabe isso melhor que ninguém. Foi da sua liderança que nasceram os FIAT 500 ainda no tempo do Grupo FIAT, e a CUPRA, quando liderava os destinos da SEAT S.A.